Do próximo
Muitos homens e mulheres passaram por esta terra, alguns não são/foram reconhecidos pelo público (as pessoas), nos deixaram algo de indicativo e esclarecedor no que diz respeito a uma vida que valha a pena ser vivida; pensar menos em si, servir ao outro/próximo.
Apesar de suas contribuições e legado, nada esperaram em troca, isto porque, a beleza da utilidade por si só, já lhes bastara/bastou.
Sem sombra de dúvida, estas pessoas acumularam o verdadeiro tesouro, que a traça e a ferrugem não podem corroer, pois souberam reconhecer o próximo/outro que estava ao seu lado, todo aquele que clamava por um mínimo de atenção, sedento ou faminto, ao longo do caminho, no chão.
Estas pessoas encontraram algo digno de ser perseguido com perseverança, uma trilha, a porta estreita, o verdadeiro caminho que conduz a redenção, dedicando suas vidas pelo próximo e/ou estando dispostos a se doarem pelo outro.
Neste sentido, o Bom Pastor; aquele que entregou sua vida pelos seus amigos(os discípulos) e pela humanidade, o Divino Mestre Jesus Cristo, quando questionado por um intérprete da Lei sobre quem seria o seu próximo, disse-lhe:
“(...) Certo homem descia de Jerusalém para Jericó, quando veio a cair nas mãos de alguns assaltantes, os quais, depois de lhe roubarem tudo e o espancarem, fugiram, abandonando-o quase morto. Coincidentemente, descia um sacerdote pela mesma estrada. Assim que viu o homem, passou pelo outro lado. Do mesmo modo agiu um levita; quando chegou ao lugar, observando aquele homem, passou de largo. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, assim que o viu, teve misericórdia dele. Então, aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Em seguida, colocou-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe recomendou: ‘Cuida deste homem, e, se alguma despesa tiverdes a mais, eu reembolsarei a ti quando voltar’. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Declarou-lhe o advogado da Lei: “O que teve misericórdia para com ele!”. Ao que Jesus lhe exortou: “Vai e procede tu de maneira semelhante” (...)”. (Lucas 10: 30/37)
Logo, nos fica evidente, através desta parábola que conhecer, crer e ter fé em DEUS e na Sua Palavra, não nos são suficiente, a medida que, a fé sem obras é morta.
A palavra em questão, que corresponde ao reto agir do homem para com o próximo, é a misericórdia (isto quer dizer - compaixão despertada pela miséria alheia; perdão; instituição da piedade e da caridade).
Cristo Jesus foi/é a misericórdia que nos trouxe/traz o exemplo e a indicativa de onde/como seguir para alcançar plena paz, num mundo em desequilíbrio individualista fugaz.
Fora ultrajado, difamado, negado, traído, odiado, torturado, e nem mesmo ousou proferir uma palavra maldita para os seus algozes (carrascos) e delatores (denunciadores).
Até os momentos que antecederam sua crucificação, manteve-se calado, e já na cruz, dependurado, sofrendo de dores e sido condenado a mais atroz(cruel) morte, exclamou: “(...) Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (...)”. (Lucas 23:24)
Assim, ao olharmos para a cruz, podemos ter a revelação do que é servir ao outro, pois aquele que lá esteve(e já não se encontra mais, pois ressuscitou), foi/é e o será para todo o sempre; o único caminho(ensinou-nos a caminhar neste mundo que jaz no Maligno), a única verdade ( dá-nos a libertação por suas palavras, para aquele que nele crê), a única vida ( pois através da aceitação e confissão de que ele é o Senhor e Salvador de nossas almas, temos a vida eterna), que pode redimir e sarar um mundo fraturado e doente.
No demais, que possamos aprender a reconhecer no próximo, o próprio Cristo (um pequenino nesta terra que não tem vez e voz), pois só assim a vida terá sentido e passará a ser significativa.
A porta é estreita, apertada, pois caminhar por ela é lançar fora todo o imediatismo consumista, a acumulação ilusória, é tirar os sapatos e pisar no chão do outro, que não esta no lado de fora, mas está ao nosso lado.
Em suma, somente em Cristo podemos viver em abundância nesta terra, ele é quem nos ensina a viver a plenitude do seu ser (sua vida é a única referência, em tempos de extremo individualismo e constante esfriamento do amor, de uns para com os outros), através do seu amigo, o Consolador, o Espírito Santo, somos instruídos e capacitados a caminhar na beleza da utilidade.