Discurso Reunião de Confraternização - Final de Ano de 2011 - Academia de Letras de São João da Boa Vista

Reflexões Sobre a Harmonia

Prezadas Confreiras e Caros Confrades,

É claro que sempre podemos agir por impulso, mas a vida nos ensina a ponderar antes de agir. Suponho que este seja o princípio que nos faz polir o arbítrio individual. Assim, para sugerir ação se faz necessário um princípio. Embora não seja proselitista desta ou daquela religião, pela fé quero crer na existência de um Criador, o que faz de mim e daqueles com quem convivo criaturas. De modo que, mesmo diferenciados pela vida social, somos igualados em nascimento e o seremos pela morte, seja lá o que venha a ser o antes e o depois.
No momento, prefiro pensar no agora, e para vivê-lo almejo a harmonia interna (que evidentemente não tenho, mas busco) e a externa, com os meus companheiros de jornada, o que também não é simples. Por conta disto, escolhi ser cristão, não para adorar, pois o Velho Testamento já ensinou isto ser indevido, mas para tê-lo como meu guia de atitudes. E Ele tem um princípio sublime que em síntese diz que é para fazermos aos outros o que desejamos a nós mesmos.
Não vou discutir sua santidade ou não, não estou apto para tanto, mas Ele disse algo como que “pelo fruto se reconhece a árvore”. Sendo Ele uma árvore de bons frutos, posso concluir que era sábio, resumiu os antigos dez mandamentos em um, que é o que acima cito.Ao que parece nos conhecia de fato, sabia que somos egoístas por natureza; daí “amar ao outro com a ti mesmo” resulta em “fazer ao outro o que deseja para si”.
Sabia que não tendemos a viver em harmonia, pois do contrário não daria tal sugestão. Isto posto, como ponto de partida quero pleitear pelo princípio da tolerância, que não significa eu ser mais tolerante do que os outros são comigo, ou vice-versa, mas significa equilíbrio, almejar para mim e para o outro. Não creio em relacionamentos harmoniosos por si só, seria uma maravilha utópica haver tamanha afinidade.
No geral, é o contrário, bons relacionamentos são construídos e para tanto dependem da colaboração dos que se relacionam. É moderna a ideia de sermos democráticos, o que nos aproxima um pouco mais da ideia de igualdade. Porém, para se atuar coletivamente se faz necessário um comando, entretanto, este é momentâneo, é passageiro, mas estando nele temos o dever de exercê-lo adequadamente em prol do grupo comandado.
A Academia é uma instituição; nós somos os pares atuais daqueles que a construíram e temos na memória onde buscarmos exemplos, mas não estão aqui. Portanto, se é para defender alguma coisa tem-se que partir dela como grupo, e neste sentido existe, então, cabimento em defender este ou aquele acadêmico. Por vezes na vida, talvez por preguiça ou exaustão, gostaríamos de não precisar fazer nada, mas regem a vida a causa e o efeito, e assim o dever nos cobra atitudes, o que não implica fazer o espetacular, mas ponderar, estabelecer parâmetros de convivência.
As entidades são compostas por seres humanos; para que convivam bem devem também fazer para si o que almejam para os outros. Louvemos aquele cujo aniversário comemoramos, Jesus, o Cristo, aprendendo-o e praticando-o. Eis o maior respeito e amor que se pode ter por uma memória que se fez imortal.

Gilberto Brandão Marcon
Primeiro Secretário
12/2011

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 11/12/2011
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