Somos uma epigrafe de braços cruzados.
Sabemos nós que toda nossa existência se resume em três fazes, nascer-viver-morrer, entre meio esse e tempo, temos uma história que irá nos definir, que irá nos colocar onde devemos estar, mesmo que talvez não seja o melhor no momento, vale lembrar que a vida é feita de momentos, mas depende de nós tornar esses momentos agradáveis, alguns chegam ao limite do insuportável, porém sabemos que não são eternos, por mais que pareçam, o fato milagroso do nascer já nos diz muito, quem não gostaria de ficar na zona de conforto da barriga da mamãe recebendo os mimos de todos que o cercam, talvez por isso choramos ao nascer, mas lágrimas resumem tantas coisas, alegria, emoção, angustia, várias palavras boas e más, fico pensando em como será minha posteridade se eu continuar de braços cruzados, que história será essa que eu conto e vou montando, se não descruzo os braços na epigrafe do cotidiano, achando que a responsabilidade pelos acontecimentos também não passa pelas minhas mãos, olho ao redor e vejo o resultado de anos de braços cruzados esperando que os outros descruzem pra minha vida melhorar, e colocamos nossos sonhos nas mãos de quem não sonha, perdendo assim a chance de escrever seu nome na história, como Santos Dumont, que de tanto sonhar de braços abertos conseguiu voar, e ver esse nosso Brasil terno dos sonhos verde amarelo, e muitos outros que morreram sendo conclusão e não epigrafe, Como todas essas pessoas, quero ser lembrado pelo bem que tive coragem de promover, jamais pelos braços atrofiados por nunca sair do lugar.