DISCURSO PROFERIDO EM ALMOÇO COM AMIGOS DE INFÂNCIA (14/07/13)

Hoje é um dia muito especial para mim, por isso não poderia deixar de fazer uma homenagem também especial a vocês, meus três amigos! (infelizmente um dos amigos não apareceu)

Ninguém é uma ilha. Daí ser impossível ao homem viver sozinho. O que seria da vida de Robson Crusoé se não fosse a companhia de seu fiel amigo Sexta-feira? Provavelmente aqueles 28 anos passados na ilha seriam insuportáveis.

Da mesma forma o que seria da vida de uma criança ou de um adolescente sem a presença de pessoas amigas para conversar e brincar? Certamente essa criança ou esse adolescente tornar-se-ia um adulto cheio de patologias.

Pela minha vida, por todas as fases que já vivi e pela que estou vivendo, têm passado pessoas que deixaram marcas profundas em meu espírito, em meu caráter, em minha forma de pensar, enfim, em tudo o que sou.

E vocês, meus caros amigos, também deixaram marcas que me têm acompanhado e que constantemente, em minhas reminiscências, ou seja, em minha memória e recordações, eu os encontro sempre nos mesmos lugares, com as mesmas brincadeiras, com as mesmas conversas e também, hei de admitir, com as mesmas asneiras. Nessas rememorações, o que há de mais interessante é que vocês nunca envelhecem. Estão sempre com os mesmos rostos joviais, sem as expressões do estresse e preocupação dos adultos e sem os cabelos brancos. Talvez seja esse o lugar chamado “A Terra do Nunca”, onde mora Peter Pan.

Como esquecer a D. Romualdo Coelho? Como esquecer a casa que fora do Herlon? Como esquecer a casa da tia do Jonas ou a própria casa dele? Afinal de contas, até morei lá! A casa do meu amigo Domingos não tem mesmo como ser esquecida, pois até hoje ela ali está, toda imponente e resistindo as intempéries do tempo e da historia, a nossa História. Sempre que passo por ali, imagens fotográficas são ativadas em meu cérebro e vejo-os como se fosse real. Só assim percebo o quanto luto e resisto, assim como Peter Pan, para não crescer e tornar-me adulto. Mas o tempo passa e todos nós temos que crescer. E esse crescimento leva-nos a caminharmos por caminhos e direções diferentes, muito, muito diferentes...

Aqui estamos todos já na casa dos quarenta anos e pela graça do nosso bom Deus, estamos com vida, saúde, vigor físico e intelectual. Isso para mim é um motivo de muita honra e muita alegria, pois eu estou tendo o prazer de recebê-los em minha casa juntamente com a minha família. Sinto-me ricamente abençoado por Deus neste exato momento. Sempre sonhei com esse dia. Hoje já não é mais sonho. É real.

Nós, seres humanos, temos por hábitos culturais a prática de alguns rituais para celebrar algumas comemorações, entre esses ritos está o convite para um almoço, uma churrascada, para ser mais contundente. É bem verdade que o almoço, a carne, o feijão, o arroz e a absurda e caríssima farinha, é tudo secundário, pois o que realmente é primário e importante é a reiteração, a renovação dos votos de uma amizade sincera e duradoura. Este simples almoço é a demonstração de nossos desejos recíprocos de que as nossas amizades são as marcas da durabilidade, pois nem a distância e nem mesmo o tempo puderam a pagar. Para mim esses momentos são e serão marcantes.

Todos nós temos buscado a felicidade, afinal de contas é esse sentimento que nos motiva a continuarmos a querer viver. Mas não há, creio eu, verdadeira felicidade sem verdadeiras amizades. Todo o materialismo propagado por uma sociedade, na qual o mais importante é o ter e não o ser, tem fracassado, pois há inúmeras pessoas que perambulam pelas ruas esbanjando suas riquezas, seus bens, sua posses e coquistas, mas ao colocarem as suas cabeças sobre o travesseiro à noite, em seus quartos, sentem-se infelizes ao perceberem que perderam muito tempo em busca do tesouro escondido e que não dedicaram tempo para construir e preservar belas amizades. Por tudo isso posso dizer que sou realmente feliz, pois tenho vocês como meus amigos. Como já diz a letra da música: “você meu amigos de fé, meu irmãos camarada/ amigo de tantos caminhos e tantas jornadas”. É exatamente assim que os considero: amigos e irmãos.

Manoel Barreto
Enviado por Manoel Barreto em 15/07/2013
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