E DEUS PERDEU A PACIÊNCIA!

O fato já está na mídia.

Hoje,os jornais de São Paulo noticiam com grande espaço, o ocorrido ontem na inauguração duma unidade de saúde.

O gestor da referida cidade e um usuário confrontaram-se durante o tal evento.

Parei para pensar, afinal, tento uma análise totalmente imparcial, apenas o primordial de quem escreve...tirar algumas conclusões, e muitas lições dos fatos.

Tenho pra mim, que o ocorrido nos mostrou vários aprendizados.

Primeiramente reporto-me ao direito que todo cidadão tem de reivindicar, de expressar seus desejos e suas opiniões, como exatamente estou fazendo agora...ou será que não tenho? Não sei, confesso que depois de ontem me sinto um pouco descrente e preocupada.

Concordo plenamente, que existem ocasiões e espaços adequados para as reivindicações e devidas reclamações, porém é lícito e humano, quase uma atitude de caridade, admitir que nem todos os cidadãos têm entendimento suficiente para se fazerem expressar dentro das regras e em situações mais apropriadas.

Outro fato que me chama atenção e isto posso afirmar com convicção, o quanto não é fácil dar atendimento ao público nas unidades que se disponibilizam para tal.

Não foram poucas as vezes que já vi funcionários públicos serem destratados, ofendidos e humilhados no exercício do seu trabalho, e aliás diga-se muito bem dito,e não apenas de passagem, a máquina pública tem sim, funcionários tão competentes e dedicados quanto a máquina privada.E desacato a funcionário público no seu exercício ,também gera sanções da lei, e o prefeito pertence à categoria, é bom que nos lembremos disto.

O nível de stress no atendimento ao público é altíssimo e os funcionários como um todo mereciam uma melhor remuneração, um melhor reconhecimento do seu trabalho.

Por outro lado, cumpre aqui definir o poder, o limite e a postura dum líder com autoridade, e que representa a vontade do povo.

Há que se saber exercer o poder. É mister que um político entenda a linguagem daqueles que representa.

Um líder seja ele qual for...é exemplo.E um exemplo vale mais que mil palavras.

E todos pecamos por pensamentos, atos e palavras!Isto é Bíblico.

E ontem ao presenciar o ocorrido me espantei.A falta de entendimento e respeito para com o “outro” sem dúvida foi bilateral.

Porém volto a repetir...no direito canônico, peca mais quem tem mais discernimento para não pecar.Ou seja, quanto maior a formação e o entendimento, quanto mais conhecemos os mandamentos... pior o pecado.

E acredito que nada justifica o ato de danificar moralmente um cidadão que procura atendimento que lhe é de direito, munido por palavras de “baixo calão”. É no mínimo deselegante.

Outro ponto a se pensar, é o que realmente se espera do equilíbrio emocional de um líder que representa oficialmente uma comunidade.

Quando se está no poder, há que se entender que facilmente nossos vidros se fissuram, posto que nos tornamos vidraças. Justa ou injustamente, pedras é o que não falta. Cabe tão somente que a blindagem da paciência e da humildade seja poderosa.

É certo também, que a população nem de longe tem noção da dificuldade intrínseca em se administrar uma cidade como São Paulo. Muitos erroneamente acham que seus desejos têm que ser satisfeitos no grito!Considero ser desgastante demais para quem se habilita a administrá-la.

No entanto, sempre ouvi dizer, que umas das características dum real estadista é não perder o controle, em hipótese alguma.

Para finalizar, acredito que o episódio também nos reporta ao sub clima de tensão social.Tentei enveredar pelo coração daquele cidadão, para apenas e tão somente cogitar o nível da sua ansiedade, dos seus medos...das suas necessidades, da sua descrença.O termômetro aponta altas temperaturas. De ambos os lados.

E isto a meu ver...é um sinal.

O fato como um todo...é um alerta.

Alerta-nos de quanto estamos caminhando para a desintegração política e social.