Independência, Educação ou Morte... Corrupção!...

A guerra perdida descrita nas lágrimas de uma educadora.

Tenho apoiado em meus braços meu último soldado morto. Comemorem!

Enquanto seu nobre sangue escorre em meu colo, viajo cegamente nas páginas desta grande história o saber acumulado pela humanidade que para mim chega ao fim.

Presa em sua alma, à única lágrima que me restou, molha os lábios opacos e secos deste grande “vencedor derrotado”. Gritem de satisfação!

Possuída pelo infortúnio sabor da derrota, selo sua partida com a certeza de que nunca mais haverá coragem em mim de proferir uma só palavra...

Lamentável dizer, mas, passo a ser responsável pelas atrocidades cometidas contra humanidade, o meu silêncio posiciona-se como o dono de minhas reais vontades. Felicitem-se!

Pronta para retirar a espada que me atravessa a garganta, digo a todos que lutaram por mim e por nós que a vida segue seu curso natural, como passageira infeliz deste coletivo gigantesco:

Fecho meus olhos para tudo que vi e hoje e não vejo mais... Estou cega!

Tapo meus ouvidos para o que ouvi e hoje não ouço mais... Se verdades ou mentiras não importam. Estou surda!

Lacro minha boca para tudo que disse, ou poderia dizer, pois tudo que proferiu meus lábios só serviram para matar em mim o que hoje deixo de falar. Estou muda!

Atrofiados, meus dedos dedilham em dores profundas o que hoje transfigura minha pobre e miserável alma. Morre em mim a mais bela frase dita pelo grande guerreiro Nelson Mandela: “A educação é a arma que pode mudar o mundo”.

Não sabia ele que o mundo possuído pela corrupção mudaria a arma que trazíamos nas mãos... O mundo matou a educação... E diante do que me resta, afago com carinho o rosto angelical das crianças e mergulho no total e absoluto ostracismo. Eu perdi!