MANISFESTO EM DESAGRAVO ÀS VÍTIMAS DE PRECONCEITO RACIAL NO BRASIL!

Durante quatro longos séculos o negro sofreu o flagelo da

escravidão, que, infelizmente, a utopia da abolição não pôs

fim. Como retribuição por seu martírio, foi condenado às mais infelizes margens da nossa sociedade. Considerado raça inferior, cogitou-se em apagarem seus vestígios, enviando-o de volta á África ou embranquecendo o País por meio de seu cruzamento com os imigrantes europeus. Em épocas mais contemporâneas ainda é possível observar resquícios provenientes desses indignos tempos. Reporto-me ao início dos anos 80, quando eu fui impedido de frequentar a piscina de um condomínio na Barra da Tijuca por ser uma criança negra e até hoje ainda existem pessoas vivenciando situações semelhantes a qual eu passei. O preconceito insiste em se camuflar por trás da máscara demagógica do nosso País, em um discurso falacioso. Espero que as nossas crianças, os brasileirinhos de hoje, isentos de tão triste índole, ao assumirem as rédeas de nosso futuro possam, sim, erradicar essa grave doença de uma vez por todas. Mas por enquanto resolvi criar uma canção que pudesse servir de arma para o cidadão vitima do preconceito racial, pois somos todos iguais, miscigenados pela graça de Deus. E essa canção acaba ganha força na voz e na dança de uma brasileira preta e branca, híbrida: a nossa rainha vingadora, como declara Nelson Motta, a guerreira Daniela Mercury. Por meio de seu cd “Carnaval eletrônico”, do qual, além de mim, também participam Lenine, Gilberto Gil, Carlinhos Brown e outros abolicionistas pós-modernos da cultura brasileira. Brademos um Brasil despido de preconceito, pois somos juntos uma poderosa nação, uma mistura com a mesma estrutura, a beleza pura.

"Todo mundo aqui é branco e preto...

Todo mundo aqui é preto e branco"

Esse é o meu grito....

Esse é o meu canto..."

(Dudu Fagundes, O Maestro das Ruas)