Metas

Vivi como se deve viver. Nos excessos e na escassez, na tristeza e na alegria, no belo e no sublime, nos prazeres mais supérfluos que o ser humano se rende pelo medo de acabar sozinho... em total isolamento. Só aquele que viveu isso sabe o caos que se pode chegar a ser a própria existência. Mais ainda necessária e fervorosa que pode ser a ideia da morte. A Libertação das incertezas, da dor, do sofrimento, da opacidade, do infame.

Vivi o suficiente. Não para reconhecer na vida as nuances mais superficiais e generosas, mas para esclarecer aqueles tristes e traidores estados que aprisionam entre grades a maldade, a desventura, a desgraça. Só aquele ser que viveu deste modo reconhece o indispensável que se torna o planejamento de uma morte voluntária. Não é que eu pense de uma forma extremista, mas se disso depende que continue vivo, tenha a certeza de que eu arriscaria os batimentos do meu coração. A existência me pesa muito mais do que os lençóis que seguram meu corpo fraco e deteriorado pelo tempo.

Por que continuo agarrado à vida? seja o que for, é estúpido continuar apegado a algo sem metas, sem propósitos.

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 25/08/2016
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