A SEDE DE PODER, A CRIAÇAO DE DEUSES E A DESVALORIZAÇAO DO INDIVIDUO

Escrito pelo Bacharel em Teologia

Estudante de Religiao e Filosofia e

Capelao Ev. Antonio F.Bispo

Uma das idéias mais absurdas que o ser humano já desenvolveu e cultiva até hoje é a idéia de ter domínio sobre os outros e fazer dos outros sua propriedade particular. Por meio de idéias como essas vêm toda forma de escravidão física ou condicional, seja por meios explícitos e conscientes ou por meios disfarçados como a indução ao consumismo compulsivo ou a fé cega em um líder político ou religioso. Essa tem sido desde os tempos mais remotos, a idéia que se nutre e pelas quais as maiorias das pessoas matam e morrem o tempo todo, só para perceber depois que n ao valeu a pena. Pior que isso é saber que nos meios religiosos, a idéia que mais se constrói é a idéia de achar que determinado grupo de pessoas é superior aos demais grupos ou os demais seres humanos, por estar este “servindo” a certa divindade, ou ainda que servindo a mesma divindade, adotaram rituais litúrgicos diferentes e por isso são superiores a todos os outros.

O princípio que escraviza é o mesmo que separa as pessoas e as excluiu em seus casulos de superioridade. Ao invés da construção mental de que todos são semelhantes, já que de acordos com as principais crenças todos saíram de um mesmo ventre, prefere-se inculcar a idéia de que determinado grupo é superior a todo o resto da humanidade, por ter determinada crenças, mesmo sabendo que o referido grupo surgiu há apenas duas semanas, dois meses, ou cem anos e surgiu exatamente sobre bases já montadas que cometeram erros semelhantes no passado.

Por mais contrario que pareça, os maiores lideres da historia, os seres mais iluminados, as pessoas mais admiradas que já passaram por este planeta, a exemplo de Jesus o Cristo, combatiam exatamente sentimentos como esses, e sempre dizia em seus discursos: “ aquele que entre vocês, desejar ser o maior, será o menor entre todos”, ou “todos somos um” e ainda “trate os outros como gostaria de ser tratado”.

Somente estando de fora de um grupo, seja ele político ou religioso, é que somos capazes de enxergar com maior clareza o quanto tal grupo tem se desviado do propósito original pelo qual pregava, defendia ou foi fundado e seus fundadores se estivessem vivos ainda quem sabe seria o primeiro a se excluir. É preciso ser muito honesto e corajoso para mesmo dentro de um grupo, irmos contra seus desvios, ainda que os mesmos estejam muito explicito. Em alguns momentos, a idéia da repressão publica, ou exposições ao ridículo por parte do líder nos fazem permanecer em ambientes que há tempos nossas almas já deixaram de freqüentar e passamos a ser um corpo sem alma num ambiente de pessoas, que dirigidos por um líder com sonho de grandeza, nos conduz exatamente ao oposto do destino que deveríamos ir, e a contra gosto pessoal fazemos de conta que tudo estar bem e até defendemos nossa “bandeira” seja ela de cunho político ou religioso em favor de não sermos atacados ou excluídos do grupo que ajudamos a construir. Tornamos-nos zumbis num cemitério de mortos-vivos que chamamos de nosso partido, nosso grupo, nossa igreja, nosso time,nossa empresa ou nossa fé.

Como é muito provável que os ideais de um grupo mudem quando muda a liderança, se os propósitos pelos quais lutamos foram invertidos e todos os valores mudados, é como se fossemos inseridos em um novo grupo sem sermos avisados previamente e nesses casos não há porque permanecermos em tais ambientes apenas para satisfazer algumas pessoas.

Um dos sentimentos mais fortes que nos fazem se sujeitar a tais fatos é o medo da rejeição. O nosso modelo social, interiormente construído o tempo todo nos diz que devemos ser aceitos o tempo todo e temos medo de ser diferentes, mas ser diferente é plenamente saudável e normal. Ser uma cópia robotizada é que é extremamente perigoso.

Baseado nesse fato, as pessoas fazem as coisas mais absurdas e destrutivas consigas mesmo em busca dessa gloriosa aceitação do grupo. Em vários casos, algumas pessoas, optam pelo grupo dos vândalos, das drogas, dos vícios e tantos outros, pois em alguma situação da vida foi rejeitado em outro grupo e naquela ocasião o grupo qual agora faz parte, ainda que contrário aos seus ideais o recebera de braços aberto. Assim inicia-se um estado de depreciação própria, crimes e coisas do tipo. Quem sabe se fossemos ensinados a olhar mais para dentro de nós mesmos e nos aceitarmos como somos e não como os outros querem que sejamos pudéssemos viver melhor! Quem sabe assim, compraríamos menos, trabalharíamos menos, produziríamos menos e conseguiríamos equilibrar os recursos naturais e nosso estado psíquico. O medo da rejeição e de “pensar fora da caixinha” só aumenta o sentimento de rebanho e o poder dos tiranos.

Se por um lado há os que têm sede de domínio, de poder, de controle, de liderança e sonhos de grandeza eterna, por outro lado há os que se deixam dominar, pois foram ensinados a isso em nome de uma religião qualquer e então os que aceitam o domínio, o aceitam em troca de reconhecimentos, títulos, hierarquias e prestígios publico pessoal, que são apenas formas de massagear o ego e perpetuar aquele sistema, pois o que hoje se sujeita a certos “cargos” em nome de alguma causa, tem a plena certeza que amanha terá varias outras pessoas sujeitas a si, quando chegar a sua vez de liderar. Desse modo o oprimido passa ser o opressor e a historia prossegue.

Um dos piores crimes que cometemos na vida é o crime contra nós mesmos, quando deixamos que outros ditem nossa maneira de viver de acordo com seus medíocres pontos de vistas, sua pouca cultura e seu distorcido ponto de justiça e retidão. É a pior forma de tortura. É a tortura que mais se pratica nas igrejas. É a tortura que as pessoas menos se rebelam pois não sabem que estão sendo torturadas, pois para facilitar essas coisas , ao longo da historia sempre houve a criação de mitos, deuses e heróis que devemos quais honrá-los e adorá-los o tempo todo em troca de mais poder, proteção, boas colheitas, ou domínio sobre os “inimigos”.

A ferramenta mais eficiente ao longo dos séculos, é criar a idéia de um “um deus irado”, seja ele qual for. Esse “deus” que poderia simplesmente falar individualmente com cada criatura,nos programar apenas para o bem com seu majestoso poder ou mostrar sua vontade particular a cada um, prefere revelar-se exclusivamente a alguns privilegiadas como reis, sacerdotes, pastores, missionários, bispos, sacerdotes, evangelistas, apóstolos, políticos e alguns astros que englobam em si, todos os atributos e virtudes que uma pessoa possa ter, chegando quase ao titulo de semideus. Desse modo, apenas e somente tais lideranças estão aptas para ouvir, interpretar e transmitir os desejos daquela divindade, que coincidentemente o desejo principal de toda divindade é dar mais poder ao líder e oprimir mais o povo, cobrando mais dízimos, mais oferta, mais sacrifícios, mas jejuns, orações no monte e coisas do tipo. Ninguém mais a não ser aquele “profeta” tem a incrível capacidade de entender e retransmitir os desejos desse deus, a não ser esse líder. Geralmente a vontade da divindade se expressa de modo quase que similar a todas as religiões: a de que um entre eles foi escolhido, todos os demais devem obedecê-lo e assim construir uma rede de hierarquias e os ideais do grupo devem almejar sempre proteger e bajular seu superior para deste modo também ser promovido e dominar os outros. Aquilo que deveria ser entendido como serviço mutuo pessoal e coletivo, torna-se o fardo de toda humanidade. Pouquíssimas pessoas na historia, compreenderam que liderar é distribuir o poder e os recursos para o bem de todos e não acumular para si. Os mega pastores, por exemplo, estão totalmente contrários aos ideais de Cristo e por isso não deveriam ser considerados cristãos, sendo que esse titulo antes valia apenas ao que seguiam seus ensinamentos. Extrair até o ultimo centavo do povo, e vender todo tipo de bugigangas gospel que serve de amuletos, nunca foi ensinado pelo mestre.

Interessante é notar que a idéia construída desse “deus irado” , faz com que ele demonstre sua ira de acordo com o país, cidade, pastor, bispo ou apóstolo que lhe representar. Em alguns lugares ele ficará extremamente irado por que uma pessoa usou brincos, batons, jóias, pintou o cabelo, maquiagem, fez a sobrancelha, depilou a perna ou coisa do tipo. Em outros não. Em algum outro lugar ele ficará extremamente irado por que o individuo comeu carne de porco, esqueceu de usar o véu, fez alguma atividade no sábado, não fez uma oferenda no mar, pagou atrasado o dizimo, visitou um cinema, tomou uma dose de wisky, abriu uma garrafa de vinho... Em outros não. Em outras cidades, igrejas ou região, ele não estará tão irado assim, será mais calmo, mais tranqüilo e menos raivoso. Apesar de ser universal, onipresente, e onisciente, por sorte (ou azar), seu nível de ira muda, como muda o clima julgando as mesmas causas de modo diferente, só depende do líder que o representa.

Em algumas crenças ele vai ficar muito contente quando alguém faz oferendas de sangue de galinhas ou outros animais, quando paga o seu dizimo, trízimo ou entrega o seu “tudo”. Já em outras, ele pede apenas que nos amemos, e respeitemos um ao outro e isso basta.

Por outro lado, esse deus irado, ele nunca parece estar irado quando os lideres oprimem, matam, estupram, roubam, extorquem, humilham, pisam, ofendem e excluem as pessoas. Nesse ponto de vista parece-me que ele intenta que apenas cresça a hierarquia, que o líder seja protegido e que sobreviva o mais forte. Nota-se também, que quando um membro de um grupo erra, é julgado pelo líder e pelo povo, mas quando um líder erra, é dito que apenas deus pode julgá-lo, como se ele não pertencesse mais a classe dos humanos e se tornou um ser angelical. Outro fato engraçado é que em certas situações na historia quem paga pelos erros do líder é o povo, como na ocasião em que Davi fez um senso não autorizado, quase 20 mil pessoas do povo morreram de uma praga, ou quando Faraó endureceu o coração, todo o reino do Egito foi exterminado.

O nível de ira e insatisfação de qualquer divindade, de qualquer crença, de qualquer grupo será expresso de acordo com o grau cultural do líder e a capacidade (ou falta dela) que o mesmo desenvolveu em lidar com as pessoas. Por trás de um “um deus irado” há sempre um líder frustrado e mal resolvido, que mal conhece a si próprio, mas alega ou foi levado a crer que conhece os desígnios do seu deus e que expressa tal frustração em nome de seu deus. É muito comum dentro de um mesmo grupo religioso, encontrar um “deus bonzinho” e um “deus irado”. Só depende do líder que assume sua representação no momento. O deus irado, por meio do seu líder irado, fará de tudo para que a imagem do deus bonzinho, representado pelo líder bonzinho seja apagada, extirpada, esquecida para depois o mesmo dizer que o deus verdadeiro triunfou! Parece mais o Darth Veide caçando os Jedis em toda a galáxia do filme guerra nas estrelas.

Pura bobagem! Pura construção ideológica barata! Pura substituição da lógica pela fé cega em textos construídos para benefícios próprios! Pura vontade de domínio sobre os outros e por isso criam deuses e regras conforme a necessidade e época. A vontade e a ira desses deuses mudam de acordo com a necessidade de manipulação de seus lideres para com os liderados. A única coisa que me parece, é que esses deuses construídos nunca estão satisfeitos com nada, estão sempre aborrecidos e despejam sua ira em nós. Para um ser pleno e completo, acho que eles tem mais carências que os humanos.

É sempre assim: o homem ofende outro homem, oprime, mata, escraviza, banaliza a vida alheia e depois constroem deuses e lhes fazem ofertas e chantagens a fim de alcançarem mais “graça” e poder. Ao invés de juntos buscarem as soluções para seus problemas, elegem deuses como seus juízes, entregam-lhes suas causas, e oram para que a justiça seja feita. A justiça em si, nesse ponto de vista doentio, compreende na morte, aniquilação ou conversão da outra parte do outro ao seu domínio. Sempre a mesma regra: se não podes trazê-lo ao seu lado, aniquila-o! O deus que conseguir matar mais ou escravizar mais será sempre o vitorioso e assim, nos calendários das divindades construídas pelos homens, deuses vem e vão e outros chegam para substituí-los.

A sede de domínios sobre os outros nos faz o tempo inteiro construir deuses para pleitear nossas guerras e resolver nossos problemas, quando na verdade a solução para qualquer problema do homem estar dentro do próprio homem e não nas divindades em si. Posso provar isso analisando os escritos sagrados de varias religiões diferentes. Farei isso em outra ocasião, pois irá render varias paginas por ser um assunto muito complexo.

Não intento ofender os deuses ou crenças de ninguém, por mais sagrada ou banal que julguem ser. Quero apenas mostrar como mascaramos as coisas apenas com o intuito de dominar as pessoas ou fugir de nossas responsabilidades e entregando-as aos deuses, já que lhes ofertamos, ele tem “obrigação” de resolver nossos problemas (que diga isso os da teologia da prosperidade!). Aliás: o que é sagrado em uma igreja ou povo ou região, será sempre pagão em outros. E quando analisamos a fundo, os deuses que se serve em um lugar, são exatamente os que se condenam em outros. Mudam apenas os seus nomes e títulos, mas os atributos permanecem. Por exemplo: as divindades que o cristianismos condenou e perseguiu por séculos, são as mesmas que hora servem e adoram, de modo diferentes, com nomes diferentes e ritos semelhantes.

Nas empresas criam-se metas. Na política criam-se partidos. Nas igrejas criam se cargos e ministérios. Os países formam alianças. Não importa o nome. No fundo a regra funciona do mesmo jeito. Aquilo que deveria funcionar no sentido de gerir o povo para tornar suas vidas mais fáceis tem se tornando principalmente uma ferramenta de manipulaçao, para por meio de este exaurir os recursos humanos e naturais em detrimentos de alguns minutos de prazer dos que lideram. Considero minutos, a vida de um homem nessa terra, em relação a idade de tantas outras coisas nesse vasto universo. Um prazer que poderíamos encontrar dentro de nós mesmos, alguns busca nas manipulações das massas e sua servidão e criações. Pobres animais que somos! Ao mesmo tempo em que somos dominados, intentamos dominar. Sempre, nas hierarquias da vida, haverá alguém em que consideramos inferior a nós mesmos para despejarmos nossas iras em nome de uma ideologia qualquer.

Tomemos por exemplo um político corrupto, um pastor ganancioso e um traficante. Não vejo diferença entre eles. Eles alegam estar fazendo algo para o povo, em nome de um deus partido político, ou ideal mas estão apenas extraindo os recursos coletivos para beneficio próprio. E o que querem é apenas muito conforto, glamour, luxo, ostentação, domínio e poder. Seja por meio da oratória, do uso de armas ou do fato de usar a imagem de uma divindade, o perfil de um é igual aos três. Querem as mesmas coisas e usam meios diferentes para conseguir. A intenção é a mesma: domínio, glamour, ostentação, respeito comprado, luxuria... E para que o glamour? Para quem a ostentação? Com que finalidade a luxuria? E para que serve o poder se o próprio não percebe que é escravo do seu próprio desejo infame? A única coisa que fica diferente nesses casos é que o primeiro (o político corrupto) pode ser considerado um cara do povo, o segundo ( um pastor ganancioso) pode ser considerado um “homem de deus” e o terceiro (o traficante) um “filho do diabo”. Todos os três usam a mesma roupa, com os mesmos fins e ideais, mas apenas a sociedades usam títulos diferentes para cada um deles. Afirmo com toda certeza que os dois primeiros são mais perigosos que ultimo, mas a sociedade foi ensinada a ver de modo diferente e montam guarda apenas contra o ultimo e baixam a guarda para os dois primeiros. Todos os três são frutos da aceitação de uma sociedade que foi condicionada a ver coisas iguais de modo diferente e a uma chamar de bom e a outro de mal. A um chamar de santo e a outro de pecador. Em suma, eles não são considerados bons ou mal pelas coisas que fazem exatamente, mas pelos títulos que o precede sendo que agem do mesmo modo sempre.

Como gostamos de rótulos, títulos e capas! Cada um tem seu preço, mas o preço que a sociedade paga em todo, é o preço de não viver a vida em sua plenitude como poderia ser vivida por repassar suas responsabilidades a algumas pessoas seja por meio dos votos, dos dízimos ou do uso das armas.

Uma das coisas mais cômicas que existe quanto ao desejo de poder, é que aquela pessoa imatura, que hoje fora oprimida, sonha exatamente em um dia estar na posição do opressor para assim fazer “justiça”, mas cai no mesmo erro e se torna igual ou superior ao seu antecessor no nível de opressão, pois aquilo que ele acha que é justiça, não passa de vingança. São coisas diferentes! Quando não conseguem, criam partidos, ministérios, igrejas e facções paralelas para rivalizar com outros e ao invés de extinguir a estúpida sede pelo poder, só faz expandi-la. Foi assim com os impérios antigos, foi assim com religiões antigas e hoje não é diferente com as atuais. Modelos diferentes montados numa base tão antiga não podem trazer resultados novos.

Os conceitos de ser justo ou fazer justiça, que poderiam (ou deveriam) ser conceitos universais, são conceitos que variam de acordo com a representação da divindade local e o seu representante. Por trás de qualquer movimento religioso tem sempre um líder (ou louco) que diz ter ouvido uma voz particular de uma divindade, pedindo para fazer isso ou aquilo e em favor seus seguidores receberiam tantas vezes isso ou tantas vezes aquilo, seja nessa vida ou na próxima. Como o escambo praticado entre europeus e índios esses deuses negociam com os humanos por meios dos seus representantes.

Eu particularmente prefiro crer nos deuses que Jesus, Gandhi, Mandela e Martin Luther King representavam, do que os que Silas Malafaia, Valdemiro Santiago, Edir Macedo e alguns Papas das Cruzadas Medievais representavam ou representam. Eu prefiro crer num deus que dissolve o poder, distribui aos homens e ensinam que todos são iguais, do que crer num deus, que monopoliza o poder e ensinam seus servos a se acharem superiores a quaisquer outros grupos centralizando o poder em um homem só.

Já vi muitos gente criticando, por exemplo, a pessoa de Adolfo Hitler, por ter expandido a idéia da raça pura, a Raça Ariana onde dizia que todas as demais deveriam ser extintas, mas no fundo tais pessoas fazem as mesmas coisas quando perseguem, menosprezam e banaliza tudo que provem do outro em detrimento do seu. São formas disfarçadas de arianismo. Trazem perseguição, ódio e destruição do mesmo jeito.

Os mesmo sinais, prodígios e maravilhas que acontecem na igreja do outro não são verdadeiros. Na de quem fala foi deus quem realizou. Na de quem se fala foi o demônio quem o fez. Apenas o grupo do fanático é quem estar certo. Um projeto social só será grandioso e benéfico se for feito pelo meu partido. O do outro não. O time vencedor é sempre o meu. O outro, por mais belo que seja o seu desempenho será sempre o pior... Por Deus! Vamos parar com isso! Estamos destruindo a nós mesmo em nome de uma causa que não vale a pena! Se essas divindades realmente existem, eles são sádicos o bastante para verem suas criaturas se destruindo mutuamente em nome deles e eles apenas ficam assistindo, tranqüilos, relaxados, esperando que o desfecho se realize, as cortinas se fechem, e os atores morram no palco da vida! Só que nessa peça, eles quem ficam com o “OSCAR” e nós apenas com a produção. Pior que como somos meros mortais, só podemos encenar uma vez a mesma peça. Eles que são eternos, ficam apenas a nos assistir e ver a substituição constante do elenco nessa novela que se chama humanidade.

Quando o deus chamado egoísmo for vencido em cada individuo, “o homem” surgirá de entre a humanidade. Quando as pessoas assumirem responsabilidades pelos seus atos ao invés de ficarem transferindo a tudo quanto é divindade, quando entenderem que a vida se constitui também em deveres e não apenas em direito, perceberem que todos somo iguais e que não há um ser humano superior a outro, que os que nos lideram são apenas nossos servos e não nossos patrões, que o poder estar com as massas e não com os que a dominam, então quem sabe “ acontecerá” os céus, o paraíso, o nirvana, o gozo, dentro de cada um de nós! Muitos esperam que ele venha. Eu espero apenas que ele “aconteça”, pois está mais próximo de cada um de nós do que possamos imaginar.

Muitos do que esperam a vinda de um messias para fazer justiça a essa terra e concertar as coisas, se esquecem que são os primeiros cometerem crimes e que serão os primeiros a serem condenados caso isso ocorra.

Oprimir, enganar, ofender e manipular as pessoas e como forma de remissão fazer sacrifícios e oferendas aos deuses é o cumulo da imbecilidade. Nessa área, nós ficamos abaixo da cadeia, entre todos os animais. Danificam o mundo, a vida e as pessoas, e depois achar que os deuses tem obrigação de consertar, simplesmente por que você ofertou um boi, oi o seu salário todo como dizimo é muita babaquice. Ofender ao seu próximo que estar tão perto e convive com você ou para você e depois dobrar seu joelho e vai orar pedindo perdão a uma divindade que quem sabe esteja tão longe, quando na verdade você ofendeu a quem estar perto e é ao que estar perto que você deveria pedir perdão e não a sua divindade por um crime cometido contra o seu próximo. Onde isso vai parar? Será que os seres humanos sempre foram assim? Com esse grau de estupidez toda? Se levarmos em consideração tudo que nos diz respeito na maioria dos livros sagrados sempre fomos assim e provavelmente seremos assim. Mas considerando que toda literatura sagrada já produzida foi fruto da mente humana em nome de algum deus para atender uma necessidade local, eu prefiro acreditar que há esperança para a humanidade e que há bondade dentro do ser humano. Mas socialmente é vergonhoso demonstrar ser bom ou honesto, por isso muitos agem de forma errada e Poe a culpa no diabo.

Se todo conflito começa dentro do homem para depois vir a tona, a solução também estará dentro dele, caso contrário somos apenas marionetes dos seres superiores e frutos do combate inacabável entre eles, nos exigimindo dessa forma de toda culpa pelo que somos ou nos tornamos. Uma coisa ou outra. Não dá pra ser as duas coisas ao mesmo tempo. Ou somos frutos de nossas ações ou das ações dos deuses. Nesses casos, basta apenas descobrir onde estar a maldade a bondade e executa-la.

Texto escrito em 21/8/2015

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 28/08/2016
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