Somos uma epigrafe de braços cruzados.

Sabemos nós que toda nossa existência se resume em três fazes, nascer-viver-morrer, entre meio esse e tempo, temos uma história que irá nos definir, que irá nos colocar onde devemos estar, mesmo que talvez não seja o melhor no momento, vale lembrar que a vida é feita de momentos, mas depende de nós tornar esses momentos agradáveis, alguns chegam ao limite do insuportável, porém sabemos que não são eternos, por mais que pareçam, o fato milagroso do nascer já nos diz muito, quem não gostaria de ficar na zona de conforto da barriga da mamãe recebendo os mimos de todos que o cercam, talvez por isso choramos ao nascer, mas lágrimas resumem tantas coisas, alegria, emoção, angustia, várias palavras boas e más, fico pensando em como será minha posteridade se eu continuar de braços cruzados, que história será essa que eu conto e vou montando, se não descruzo os braços na epigrafe do cotidiano, achando que a responsabilidade pelos acontecimentos também não passa pelas minhas mãos, olho ao redor e vejo o resultado de anos de braços cruzados esperando que os outros descruzem pra minha vida melhorar, e colocamos nossos sonhos nas mãos de quem não sonha, perdendo assim a chance de escrever seu nome na história, como Santos Dumont, que de tanto sonhar de braços abertos conseguiu voar, e ver esse nosso Brasil terno dos sonhos verde amarelo, e muitos outros que morreram sendo conclusão e não epigrafe, Como todas essas pessoas, quero ser lembrado pelo bem que tive coragem de promover, jamais pelos braços atrofiados por nunca sair do lugar.

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 28/02/2016
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