Como um barco a navegar
Refletindo um pouco, sentado em meus lençóis, pensei no quão efêmera a vida pode ser, esse fardo, esse papel, que exercemos pode nos levar a sensações diferentes. Na vida, podemos ser bons, ríspidos, maus, incompreendidos, sábios, companheiros, enfim podemos vivenciar todas as emoções possíveis em se tratando de relações humanas. Ser amigo é uma delas, pude perceber bem como a vida nos prega peças e nos mostra esses diversos papéis que as pessoas podem exercer em nossas vidas, mesmo em momentos adversos, ou melhor, principalmente neles; amigos são aqueles que não importam o momento, a hora, o dia, a circunstância, ele sempre estará lá por você, seja para apoiar, aconselhar, pedir, chorar, rir, ou seja, viver com você.
Alguns dizem que podemos contar nos dedos os amigos que têm, bem, infelizmente ou felizmente, eu não posso, pois faltariam amigos demais na lista, me sinto privilegiado, pois tenho amigos de todos os tipos, os que posso contar sempre, os que riem de qualquer situação, os positivos, os sábios. Com meus amigos posso sempre aprender o melhor, ou o pior, até porque em muitas oportunidades ouvimos mais nossos amigos que nossos próprios pais, afinal, amigo é amigo, são aqueles que copiamos independente da situação, confiamos tanto neles que, sei lá, eles devem estar certos não é?
Ser um ser pensante, bípede, onívoro e topo de uma cadeia alimentar não é tarefa fácil, pode nos render certos problemas, viver não é fácil, temos vários problemas, criamos outros problemas, somos presos a problemas, mas a idade e a natureza das coisas nos mostra como superá-los. Essas tempestades nos fazem procurar velas fortes, marinheiros experientes, esses são nossos amigos, que lutam conosco, são nossos pais que primeiro são nossos amigos. Meu barco é cheio de risos, afinal, sou um marujo velho com meu velho papagaio no ombro, sempre pronto para uma piada, mesmo num momento adverso naquele momento em que a “quebrada” da onda nos fez enjoar, porém, nesse barco da vida tenho marinheiros inesperados que entraram faz pouco tempo, mas que fazem diferença, e tem também aqueles que estão do meu lado com as “barbas de molho”, esperando qualquer vento forte pra me defender, enfim... Tenho um velho barco que pelas fortes ondas da vida já foi um pouco quebrado, mas pelos marujos que tenho está inteiro e pronto pra novas aventuras em alto-mar, e esse barco se chama “VIDA”, que navegará se Netuno quiser, tranquilamente pelos oceanos, levando na bagagem lições, amigos, mágoas e sorrisos.
Gabriel Amorim http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/