MENINO, A BONECA NÃO É PARA VOCÊ!!!

Dia desses, usei essa frase com bastante convicção. Essa boneca não é para você, meu filho!!!

E agora repito: A boneca não é para você, menino!

Identifiquei uma doença bem comum em nosso meio. Pensei até nomeá-la “Mal de Eva” como fazem com as novas descobertas, em homenagem aos estudiosos responsáveis (Mal de alzheimer, Mal de Parkinson, e por aí vai...). Agora não quero! Não quero meu nome envolvido em situação de escravidão, posto que amo a liberdade!

Enquanto nome não tem, nome que bem lhe cabe: MAL DE BÁRBIE...

Sendo assim, meu filho, repito: A boneca não lhe cabe!

Que me peças uma boneca liberta!

Que seja uma boneca mente aberta!

Essa não!

Não quero apologias à escravidão...

Essa é escrava da ostentação!

Escrava do consumismo e da futilidade.

Escrava dos modelos, dos padrões de beleza...

Literalmente mulher de plástico...

Essa não tem nenhuma liberdade.

Que nos façam bonecas coloridas...

Bonecas de Joana D’Arc, de Olga, de Frida,

Bonecas de Anita Garibald, de Emma Goldman, de Maria Lacerda Moura....

Que nos façam bonecas secretárias, professoras, faxineiras...

Que nos façam bonecas guerreiras!

Essas podem vir de mochila às costas,

Que aguentem o tranco, das cinco as dezenove!!!

Então sim!!! Comprarei as que me couberem no bolso.

Ou então, que da Bárbie, nos façam nova versão...

Compro-te também!!! Se fizerem uma que venha com menos pernas alongadas e cintura delgada... E com uma cabecinha maior que mostre que ali, cabe um cérebro pensante.

Compro-te se fizerem uma com alguns quilos a mais, no corpo, no cérebro e no coração...

Compro-te também, uma que venha com cabelos desalinhados pelo vento da janela aberta do circular,

Que tenha não os cílios alongados pela maquiagem, mas o próprio olhar estendido, alongado para os horizontes...

E só pra tirar a dúvida, quantas Bárbies negras têm mesmo???

E brinque bastante, meu filho! Brinque com as bonecas, e não com as mulheres...

Deves aprender a amar, e não a repudiar a imagem feminina...

Vai crescendo assim, meu filho, que a doença de Bárbie não te acomete...

Vacina, sempre tem!