Auto benevolência
Se eu me preocupo com o que dizem de mim, equalizo-me ao mesmo nível. Estou sempre espreitando para ouvir o que outros pensam ou dizem a meu respeito. Há uma frase antiga que reza: "Falem mal ou falem bem, mas falem de mim ." É bom estar no alvo dos outros, sinto-me viva, lembrada.
E você dirá: "Magoam demais, denigrem minha imagem, distorcem minha personalidade, difamam minha reputação..." e assim por diante.
E daí? Uso em benefício próprio o que me serve e jogo no lixo as indignidades.
Ninguém me conhece, ninguém sabe porque sou "assim ou assado", ninguém sabe dos meus conhecimentos, ninguém sabe nada do meu coração. Por mais transparente que eu seja, sempre há um porém oculto, que até eu possa ter velado e jogado lááá no fundo do subconsciente.
Se alguém é agressivo comigo, é porque lá atrás, em um momento já esquecido, eu agredi voluntária ou involuntariamente. Tudo que se diz ou faz a alguém fica em SEU coração, assim tudo que me dizem ou fazem fica no MEU coração.
É sempre bom me perguntar o porquê dessa agressividade comigo. Esclarecer para mim mesma, é uma boa idéia, fazendo um autoexame de consciência e se não encontro nada em mim (difícil, né?), aí sim posso perguntar ao outro porque tanto ódio, tantas maledicências. Ficar jogando indiretas só me leva a depressão, pode deixar um pequeno sabor de vingança, mas o pior sentimento fica comigo por horas, dias, meses ou até anos. Enquanto ao ofensor, não atingiu, apenas respingou sem grandes consequências. Pior, fica sabendo que seu intento de me derrubar surgiu efeito.
Aprofundando-me ou fazendo uma análise de mim, percebo o quanto sou falha em minhas expressões. Muitas vezes, com algum entusiasmo, minha voz tem uma entonação afetada, áspera, azeda quando na verdade estou querendo, apenas, passar alguma informação, ou fazer um comentário ingênuo impulsivamente. E o outro interpreta como sendo uma maneira agressiva, invasiva ou fazendo maledicências inoportunas.
Fazer-se compreender não é fácil. As vezes não usamos a palavra que expressa, corretamente, o que queremos dizer. E numa interpretação errônea instalamos no outro uma antipatia, uma desarmonia que poderá perdurar durante muito tempo.
Por isso, quero falar menos e ouvir mais, sem atribuir a mim o que dizem, sem absorver tudo no meu coração. Melhor passar "óleo de peroba" para que nada destrutivo penetre em minha alma, em meu coração, no meu ser.
E me bendizer sempre, pois, nasci do Poderosíssimo, sou do Altíssimo, e procuro caminhar pelas veredas do Santíssimo.