O Anjo - In-contos cantos e recantos
Encostado,quasemente, deitado ao solo; encolhido em posição fetal, ardia aquele ser em dores crônicas que necessidades tantas lhe proporcionavam.Dobrara aquele ser em dores altíssimas que só um coração caridoso ouvia, contudo tantos passantes eram surdos. Viam apenas, porque aquilo de certa forma era tão comum como os passantes de coração cego. Retamente, no longe de si mesmos se perdiam surdos as cantos e recantos onde imperava todo o tipo de desgraça, de dor infinita sempre, de angústias desanimadas sem vistas do horizonte que não o tinham.
Desanimado frente a dor sem solução, aquele ser chorava; eram dores
tantas de esquecer a razão clara que iluminasse tantos cantos recantos escuros. Humilhado, desanimado de uma tristeza do sem fim; a mão timidamente estendida, sempremente, encolhia-se vazia de um pedaço, ao menos, de solidariedade; do conforto de uma palavra amiga...Não havia saída para aquela criatura. Ninguém o via, sequer o percebia : era um lixo imprestável jogado a um canto escuro e sombrio da consciência humana.
Porém, o sempremente, é uma constante mudança, pois aquilo que acreditamos estático, na verdade, é uma ilusão dos sentidos, pois tudo
é movimento, é energia pulsante, vibrante, viva. Assim foi que um ser envolto em luz do meio dia surgiu-lhe e ofertou-lhe todo o necessário,
aliviando-o de todas as dores. Este ser de luz angelical era ,senão um
outro igual a ele próprio: era o bom samaritano dos passantes pelo caminho que o viu, auxiliou-o em tudo que pode deixando uma preciosa lição.
" Não se precisa esperar o nascer de asas de anjo para auxiliar o próximo ".