Tanatologia em http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/33/artigo104985-1.asp
A morte ainda é um tabu para a nossa cultura. Ainda prevalece a noção de que a morte é um erro, uma imperícia ou um fracasso. Na era da ciência e da tecnologia conseguimos fazer descobertas surpreendentes, mas não conseguimos conviver com o grande mistério da morte.
A Tanatologia é ciência da vida e da morte que visa humanizar o atendimento aos que estão sofrendo perdas graves, podendo contribuir dessa forma na melhor qualificação dos profissionais que se interessam pelos Cuidados Paliativos.
De acordo com Evaldo Alves D’Assumpção, médico e biotanatólogo fundador da Sotamig, a tanatologia é, muito mais, uma ciência da vida do que da morte. “Ciência que olha – e ao mesmo tempo ilumina – a vida, a partir do que se aprende com os que estão morrendo”.
FONTE: http://www.sotamig.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=17&Itemid=30
De frente para a morte
O sentimento de perda despertado pelo processo de doença terminal evolui para cinco estágios cientificamente conhecidos. Estar a par dessas etapas é essencial principalmente para que a equipe de saúde possa ser eficaz nesse momento tão delicado.
Por Kátia Regina Beal Rodrigues
http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/33/artigo104985-1.asp
O interesse científico pela morte vem crescendo de tal maneira que vemos ressurgir com novo vigor o ramo da ciência voltado para esse assunto, a Tanatologia, campo de atenção de várias áreas, como Medicina, Biologia, Antropologia Social, Psicologia, Sociologia, Filosofia e Teologia.
A preocupação científica com a morte mostrou quão pouco ainda sabemos sobre essa última experiência empírica de todos nós. Mas o que acontece conosco no enfrentamento da morte?
O interesse científico pela morte vem crescendo de tal maneira que vemos ressurgir com novo vigor o ramo da ciência voltado para esse assunto, a Tanatologia, campo de atenção de várias áreas, como Medicina, Biologia, Antropologia Social, Psicologia, Sociologia, Filosofia e Teologia. A preocupação científica com a morte mostrou quão pouco ainda sabemos sobre essa última experiência empírica de todos nós. Mas o que acontece conosco no enfrentamento da morte?
A pesquisadora Elisabeth Kübler-Ross (1998) descobriu que, nesse processo, há cinco fases bem nítidas. A primeira delas está sendo chamada de negação e isolamento. Diante da informação da inevitabilidade de sua morte, a pessoa inicialmente não acredita naquilo que os médicos dizem. Quando, porém, não é mais possível negar o óbvio, entra numa segunda fase, da raiva, da ira e da inveja. “Por que eu? Existem mil razões para eu não morrer!” Pessoas que acreditam em Deus começam a culpá-lo. “Que Deus é este, que me deixa morrer, sabendo que a minha família ainda precisa de mim?”
Há de fato mil razões para não morrer, e, na segunda fase, essas razões estão sendo lembradas. Porém, diante da impossibilidade de impedir a morte, a pessoa se torna agressiva. Tal agressividade se volta contra si mesma, contra Deus e contra as pessoas em torno de si. A equipe hospitalar que trabalha com pacientes terminais conhece muito bem as explosões de raiva que podem acontecer nessa fase. As pesquisas da Tanatologia ajudam-nos a compreender tal comportamento e a tolerálo, porque sabemos que, na base de toda essa agressividade, há o profundo desespero daquele que se vê confrontado com o inevitável, que lhe inspira medo e do qual pretende fugir.
É aqui que se abre todo um campo de ação para a Psicologia Hospitalar, especialidade ainda em formação.
A terceira fase tem início com a capacidade de superação da raiva, que dá lugar à negociação. A pessoa tenta negociar um prazo maior. “Vou morrer, sim, mas não já, e sim no ano que vem”. Em geral, porém, essa negociação é infrutífera. Aí se segue a quarta etapa: a depressão. Chega um momento em que o paciente terminal deve despedir-se do mundo e, nessa ocasião, percebe amar sua vida muito mais do que havia pensado. A despedida torna-o triste, mas realizá-la é a condição para poder aceitar a morte. Somente após essa aceitação a pessoa se tranqüiliza. Nesse momento, então, passa a reunir condições para falar de seu morrer com serenidade e, muitas vezes, nessa fase, é o paciente quem consola sua família e não mais a família que o consola.
Tanatologia >>
Trata-se de uma ci ência interdisciplinar que estuda a relação do homem com a própria morte e com a morte do outro, com corpo teórico destinado à compreensão do comportamento humano em relação às perdas, luto e separação. O objeto de estudo da Tanatologia é a morte como fenômeno e seu impacto na subjetividade humana.
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A LIBERDADE E A FILOSOFIA
Andressa S. Silva
Enfermeira e Filósofa. Especialista em Bioética e Enfermagem em UTI. Leciona Filosofia para o Ensino Médio no Estado de São Paulo e pretende lecionar Bioética e Pediatria em escolas técnicas de enfermagem. Atualmente cursa Psicopedagogia Clínica. Interessa-se por ficção, bioética, ética, política...
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A liberdade é motivo para reflexão de filósofos desde muito antes de Sartre, tanto na área do direito, especificamente, como na tradição filosófica em si.
Na declaração dos direitos do homem e do cidadão consta que liberdade individual caracteriza-se pelo poder de "fazer tudo o que não for nocivo a outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada um não tem outros limites além daqueles que asseguram aos outros membros da sociedade dos mesmos direitos" (Vicente, 1985, v. 07, p. 2159).
O interesse pelo tema da liberdade humana vem permeando os estudos dos filósofos desde seu princípio. Em Platão podemos perceber que a liberdade individual é capaz de atribuir mérito ou demérito, segundo os atos realizados pelo próprio indivíduo, sendo que as leis são o peso utilizado para denominar o mérito ou não. Podemos ainda apontar o conceito de liberdade assegurado pelos estóicos (Vicente, 1985, v. 5) de que seria uma adesão espontânea à necessidade natural.
Na Idade Média os limites da liberdade eram definidos segundo conceitos elaborados partindo do conflito razão X teologia. Então eram elaborados basicamente pela religião predominante na Europa, o cristianismo.
Continuando a linha de análise, na modernidade temos o conceito de Liberdade elaborado por Descartes, sendo que ele apontou para o que denominou liberdade de indiferença, caracterizada pela "adesão sem razão a uma de duas contrárias igualmente possíveis" (Vicente, 1985, v.7, p. 2160), e afirmou ser esse o grau mais baixo de liberdade humana. Podemos neste ponto perceber a dicotomia travada entre Teologia X Razão, em que Descartes acredita que o que é feito sem o uso da razão não assegura a liberdade completa.
Leibniz denominou "toda a espontaneidade racional" de liberdade (Vicente, 1985, v.7, p. 2137), desde que não houvesse a necessidade lógica. Assim, agir por estar inclinado e não necessitado seria agir livremente.
Analisando ainda os diversos conceitos filosóficos acerca da liberdade, temos de Spinoza a descrença no conceito de liberdade, sendo que no ponto de vista do filósofo, o conceito de liberdade não passa de uma ilusão produzida pela ignorância das verdadeiras causas. Para Spinoza, a liberdade verdadeira não é habilidade de escolher algo em detrimento de outro, mas sim a habilidade de agir de acordo com a natureza de uma pessoa e agir sozinha (Bergman, 2004). Deus é livre por que é infinito, já para os humanos, a liberdade consiste em "entender nossos desejos e nosso lugar no universo como uma causa de deus" (Bergman, 2004, p. 55).
Kant definiu a liberdade como um postulado da razão prática, caracterizado pelo imperativo categórico. A declaração dos direitos do homem e do cidadão certamente baseou-se no conceito kantiano de liberdade:"Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se mediante tua vontade a lei universal da natureza" (Kant, 1785 apud Marcondes, 2007, p.123).
Como é possível averiguar, o tema liberdade tem sido estudado por diversas escolas filosóficas em todo o decorrer da própria filosofia.
REFERÊNCIAS
BERGMAN, G. Filosofia de banheiro: Sabedoria dos maiores pensadores mundiais para o dia-a-dia. Tradução: Caroline Kazue Ramos Furukawa. São Paulo: Madras, 2004.
KANT, 1785 apud JAPIASSÚ, H e MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 2006.
SILVA, AS. O conceito de Liberdade segundo a teoria existencialista de Sartre. Monografia. Brasília: Universidade Católica de Brasília/UCBV, 2010. 42 p.
VICENTE, O (org.). Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional. v. 5. 1. ed. São Paulo: Livraria Editora Iracema, 1985.
VICENTE, O (org.). Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional. v. 7. 1. ed. São Paulo: Livraria Editora Iracema, 1985.
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