Discurso de Formatura da Turma 2005.2 do Curso de Ciências Contábeis da UFRN Caicó, de minha autoria, Orador da Turma.

Colegas formandos, padrinhos, pais, mães, e demais convidados, Boa Noite!

Desfaleçam-se as descrenças. Sintam-se vencidos os desafios. Mostre-se nascido e vivo o sentimento efervescente da conquista; a chegada e a perenidade do triunfo.

Caros presentes, não porque seja tão efusiva e gloriosa a comemoração, devais pensar que fora fácil e mágica a luta e a construção deste momento. Necessário sempre fora expelirmos nossos demônios do desânimo e recebermos as dádivas que a vida nos oferecera de experiências, tropeços, recomeços; peças de um quebra-cabeça chamado sabedoria. Formas que Deus utiliza para nos mostrar que a vida é, além de um fenômeno estático para alguns, uma missão de glória e constante evolução para os demais.

A cada dia de nossa vida, desde que nascemos, o conhecimento se torna o objeto de interação entre nós e o meio. É a forma de possuirmos o desconhecido, apreendermos sua essência e compreendermos sua existência e funcionalidade.

Assim crescemos, descobrindo os mistérios da vida, o sentido das coisas. Estudamos por anos visando a uma formação pessoal e profissional escolhida por nós.

Foram vários os caminhos trilhados para chegarmos aqui. As razões as mais diversas: o sonho, a necessidade, a sobrevivência, o desenvolvimento, o prazer. E a energia que manteve sempre acesa a chama da continuidade foi o desejo de conseguirmos dizer “Nós vencemos!”

Adentrar na Contabilidade fora dos desafios o primário e mais difícil. É imensa a responsabilidade que devemos ter para com o fiel cumprimento dos princípios e conhecimentos desta ciência moderna e moça, que dá vida às empresas, e lhes presta não somente a sobrevivência como o crescimento e a constante evolução em busca do sucesso.

Hoje lembramos carinhosa e respeitosamente do Guarda-Livros, embora não seja mais essa a face que a Contabilidade dá ao seu profissional. Em qualquer que seja a área de atuação do contador, somos hoje Contadores Gerenciais. O mercado globalizado e vorazmente competitivo nos exige isto e não nos exime desta responsabilidade.

A revolução tecnológica através da Informática prestou-nos um serviço essencial e irreversível: não mais nos compete escriturar débitos e créditos, mas analisá-los e metamorfoseá-los em informações que construam idéias e mostrem caminhos e trilhas de sucesso para os nossos clientes, ou quaisquer usuários e beneficiários da Contabilidade. Nossa tarefa, colegas formandos, é idealizarmos e pragmatizarmos o desenvolvimento das empresas e conseqüentemente da sociedade em geral.

Não pensais que a essência de nossa ciência tornou-se banal, mas que o conhecimento que praticamos possui as bases que o sustentam, e são muitos os novos frutos, que vêm com a modernidade, com a evolução, com o desenvolvimento da humanidade, com o crescimento dos mercados.

As ciências possuem verdades perenes, históricas, mas descobertas fabulantes. Assim também é a Contabilidade. Reconhecida humanamente como a ciência que estuda o patrimônio das empresas, não se limita a isso, na forma tão passiva de seu conceito, mas age como ente criador, mantenedor, evoluidor, recompensador, necessário e essencial.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte fora o palco de nossas transformações. No campus Caicó jazem os momentos de encontro, confraternização, desencontros, discussões, convivência. Ali absorvemos empírica e metodologicamente os princípios e conceitos contábeis na busca pela verdade e pelo saber. Se não foram plenos os recursos existentes, foram ao menos satisfatórios. Nossa mente percorre as entranhas daquele lugar. Da biblioteca ao laboratório, permanece o espectro da nossa rotina e dedicação diárias.

Amanhã seremos novos no mercado de trabalho contábil. Dividiremos o espaço com mais de 2.000 contadores no nosso estado e mais de 183.000 no Brasil. Mas não cessarão de existir os nossos sonhos, os desafios, a vontade de vencê-los, a certeza de superá-los. A força que nos conduzira à conclusão do curso continuará a existir em nosso cotidiano.

Lembremo-nos dos nossos entes queridos, dos nossos pais, mães, avós, tios, que jamais mediram esforços para nos propiciar o saber, a oportunidade de estudar, a dádiva do conhecimento. Aos que nos assistem dos céus, o agradecimento pela proteção e pela luz. Desejamos que estejam felizes por nós e que compartilhem conosco deste momento de comemoração e júbilo. E aos parentes que conosco compartilham as alegrias e tristezas da vida, e que também sempre se dispuseram a nos ajudar e nos apoiar neste projeto profissional que hoje concluímos, agradecemos com alegria e serenidade.

Tornam-se pois válidos todos os sacrifícios praticados em nossa caminhada. Congratulemos os de nós que conviveram diariamente com as estradas, sempre guardadas pelos bons fluidos do nosso bom Deus. E os que evoluíram seus espíritos, construindo relações de amizades que perdurarão pela vida, e quiçá, eternas, felicitemos. Ainda àqueles que conseguiram descobrir com o outro as suas lacunas de desenvolvimento, que, com a humildade cristã que nos foi ensinada, possam crescer e prosperar.

Agradeçamos aos nossos mestres, que nos ofertaram o conhecimento da ciência, que nos lecionaram com dedicação e responsabilidade e que hoje têm um pouco de si gravado na lembrança de cada um de nós. Se nem sempre a compreensão e a comunhão pairou é porque incitados pelo aprender, buscávamos todos sempre mais. Eles nos deixaram o saber, assim como também o faz o tempo. O tempo de parar, de pensar, de olhar, de ouvir, de falar, de sentir, de desculpar, de esquecer.

O tempo, às vezes, é como a morte: é mudo, unilateral, rompente. Utiliza a distância como sua ferramenta para dar vida e forma à tupiniquim saudade. Que inebria o homem, arrefecendo o imunológico da dor, da ira, do rancor, que dá lugar à compreensão, ao amor, à empatia. Coisas que nos completam, e como uma folha aleatoriamente trazida pelo vento de um entardecer rural, extasiam e nos enchem de vida, que é evolutiva, vibrante, cicatrizante e misteriosa, como também é o tempo.

É necessário, colegas concluintes, que reflitamos sobre a responsabilidade moral e social que pesa sobre nossas costas. Devemos empunhar a bandeira da ética, da humildade, da solidariedade, do amor, para que consigamos contribuir com a evolução de nossa sociedade e redução dos déficits sociais que o nosso país enfrenta.

Pratiquemos o voluntariado. Pois assim elevamos nossa alma a Deus, enriquecemos nossa consciência com a certeza da boa ação feita. E ajudamos ao próximo, que é irmão nosso e merece nossa dedicação e nosso carinho. Não queiramos somente desejar os louros pecuniários de nossa profissão.

Hoje e amanhã, não nos esqueçamos de comemorarmos durante toda a noite. Pois é grande a graça e a felicidade nos impregna. Estouremos as champanhes da vida, entreguemo-nos ao sortilégio do prazer, sintamo-nos encher o coração de alegria e o entalar da garganta com o desejo de que possamos gritar em alto som o quanto é venturosa a conclusão desta etapa de nossas vidas. O quanto é bom sermos felizes e realizados.

É com apreço e gratidão que manifestamos nossa palavra, e que a partir de então, seja ela uma representação da paz, do amor e da vida. Hoje Deus nos deu a sua luz como dádiva para que iluminemos a mente e sejamos fiéis colaboradores e praticantes de sua missão para com a humanidade.

Através da Contabilidade, temos a certeza que podemos e devemos construir um mundo justo, humano e sempre melhor.

Hoje, as estrelas do céu pararam de brilhar... pois só quem brilha agora são os nossos olhos e a nossa alma. Para cada brilho, um sonho, para cada sonho, um sentimento, para cada sentimento, uma vida. Para cada vida, cada um de nós.

Muito obrigado!