S.C. Internacional - Campeão do Mundo FIFA

Eu vos disse que não esmorecessem!

Eu vos disse que acreditassem!!

Eu vos disse que o Inter seria campeão do mundo!

Nada é por acaso! Estava escrito que tinha que ser assim! E o Luís Fernando Veríssimo brilhantemente ilustrou isso na sua coluna de segunda-feira. Tudo que está acontecendo hoje é conseqüência. Tudo o que aconteceu antes é prólogo. Não existe triunfo verdadeiro sem luta, e felizes hoje são aqueles pequenos que não se perderam nas conquistas do grêmio dos anos 90. Eu era pequeno lá, e a rivalidade com meus amigos que me manteve do lado vermelho. Muitos torcedores que nasceram na época dos maiores títulos do grêmio são hoje gremistas pelos títulos, não pelo coração. Eu amarguei 3 anos sem ganhar grenal, no primeiro, segundo e terceiro ano do segundo grau. Vi o grêmio vencer sem merecer e o Inter ser eliminado de competições por puro azar. Vi também dois quase rebaixamentos que seria a humilhação extrema.

Tudo isto me manteve colorado. Nada me tirou a confiança. E eu tinha confiança que tudo conspirava em favor do Internacional, que nós seriamos campeões. E tudo, tudo, mas tudo que ocorreu na minha vida foi recompensado domingo. Nós somos o maior time do mundo. O Colorado, ali da Pd. Cacique, do bairro Menino Deus, Cidadela de Porto Alegre, dos confins frios e cinzas do pampa gaúcho, sul da América, Oeste do planeta Terra, terceiro planeta da via-láctea. Os olhos de quem gosta de futebol estão virados pra cá. Não por que somos campeões do mundo, mas por que derrotamos o todo poderoso Barcelona. O imbatível, o time milionário das estrelas. E eles jogaram bem e nós fomos melhores. Tivemos o reconhecimento até dos gremistas na nossa demonstração de garra gaúcha, de time que sabe que é pior e joga pra ganhar o jogo, não pra dar espetáculo.

Assim aconteceu. Com tudo que tinha que ter, sangue, raça, superação, vontade, marcação. Este foi o Inter guerreiro, hoje admirado em sua vontade pelo resto do país e por todo o mundo.

Mundo este que agora tem seu novo endereço, na Pd. Cacique. São mais de 12mil quilômetros de um pólo ao outro. A área total ultrapassa os 510 milhões de quilômetros quadrados. Lá moram 6 bilhões de pessoas. E todo ele cabe no salão de troféus do Internacional. Ta, talvez tenha que aumentá-lo um pouco.

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O Jogo

Foi a vitória do futebol que eu gosto contra o futebol que eu não gosto.

O Inter estudou o Barcelona. Durante 3 dias os jogadores viram 4 jogos do Barça, estudaram as táticas deles, as principais jogadas, como parar o ataque, como dominar o meio de campo, como fazer um contra-ataque perfeito.

E com disciplina alemã o Inter marcou e deu o tiro na hora certa. Foi como aquele lutador de boxe médio que encara o Myke Tyson. Não teve vergonha de ficar uns 10 rounds só se defendendo pra depois acertar só um golpe certeiro, que define a luta. Foi a vitória do futebol tático contra o futebol mágico, da ginga, da malandragem. Venceu a inteligência.

Iarley foi um craque. Edinho, Índio, Ceará, Clemer... todos guerreiros. Abel é gênio. Na hora que ele pôs Gabiru eu disse: “O cara ganhou o grenal, né. E quando o Abel coloca uma surpresa em campo o cara faz gol” E o Inter foi valente pra buscar a vitória. Todos integrantes desta verdadeira seleção brasileira que é o Inter, mas que incorporaram o espírito gaúcho de jogar na força e na disciplina tática, foram valentes. A raça gaúcha hoje é exaltada pela imprensa do centro do país. Ela tanto foi importante que Edinho se ajoelhou e beijou a bandeira gaúcha ao chegar ao Beira-rio. Fernandão comemorou o título em Yokohama enrolado na bandeira. Adriano Gabiru, quando chegou no estádio disse: “O Rio Grande do Sul merece esse título”. O Galvão Bueno disse no bem amigos que a vitória do Inter sobre o Barcelona lavou a alma da atuação apática da seleção do Brasil na Copa.

Eu sei que, mais do que nunca, o Internacional é a glória do desporto nacional. É o orgulho do Brasil, do Rio Grande, da América e agora do mundo!

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Publicado em 26/12/2006

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