O DISCURSO DA PROMULGAÇÃO
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR*
Devemos ter uma boa memória para sermos capazes de cumprir as promessas que fazemos.
Friedrich Nietzsche
[...] Em nome da Assembleia Municipal Constituinte, proferiu um discurso de reflexão dos momentos vividos e sentidos pelo mesmo durante a realização da referida Assembleia Municipal Constituinte, que tem o teor que segue:
A paz social depende da justiça, a felicidade do individuo depende da certeza de gozar em paz as suas posses.
Conserva os desejos de teu coração, portanto, nos limites da moderação, deixa a que a mão da justiça os mantenha na direção certa.
Não lances olhos invejosos aos bens de teu vizinho, que tudo lhe pertence seja sagrado para tua mão.
Não permitas que a tentação te seduza, que qualquer provocação te incite a levantar a mão causando risco de vida.
Não difames o caráter do teu próximo, não levantes falso testemunho contra ele.
Não corrompas seu servo para que o engane ou abandone e, quanto à Vereança de seu coração, não a tentes ao engodo demagógico e a mentira pública.
Isto seria uma dor em seu coração que poderias aliviar, um dano em sua vida parlamentar que nenhuma compensação poderia reparar, enganar o povo que nesta casa representamos.
Em teus negócios com os homens, sê justo e imparcial, e age com eles como gostarias que agissem contigo.
Sê leal à sua confiança, não enganes o homem e a mulher que confiou em ti, estejas certo de que, aos olhos de Deus, é menos maléfico roubar que trair povo.
Não oprimas os pobres, nem roubes do trabalhador o seu emprego.
Quando venderes algo com a intenção de lucro, ouve os sussurros de tua consciência e fica satisfeito com a moderação, vereador não é eleito para vender mandato, pois, ao povo ele pertence, nem tires da ignorância do comprador qualquer vantagem, pois, se tiveres vantagens, tereis no futuro o descrédito e o repúdio popular.
Paga tuas dívidas para com o bem coletivo do povo de Santa Rita, pois aquele que te deu crédito confiou em tua hora, tirar dele o que lhe cabe: trabalho e muito trabalho voltado para o bem coletivo do povo e da cidade, é ser mesquinho e injusto. O mandato de Vereador ou outro mandato qualquer não é teu e sim do povo.
Finalmente, ó filho da sociedade! Examina teu coração, pede o auxílio da memória, se em qualquer destas transações perceberes que cometeste uma transgressão, que a tristeza e a vergonha te advenham e faças a reparação imediata, no máximo que estiver ao teu alcance, pois, coso contrário o povo jamais te perdoará na próxima luta pelo voto a caminho da volta para este Poder Legislativo Municipal.
Esta foi sem dúvida a minha luta e acredito que tenha sido a luta de cada um de V. Excias. (Tenho dito)
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REFERÊNCIAS
ANAIS DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA RITA/ASSEMBLEIA MUNICIPAL CONSTITUINTE, ata da promulgação da Lei Orgânica Municipal, em 05 de abril de 1990, assinada pela oposição e pela situação.