discurso de casameto
Como já virou hábito, nos casamentos da família, estamos novamente aqui para mais um grande festejar.
Primeiro dizer esta festa não se encerra hoje, continua amanhã, no solar dos Azambuja, em comemoração aos 35 anos de casamento do casal. Avisar também a sogra e as cunhadas da noiva, que sosseguem, respirem aliviadas, o presente pronunciamento passou pelo departamento de censura da família. Resquícios da Ditadura.
Segundo dizer que não estamos aqui para pregar uma nova moral, mas para fortalecer os laços de família e aceitar publicamente a Débora como a mais nova integrante de forma oficial e legítima. Este é o sentimento da família Pasquali-Lucchese, de seus respectivos titulares e anexos, Azambuja, Bueno, Amaral, Sagioratto, Fantinelli, Sartori, Santana, Marringuelo, Buritti, Marçal e agora também os Hass-Bhenke.
O que fazemos e aconselhar. E ao fazê-lo nos reportamos especialmente, a este lindo casal. Nino e Débora. Almas gêmeas lançadas neste universo magistral, que se encontram para como uma só alma, prometidas, seguirem em diante.
Nesta caminhada, construída de ciclos e reafirmações lembrar, que nem tudo é acerto, que nem tudo é concordância. Um casal passa por momentos difíceis e provações, passam por alegrias e tristezas. O êxito de uma união estável e duradoura é o equilíbrio. Nosso conselho: que os homens chorem mais e que as mulheres mandem menos.
Lembrar que a uma semana passamos a páscoa. Lembram do coelhinho, dos momentos enfastiados de doces e chocolates?! Queremos dizer o que representa este lindo bichinho para a cultura ocidental. O Coelho é o símbolo da fertilidade.
(Tem uma historinha que contam de que o coelho chegou para a coelhinha e disse Vai ser bom, não foi?)
Gravem isso crianças. O coelho é o símbolo da fertilidade, e o casamento não é uma união para dividir contas de agua, luz, telefone, internet, e tantas outras, senão a comunhão de dois em um só, para a construção de uma nova vida.
Isso na atual geração, pois na de nossos pais e avós não baixava de oito.
Então, parafraseando a grande filósofa popular, enfermeira tia Elis, reafirmar. Crianças Atentem. “Jogo é jogo e treino é treino”. Espero que vocês tenham superada a fase de treinos. E nesta passagem de Páscoa para Natal, entrem em campo e mostrem do que são capazes, queremos ver gols e gritos de vitória, nada de gemidos e resmungos.
Lembrar, neste momento em que a vida exige fertilidade, do grande homem que foi nosso, irmão, pai, marido, genro, companheiro, tio, amigo, cunhado, confidente, conselheiro, um dos mais fraternos integrantes desta família. O Honorato. E ao lembrar ele, lembrar do desejo dele de ter filhos. E ao ter filhas, o desejo de ter um menino. Lembro com clareza de uma história que ele contava.
Dizia ele, que era tradição na família italiana, especialmente na Sicília, quando do nascimento do primeiro varão, o pai presentear menino com uma Lupara.
Para quem não sabe Lupara é um pequeno artefato bélico, uma espingardinha de brinquedo. Era dada ao menino, para que ele defendesse a honra da família.
Dizia o Pasquali, que o menino então, de posse da espingardinha, todo orgulhoso, levou-a junto no seu primeiro dia de aula, para se exibir diante dos coleguinhas. Na escola convencido por outro menino que possuía um lindo relógio trocou a lupara pelo relógio e ao chegar em casa o pai questionou:
- Filho cade lá lupara? - Há pai troquei por um relógio. -Como...Trocou por um relógio? Como filho, como trocou por um relógio!
- Há pai troquei.
- Sim e agora quando disserem que tua mãe é uma putana, o que tu vai dizer. Oito e meia?
Esse era o Pasquali. Ele nunca deu lupara para o Nino, foi lá e comprou direto um relógio.
Aliás o Nino tinha um pedido musical insistente para o pai. Que não deixa de ser uma oração.
- Bota de novo a do Pirapora, dizia o ele.
É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló
dessa vida cumprida a só.
Sou caipira, pirapora nossa
Senhora de, aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Aliás, eu tenho, aqui neste momento, confessar de uma intima conversa que tive com o NINO. Estávamos parlando, quando depois de umas taças de vinho Ele me perguntou, preocupado com o casamento.
-Tio como faço para ter certeza sobre a escolha que fiz da mulher para casar? Respondi - Simples meu sobrinho. Põe uma geladeira na frente da casa é chama o "teu amor" prá ajudar a carregar pra dentro. Se ela escolher o lado do motor, não casa. Porque tio? De duas uma ou ela é burra ou é muito forte.
Pelo que sei a Débora não ajudou a carregar a geladeira. O Tio Quico, que presenciou tudo, me disse que ele foi buscar o tio Peléla no Teka’s Drink’s, para recolher a geladeira. Parece que rolou até um clima romántico.
Sou caipira, pirapora nossa
Senhora de, aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Me disseram porém
se eu viesse aqui
prá pedir de romaria e prece
paz nos desaventos
como eu não sei rezar
só queria mostrar
meu olhar, meu olhar, meu olhar
Mas folclore a parte temos que admitir que o NINO é um legítimo amigo do peito. Amigaço do peito. Melhor ainda Amigaço dos Peitos. A dona Neusa que o diga. Tinha quatro anos de idade e estava lá grudado. Foi um sufoco. Contam e não é folclore, que certo dia a dona Neusa antes de dar de mamar para o filho, pintou os seios de verde. Conselho do Pasquali. Quando ele foi mamar, olhou. Pensou. Franziu a testa. Disse - VEEEERRRRRDEEEEEE. Daquele dia em diante não quis mais. Foi um santo remédio.
E para encerrar este pronunciamento dizer que é o desejo de todos os que aqui estão presentes. Que este casal, mais do que fazer uma grande estreia nesta vida conjugal, amem, vivam o bastante. Se imponham e cedam, participem, tenham filhos, compras no máximo em 6 parcelas e sempre sem juros, acumulem muita alegria e muita amizade, votem em todas as eleições, se respeitem, mantenham os banheiros limpos, trabalhem, durmam pouco, não usem fraldas descartáveis, cultive uma pé de arruda, separem o lixo, não desperdicem, Abram uma poupança no Banrisul e outra no Sicredi porque poupar é tudo, façam caridade, comemorem o 20 de setembro, cuidem dos mais velhos, façam o que é preciso ser feito, não só o que desejam, e que sejam muito felizes.
Antes de concluir, peço aos meus confraternos que tragam aqui na presença dos noivos as recordações que lhe ofertamos e queremos que sejam publicamente aceitas.
Obrigado, muita saúde a todos.