MONÓLOGOS INESQUECÍVEIS DO CINEMA # 02: RATATOUILLE


     Uma das melhores produções da Pixar, Ratatouille é notável tanto em sua narrativa, que diverte com piadas inteligentes, quanto em seus subtemas, destacando-se neste sentido o próprio conceito de arte que com Anton Ego e sua relação indireta com o protagonista, elevam o filme à um outro patamar. Neste sentido, o monólogo aqui transcrito resume perfeitamente este subtema: 

 

     “De várias maneiras, o trabalho de um crítico é fácil. Nós arriscamos muito pouco e, a despeito disso, desfrutamos de uma vantagem sobre aqueles que submetem seu trabalho, e a si próprios, ao nosso julgamento. Nós nos refestelamos escrevendo crítica negativa, que é divertida de escrever e de ler. Mas a verdade amarga que nós, críticos, temos que encarar é o fato de que, no grande esquema das coisas, até o lixo medíocre tem mais significado do que a nossa crítica assim o designando. Mas há momentos em que um crítico verdadeiramente arrisca algo, e isso ocorre na descoberta e na defesa do novo. Noite passada, eu experimentei algo novo, uma refeição extraordinária preparada por uma fonte singularmente inesperada. Dizer que tanto a refeição quanto quem a preparou desafiaram meus preconceitos é uma grosseira simplificação. Ambos me abalaram em meu âmago. No passado, não fiz segredo do meu desdenho pelo famoso lema do Chefe Gusteau: Qualquer um pode cozinhar. Mas só agora verdadeiramente percebo o que ele queria dizer. Nem todo mundo pode se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar. É difícil imaginar alguém com origem mais humilde do que o gênio agora cozinhando no restaurante Gusteau’s e quem, na opinião deste crítico, não é nada menos do que o maior chef da França. Estarei voltando ao Gusteau’s em breve, faminto por mais”.


     Agora pensem neste monólogo recitado pela voz marcante e inesquecível do imortal Peter O'Toole... Um ator que certamente nos deixará imensas saudades!