Conceito de Princesa

Chamar uma mulher de princesa exige responsabilidade. Elevar uma mulher ao alto escalão de princesa na intenção de fazer um mero elogio é vago e irresponsável demais. Precisa ter base em um diagnóstico. Não pelo simples ato de chamá-la, mas pelo fato de reconhecê-la. Uma princesa não é a mulher bela, com a pele lisa e clara, quase transparente, com sorriso doce e alma angelical, que mora em um castelo e é filha do rei. Não. Deixemos esse estereótipo para a literatura.

A princesa pode ser uma Diana ou uma Rosa Flor. Mariano Luna, ao não caber em seu sorriso quando avista Rosa Flor, não tem dúvidas sobre o que uma princesa representa e significa. A princesa pode estar coberta com o vestido pobre de uma camponesa ou com o vestido nobre que a última Miss Universo usou. Não importa, não é isso que a definirá. Ela pode ter a personalidade forte de uma Capitu ou a inocência dos lábios de mel de uma Iracema. Também não é um conceito exato e perfeito que a identificará. A princesa pode ser a Amélia, sem vaidade alguma, mas com um feitiço indescritível sobre Mario Lago. Também pode ser a Michelle, que deixou Paul McCartney com limitações de palavras, sem saber explicar o que estava acontecendo, apenas conseguindo chamá-la de Minha Linda, através do francês ‘Ma Belle’, no urgente anseio de mostrar o que ela estava significando na vida dele. Uma princesa também pode ser a Ana, que fez a sinceridade do Humberto Gessinger cerrar ele próprio no seu labirinto. Ou, quiçá, a Tereza da Praia, do Tom Jobim... ou somente da Praia, por que não!?

A princesa simplesmente É. Ela vai te enfeitiçar, mas é o oposto de uma bruxa. Ela vai te encantar sem fazer esforço algum para isso. A mulher que quer ser uma princesa, jamais será. A mulher se enquadra na categoria de princesa sem mesmo se dar conta disso. Não depende dela, mas... depende dela. É até contraditório. É um ato involuntário por parte da mulher, mas ao mesmo tempo, é ela quem impõe isso. Ela não é uma princesa por ser bela, mas é bela por ser uma princesa. Não se intitula uma princesa. Reconhece-a, conforme a lua brilhante nos olhos de quem vê.