Do Conselho Municipal do Idoso
Do CMI de Penápolis a todos os Conselheiros Municipais do Estado de São Paulo, meus amigos delegados que deverão participar da Conferência Nacional em Novembro, e demais participantes com os quais tive o prazer de privar e aprender durante o breve encontro da XIII Conferência esta semana, na deliciosa cidade de Aguas de Lindóia. Que os que concordarem repassem estas palavras aos demais, que os que discordarem se sintam autorizados a emitir seu parecer para que eu possa aprender e me aperfeiçoar na nobre arte do voluntariado em prol da causa comum a todos nós.
Gostaria de iniciar minhas palavras citando Fédon, filósofo grego contemporâneo de Platão que em seus encontros com Sócrates declarou:
“Dizem alguns que o silêncio é de ouro. Um homem sábio, porém, não o dirá. Pois de ouro é a palavra. De ouro e de fogo. Porque uma vez dita, ela é uma idéia forjada e duradoura, assim como as jóias, de metal, cuja forma resiste aos tempos. E de fogo, porque ela está sempre acesa, para iluminar ou para queimar. Creio que esse provérbio que diz o silêncio é de ouro foi inventado pelos governos despóticos. Pois a perversidade dos tiranos e a truculência dos déspotas sempre foram os maiores inimigos da palavra, e isto porque nenhuma prepotência consegue reduzir à escravidão o homem que se serve de sua palavra.
Ai da cidade em que os homens desertam o uso da palavra, acuados pelo medo, silenciados pelo egoísmo das próprias conveniências ou emasculados pela indiferença!”
Esta breve introdução nos leva a pensar, hoje, muitos séculos após, que a nossa função, como Conselheiros que somos, em especial da causa da pessoa idosa, sem esquecer todas as outras, da importância das nossas reivindicações
Estamos todos, desde há muito tempo, repetindo para ouvidos surdos, a nossa necessidade de mudanças efetivas e não apenas paliativas.
Estamos tentando, assim como muitos que nos precederam, fazer com que os gestores dos sucessivos governos que passaram e passam pelo Estado tenham a atenção necessária para nossa causa. Causa que na realidade não é estática e nem se encerra em nós mesmos. Porque sabemos que, se e quando houver leis efetivas de proteção, carinho e acolhimento para a completa cidadania da pessoa idosa, elas serão efetivas aos nossos filhos e netos, enfim a todos os que nos sucederão.
Para que a palavra consiga estimular os gestores atuais é de primordial importância que o nosso grito não se cale, nem baixe o tom, mas seja ouvido da planície até a mais alta das montanhas.
Devemos lembrar aos gestores de plantão o mais elementar dos princípios democráticos que eles vivem pregando e prometendo:
- O cargo que ocupam, ao qual foram levados pelos votos da maioria, os obriga, no exato momento em que se apossam da cadeira e da caneta próprias do seu cargo, eu repito, os obriga a gerir a coisa publica em nome de todos, e moralmente deveria levá-los a mostrar aos que nele não depositaram sua confiança, que os mesmos estiveram enganados.
Terminando, cito a escritora anglo americana Taylor Caldwell:-
“... Não permitam que pessoas mal intencionadas usem seu nome e seu voto para impor leis que certamente o levarão à ruína. As cadeias que construíres servirão apenas para privá-los da própria liberdade. Se isso acontecer, não blasfemem, antes peçam perdão pela má escolha que fizeram”
Continuaremos votando, e gritando enquanto nos for dada a capacidade de falar, mesmo que os que nos seguirem na vida não reconheçam o trabalho que fizemos. Somos todos voluntários nesta luta, e cada melhoria conseguida em nome da pessoa idosa, com certeza se refletirá na sociedade como um todo.
Obrigado.