Pelos Sonhos, Ainda Vivos
Mais alguns companheiros e camaradas morrem na América Latina.
Quem são? Não sei, já não possuem uma identidade própria, um rosto, um nome. São centenas, são milhares.
Podem ser Dayana e Gabriel (http://anncol-brasil.blogspot.com/2007/06/assassinados-dois-dirigentes-da.html), podem ser os mais de 300.000 colombianos mortos pelo terrorismo de Estado e pelos narco-paramilitares de direita das AUC, podem ser as dezenas de mortos na luta por reforma agrária no interior do Brasil, como os 19 companheiros de Eldorado dos Carajás.
São tantos, apenas entre os recentes, que seus nomes já nem mais podem ser listados.
E não se está falando nem dos oficialmente chamados “anos de chumbo”, por que passou todo o continente ao sul do grande império, apenas daqueles de quem a saudade é atual, sentida com o coração, não ainda com a nostalgia das remotas lembranças.
Sonhos encerrados a fogo, lutas interrompidas pela força, a busca por justiça barrada pela violência, o sentimento fraterno e solidário combatido pela brutalidade e truculência.
Mas no momento não podemos nos dedicar muito a chorar tais ausências. É preciso continuar a caminhada, continuar a trilhar o caminho percorrido por eles, no mesmo rumo, com o mesmo objetivo.
Não nos permitiremos chorar por seu sangue derramado, nos dedicaremos a manter acesa a chama que os moveu, tendo-os como exemplos de um sonho possível, um sonho que manteremos vivo, que continuaremos a buscar, até transformá-lo em realidade.
Camaradas, seus sonhos continuam vivos e sua presença ainda é sentida!
Aqueles que tombam na luta não morrem, estarão sempre presentes, em nossos corações e mentes!