Precisamos ser quem éramos quando não éramos nada.

Às vezes a correria do dia nos faz alheios a nós mesmos! Conhecemo-nos cada vez menos e nos é estranha a imagem que se materializa no espelho sempre que nos colocamos diante dele! Nossos pensamentos estão cada vez mais divagados daquilo que, possivelmente, nos faria bem e, notoriamente, estamos mais focados em materialismos que somente acrescentam angústia e insatisfação dentro de tudo o que somos. E então, o cansaço faz-se desculpa para nada realizarmos!

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Lentamente, estamos nos distanciando daquilo que éramos quando não éramos nada! Queremos, a todo instante, tudo o que os outros querem e têm! Necessitamos sempre de atenção, ainda que seja negativa! Pedimos... imploramos... Obrigamos... Sugerimos... E, nessa dinâmica, nada oferecemos! Por que nos é mais cômodo querer! Ganhar!

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Eu estou no meu lugar no mundo? Devo insistir naquilo que acho certo, ainda que o mundo me arremesse pedras por acreditar no meu iminente erro? Até quando devo me reerguer, pois certamente cairei mais vezes? E levantar meu próximo, posso? Devo fazê-lo? Tenho sido uma boa pessoa? Quando devo me enxergar ao olhar por dentro do olho de meu semelhante? Qual é meu caminho nesse mundão de imensas porteiras? Essas são perguntas que diariamente deveríamos nos responder, porque o mundo as lançam em nossa cara todos os dias, desde o momento em que fomos concebidos!

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Sim! Os cansaços são justificáveis! São boas desculpas para tudo o que não conseguimos realizar... Mas até quando nos esconderemos por debaixo deles? Até quando serão escudos que nos protegem de nós mesmos? Precisamos nos reaver do tempo... Desacelerar... Doar um pouquinho mais de nós para nós mesmos... Oferecer mais sorrisos e deixar que os outros percebam nosso brilho...

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Precisamos, sim, nos reconhecer! Nos querer por perto! Nos encarar mais vezes ao espelho, porque estamos cada vez mais distantes de nós mesmos! Precisamos, pois, nos alinhar... Não com "as órbitas dos planetas", mas com o emaranhado de conflitos que criamos em nossa cabeça sem necessidade alguma!