Margaridas Murcham
Como já virou hábito, nos relevantes encontros de família, estamos novamente aqui para mais um discurso.
Desta feita, em meio às comemorações dos 178 anos do Confronto da azenha, que resultou na declaração de independência do Estado do Rio Grande, contra a sanha imperialistas, que pretendiam fazer da querência amada quintal para suas necessidades.
Foram 10 anos de luta que culminaram num acordo entreguista, obrigando muitos a pernoitar para além das fronteiras do pago querido.
Mas nunca nos entregamos. Conta a historia, que o sonho republicano, retomado em 93 e depois em 23, sempre defendido pelos patrícios da mais pura cepa, forjou na base da igualdade e justiça a mais pura tradição Farroupilha, hoje exportada para os quatro cantos do mundo, no lombo de nossos descendentes.
Assim, em comitiva representativa da Pátria família gaúcha, cocho do mais nobre sentimento humano, desfraldamos o pavilhão tricolor, marcando esta parcela de chão, declarando a partir de hoje, território gaúcho anexado.
Mais uma entre outras embaixadas que se somam a João Pessoa, Campinas, Rio De Janeiro, Bajé, Maringá, isso para falar do amado solo brasileiro.
No exterior além de missões relâmpagos na América Latina, Asia, Europa e Norte América, representantes desta pátria, instalaram escritório na Alemanha com adido cultural. Em breve deveremos enviar um de nossos embaixadores em uma missão de pesquisa e reconhecimento para a America do Norte, pulverizando os nossos mais valorosos costumes, pelos quatro cantos do mundo.
Filhos Rio Grandenses. Esta flâmula encarna muitos Ideais. Dentre tantos o mais valoroso é o da liberdade. Sal que impregnou a madeira do primeiro cocho. Não façam da tradição grilhões para perpetuar interesses. Antes percebam que no torrão original se iniciou a história, e que lá muitos dos nossos foram plantados no oco do chão, para que nesse tempo de cigarra, voltassem aos nossos ouvidos como canção.
Canção que fala de família, de amor, de humildade. Que demonstra que tudo se inicia nos limite de nosso território, mesmo que seja exíguo, mas nosso. Pois dele partiremos diariamente para construir façanhas que talvez não sirvam de modelo a toda terra.
Canção que canta a historia de uma Menina que empunhava uma bandeira branca, onde eu lia escrito, abaixo a ditadura. Mas demorei a ver que a caligrafia dos escritos era minha. De fato ela empunhava uma bandeira onde se lia all you need is Love (tudo o que você precisa é de amor).
Canção que contam nossa história e nossos costumes. Entre tantos, o de plantar margaridas enfileiradas como muros e limites, sem colher-las, pois colhidas murcham. Não queremos margaridas murchas. Só se for para homenagear os que partiram. Então as colha no final da tarde e deposite no dia seguinte antes do nascer do sol.
Queridos. Para finalizar, desejar que no mais novo território floreça além de margaridas enfileiradas, muita paixão, muito amor, e um terno comprometimento com os ideais da pátria família gaucha.
Cultivem a virtude e não percam a capacidade de se indignar. Felicidades a todos.
Aapongas, PR- 21 de setembro de 2013