ÚLTIMO DISCURSO DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UN ILINHARES_ 2007
Boa noite Sra. Presidente da Mantenedora, Luciléia Maria Uneida Zanon;
Boa noite Sra. Diretora da UNILINHARES, Ana Maria Paraíso Dalvi;
Boa noite aos Professores e Coordenadores de Cursos da UNILINHARES,
Boa noite aos Pais e familiares;
Boa noite caros Formandos.
Ao nascermos não nos é dado o direito de escolhermos família, corpo e inteligência, mas aprendemos que o mundo oferece desafios, e que compete a nós escolhermos o que seremos e como viveremos.
Talvez por isso, diferentemente dos que se lastimam pelos cantos e culpam a vida, um dia vocês resolveram mudar seus destinos, entenderam que os caminhos passavam pelo Ensino Superior, decidiram trilhá-los e, nesta noite, quando estão prestes a receber seus certificados, conseguem orgulhar a nós da UNILINHARES, seus professores, coordenadores e familiares.
Representando a Faculdade e minhas colegas Jaudeti Luiza Tozato, Coordenadora dos Cursos Normal Superior e Pedagogia, e Maria Benedita Leite Alves, Coordenadora dos Cursos de Geografia e História; utilizaremos os dois minutos de que dispomos, para parabenizar os pais e os familiares, e para dizer a vocês, queridos alunos, algumas coisas que consideramos ainda importantes.
Ilustraremos a primeira delas com uma metáfora bastante conhecida:
Dois homens pescavam à beira de um rio, e se assustaram quando viram quatro crianças se afogando na correnteza. Eles se atiraram no curso fluvial, salvaram-nas, mas a seguir apareceram outras oito crianças. Imbuídos do mesmo ideal humanitário eles repetiram o gesto, até que viram outras doze crianças se afogando. Um dos pescadores, então, em vez de se atirar no rio, sob protestos do outro, começou a subir a margem para descobrir qual infeliz estava arremessando crianças para se afogarem.
Se compararmos o rio à educação, as crianças que se afogavam às tantas que são relegadas e reprovadas a cada ano, as pessoas que atiravam as crianças ao rio aos maus professores, e os pescadores a professores competentes; descobriremos que os cursos de licenciaturas não podem confundir problemas pessoais com aprendizagem, não podem formar profissionais despreparados e nem contribuir para que a educação seja, no discurso, muito valorizada, mas, na prática, muito financeiramente desprestigiada.
Diante de tamanha responsabilidade, entendemos que estamos diante de pessoas vitoriosas, não apenas porque estão prestes a receber seus certificados, mas porque lutaram muito para transformar em conhecimentos as informações e técnicas capazes de permitir que crianças e jovens aprendam a nadar e sobrevivam num rio cada vez mais caudaloso.
Em outras palavras, estamos diante de pessoas que adquiriram know-how para levar as gerações atuais e futuras a entenderem e medirem os fenômenos da natureza; a se localizarem espacialmente; a entenderem o mundo a partir da geopolítica pós-globalização; a conhecerem, historicamente, o passado, permitindo que se evitem erros futuros; a interpretarem o que lêem; e a se comunicarem, escrevendo, clara e coerentemente, aquilo que lhes vai na alma.
Esses conhecimentos são nobres porque são capazes de civilizar os homens e de diminuir as estatísticas dos erros educacionais, que lotam as cadeias e infestam os palácios.
Resta-nos pedir-lhes 03 coisas:
a) Que vocês contribuam para que os próximos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos- PISA, não voltem a cobrir de vergonha a nossa nação;
b) que vocês não estacionem seus estudos e lembrem-se sempre de um pensamento, de Eduardo Galeano, que esteve no mural, sobre a nossa geladeirinha, durante todo este ano: “SOMOS O QUE FAZEMOS, MAS SOMOS, PRINCIPALMENTE, O QUE FAZEMOS PARA MUDAR O QUE SOMOS;
c). que vocês não se esqueçam da relação existente entre seus diplomas e a UNILINHARES: o prestígio ou desprestígio conferido a qualquer uma das partes, valerá para ambos
Por fim, nós os parabenizamos e desejamos que todos os dias vocês encontrem aquilo que fizeram por merecer: a plena felicidade!