ERA UMA VEZ... (Texto lido por uma aluna no discurso de encerramento da Oficina Literária, dentro do Projeto Ler é Poder) em homenagem a Mário Feijó

Muitas histórias que ouvimos, lemos ou contamos começam assim... E todas elas mostram encantamentos, sorrisos, poesias, alegrias, tristezas, derrotas, descobertas e vitórias. Sentimentos mesclados em convívios, pouco prováveis ou esperados de personagens diferentes entre si, porém com um “algo” em comum, descoberto só no final da trama.

Muito parecidas com essa história... Então...

Era uma vez, em uma pequena cidade, no interior do estado do Rio Grande do Sul, um grupo de pessoas que sonhavam... Sonhavam o dia em que palavras bonitas como criticidade, cidadania, responsabilidade, autonomia, entre outras, fariam parte no cotidiano do ambiente que escolheram para exercer, talvez o mais digno dos ofícios, bem como da sociedade como um todo.

Porém, cada um desses personagens, via-se solitário em sua caminhada. Lutando dia a dia com suas próprias “armas”, à sua própria maneira.

Um dia, sem muita pretensão, a esses sonhadores foi apresentada a possibilidade de unirem-se e, então “lutar” no mesmo pelotão, contra as forças da mesmice didática.

Em uma noite qualquer, escolhida e agendada previamente, encontramo-nos em um ambiente sóbrio, amplo e decorado com telas de base transparente, executadas por aquele que vinha à nossa frente.

Homem maduro, com voz firme e palavras suaves, contou sua vida como numa retrospectiva de final de ano. Amores, conquistas, derrotas, dores e satisfações narrados sob um charmoso sotaque... Inicia-se uma relação ambígua e cúmplice, regada a cafezinhos, quitutes e sorrisos.

Seguindo instruções, mesmo sem entender muito o propósito, os primeiros passos no mundo da escrita eram dados. Protegidos por personagens fictícios ou impulsionados por lembranças, aos poucos, cada um mostra sua essência.

E o homem... O homem elogia, incentiva, aplaude e comemora a cada palavra lida, a cada sentimento exposto naturalmente. Alheio aos protestos inerentes a qualquer mudança, ele prossegue, guiando o grupo a um mundo mágico. Tal como um adulto o faz em relação a uma criança em evolução.

E, sem perceber, as relações se estreitam e os objetivos clareiam.

Finalizando textos, criando poesias, produzindo textos próprios ou, simplesmente, brincando com as palavras, os passos se firmam. As relações entre esses encontros e a prática na sala de aula harmonizam-se como em uma sinfonia melodiosamente agradável.

Palavras mesclam-se entre sentimentos e pensamentos, bailando em diferentes vozes. Expressões linguísticas unem-se com a finalidade de exteriorizar vontades e sonhos, tecendo obras literárias. Talentos são garimpados um a um e joias são polidas, realçando seu brilho interior.

E assim, envolvidos por inebriantes possibilidades, recentemente descobertas, esse grupo não será o mesmo. Bem como não permitirá que os que o rodeiam também o sejam.

No mundo da escrita existem muitas bifurcações, porém, é via de mão única. Uma vez nele é impossível retornar ao seu início.

Indiferente de idade, vivência ou, tão pouco, trajetória... Todos tem histórias a escrever, a contar.

Com esse pensamento fortalecido e a certeza de ser possível, os passos tornam-se mais seguros e firmes em busca dos ideais compartilhados.

E, dividindo sonhos, magias, aventuras e conquistas, esses sonhadores foram felizes para sempre... Naquela cidade do interior do Rio Grande do Sul.

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12/07/14

Kátia de Souza Castro
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 29/07/2014
Código do texto: T4901142
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