Textualidades
O que dizer da palavra que me leva ao mais distante horizonte?
O que dizer da palavra que me desafia a ouvir seu mais profundo silêncio?
Sem respostas, chego-me a elas. Chego-me ao sentido do discurso das palavras de outros, exatamente porque elas entendem os sentidos das minhas.
Sou leitor da palavra. Sim, sou leitor.
Um leitor das palavras que o autor não foi capaz de preencher seus vazios.
Um leitor de palavras que junta outras palavras para uma espiralar significação.
Embebido dos sons, das imagens, dos sentidos das palavras move-me pelas "textualidades" que fazem apto ao discurso fundador de meus estudos, de minhas pesquisas.
Pesquiso a palavra-ação. Palavras-ficção e, em profundo acontecimento semiótico.
Apegado aos discursos fundadores de minhas palavras extrapolo, mesmo sabendo que meu leitor encontrará espaços vazios em minhas palavras, meus letramentos, minhas leituras imagéticas e metafóricas.
Sou também um escritor da palavra. Um produtor da palavra-texto que terá seus vazios preenchidos pelos meus leitores.
O que consigo preencher dos vazios deixados pelos autores que leio?
O que meus leitores usarão para preencher os espaços vazios de minhas palavras.
Será que as textualidades que leio e as dos me leem estão se encontrando nos mesmo discursos?
O dizem meus leitores quando escutam o silêncio das minhas palavras?
O que meus leitores veem além do horizonte de minhas palavras?
Vejo no silêncio e no horizonte das palavras os sentidos que necessários às minhas.
Do porão e do mais alto horizonte, filio-me ao discurso dos que anseiam pelo encontro com minhas palavras. E, em soluço e glória guardo a expectativa de um encontro de palavras que jamais ficará preso a textualidades de leitores.
Leitores é apenas um percurso que fazemos.
Textualidades é o discurso que fazemos para que as palavras se encontrem nos sentidos de discursos-outros.