DISCURSO DE FORMATURA - 2014 - subtítulo: 234 escolas diferentes
Discurso de formatura
2014
Orador (9º ano): prof. André Luiz Raphael
234 escolas diferentes!
Boa noite a todos! É com imenso prazer e honra, que venho aqui representar nossa equipe escolar, a qual admiro e me orgulho muito. Fica registrado o nosso agradecimento a todos os envolvidos nesta bela construção que foi o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido neste ano de 2014. Olhando para todos vocês e olhando para todo este ano letivo ao qual vivemos fortes emoções e boas histórias para serem guardadas, me vem à mente a imagem de um imenso e belo jardim, onde sementes foram plantadas, cultivadas, florescendo do chão-de-sala-aula para a vida, tal qual o desabrochar de uma rosa, que, apesar dos espinhos e obstáculos do caminho, jamais perdeu sua beleza e seu perfume.
Assim também foi o caminho do conhecimento construído até aqui! Um caminho prazeroso e árduo, que muitas vezes nos testou, nos provou, nos colocou no “olho do furacão”, na “bacia das almas” (né, dona Eliani!) enfim, algo que sempre exigiu escolhas, respostas e soluções de cada um de nós – convertendo-se, muitas vezes, em um verdadeiro “Decifra-me ou devoro-te!”. Contudo, ao final do filme e no encerramento da peça, naquele momento quando as cortinas se fechavam, percebemos que não éramos mais as mesmas pessoas do início. O processo e o percurso vivenciado nos transformaram e nos fortaleceram e tudo isto, certamente, trouxe um grande contentamento. Tanto é que Marahtma Gandhi, grande mestre, líder e pacifista indiano, dissera, certa vez, algumas palavras sobre esta sensação. Ele dizia que a felicidade não estava no fim do caminho! A felicidade era é o próprio caminho!” Ou seja: cada momento vivido foi uma oportunidade única de aprendizado! Cada vírgula, cada exclamação, cada gesto, cada ação, cada interação foram muito importantes para a nossa formação pessoal, social, acadêmica e etc. Caros formandos, não ignorem as lições dos segundos, pois pessoas que ignoram as pequenas lições da vida e os pequenos detalhes do cotidiano não são diferentes daquelas que pensam que a vida é apenas um mero intervalo de tempo entre o nascimento e a morte. Aliás, resumir a vida é empobrecê-la, pois a vida é curta, todos sabemos, mas não precisa ser pequena. A vida tem limites, mas não precisa ter fronteiras. Portanto, viva, aproveite e jamais desperdice cada momento de sua vida.
E eis que um grande dilema surge então: como fazer para não desperdiçarmos a vida? Como fazer para não torná-la medíocre ou pobre? Será que estou perdendo o meu tempo? Bom, em primeiro lugar, segundo os grandes mestres da educação e de outras instâncias, temos que ter em mente o que queremos e qual é a nossa meta pessoal. Definir intenções, desejos e objetivos é essencial. É como utilizar um GPS de última geração em uma longa jornada, minimizando significativamente riscos de se perder ou de ficar “à beira do caminho”. Lewis Caroll, autor de “Alice no país das maravilhas” certa vez escreveu: “se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Mas, será que é assim mesmo? Será que todo trajeto serve? Será que todo caminho conduz a um desfecho feliz? Será mesmo?
O segundo passo é compreender que nossa formação deve estar sempre atrelada com as necessidades da comunidade a qual pertencemos. O bom aluno de hoje certamente será o bom profissional de amanhã. Mas, não se iludam! Bom aluno não se resume tão somente àquele que tira boas notas em algumas provas realizadas na escola. O termo “bom aluno” se aplica, por excelência, ao estudante que desenvolve habilidades, competências e valores em todos os momentos proporcionados pela atmosfera escolar. Geralmente alunos que desenvolvem valores como ética, assertividade, resiliência, proatividade, parceria e liderança transformam-se naqueles profissionais mais procurados pelo mercado de trabalho. Ora, sejamos francos, se teus amigos, teus professores, teus vizinhos, teus colegas de classe e outros tantos lhe consideram uma pessoa agradável, competente e importante para o convívio, por que as empresas haveriam de achar diferente?
E, por fim, chegamos ao terceiro e último passo, que consiste em refletir sobre como você administra a sua vida e como se relaciona com as pessoas. Mário Sérgio Cortella, filósofo, escritor e professor da PUC-SP, certa vez disse em uma de suas palestras motivacionais que: “afeto e conhecimento existem para serem compartilhados. E se forem guardados, certamente, se perderiam”. E das inúmeras provocações filosóficas que o prof. Cortella fez em sua palestra, selecionei algumas que se aplicam a nós. São elas:
1ª “Qual é a tua obra?”
2ª “Qual é o teu diferencial?”
E esta última que é a minha favorita:
“Se você não existisse, que falta faria?”
E agora lanço a pergunta de Cortella a vocês, caros alunos:
“Se vocês não existissem, que falta fariam?”
E esta última pergunta leva-nos a refletir que “é pelos frutos que se conhece a árvore”. Palavras e aparências podem enganar, mas atitudes jamais enganam! Nossas ações revelam quem somos em essência, nossas obras definem o nosso caráter e o nosso valor! E hoje é um dia de comemoração, resultado destas obras que construímos até este ponto da jornada. Neste exato momento, não temos apenas uma escola única no recinto, temos aproximadamente, se não me falha a memória, 234 escolas diferentes, 234 vivências, 234 experiências de aprendizagem distintas. Enfim, temos 234 respostas para um mundo carente de auxílio e transformação. Tudo isto reunido dentro de cada formando presente nesta solenidade. Cada um com uma fatia desta história, cada um com uma característica própria que se integra na coletividade, pois a escola é muito mais que parede, lousa, datashow, biblioteca e laboratório de informática. A escola somos nós! Todos nós! Parabéns a todos os formandos e seus familiares, por mais esta vitória, por mais esta conquista e que venham outros desafios! Isto não é o fim! É apenas um novo ciclo. Trata-se apenas de um novo começo! Felicidades a todos. “CARPE DIEM!” (Aproveite o dia!). Namastê.