UNESCO 2007: Como vencer a pobreza e desigualdades? – Quais delas?

Este texto é direcionado para aqueles que gostam de reflexão, desejam mudar e/ou provocar mudanças. Não temem o que é novo, nem ao perigo, muito embora não o busquem, não fogem se o mesmo aparecer.

Caso esteja buscando outro tipo de leitura, ou não se enquadre em algum destes grupos, (...), - nos encontraremos em outras viagens pelo mundo da escrita - fique à vontade para ler outros artigos, mais leves, e boa viajem!

Aos demais que aqui permanecerem, boa leitura e muita reflexão!

Refletindo sobre este tema sugerido pela UNESCO – o qual serviu de base – para um concurso de redação em 2007, proponho analogia e reflexão dentro desta perspectiva para se vencer pobrezas.

Lanço um olhar analógico sobre a realidade vivenciada pelos escravos africanos trazidos à força para o Brasil nos Navios Negreiros, em condições subumanas, na época da cana-de-açúcar, dos engenhos, senhores feudais, latifundiários donos das senzalas.

Identifico neste período “pós escravatura”, trabalhadores nas “modernas senzalas” muitos das quais situadas dentro de Shopping Center, conglomerados comerciais, fábricas ou indústrias, e até nas próprias Igrejas ou instituições religiosas no contexto da pós - modernidade.

Juntos pensemos:

O que mudou,e o que continua idêntico na visão e divisão do trabalho?

O que precisa ou poder ser mudado?

Quem hoje desempenha as funções ou papéis vivenciados pelos escravos naquela realidade?

Que colaboração a mídia televisiva, instituições internacionais ou religiosas e não governamentais podem oferecer para cooperar no processo de erradicação da pobreza para além de discursos e redações: seja no Brasil que trouxe escravos, seja na África que forneceu escravos?

Como combater um inimigo denominado pobreza, quando sequer estabeleceu-se que tipo de pobreza deve ser vencido primeiro?

Quem tem o dever e a obrigação de vencê-lo?

Para o autor Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, se pode desvendar uma visão de libertação do sistema opressor. Só através desta libertação o homem consegue construir sua verdadeira liberdade, e não usufruir uma falsa liberdade imposta ao gosto do opressor.

“Neste livro Paulo Freire esboça caminhos sociais rumo a uma sociedade livre através da extinção da relação de opressão presentes no sistema capitalista. Para Freire, só a libertação dos opressores, feita pela movimentação e conscientização dos oprimidos, poderia ser o elo propulsor para construir uma sociedade de iguais”.

E Dlugokensi, baseado-se em Marx, duas classes surgem bem definidas: burgueses e proletariado. Significativamente, uma pobre e a outra rica. Mas, para o funcionamento da “máquina”, uma tem que trabalhar para que a outra tenha do que desfrutar. Verifica-se idêntico processo dentro das empresas, dentro de algumas instituições ditas religiosas, desde o papado.

“Para Marx existem duas classes sociais que estão em constante embate que são denominadas Burgueses (donos dos meios de produção) e os Proletários (indivíduos que vendem seu único produto, a força de produção).” Leonardo Dlugokenski

Dois pólos opostos, os quais se delinearão ao longo destes escritos. Tomando como ponto de partida o entendimento que Deus tem me dado sobre o conceito de pobreza.

Conceito que ultrapassa o entendimento difundido como falta de recursos financeiros. A falta de visão ou perspectiva sobre a realidade de vida, falta de poder de influenciar os demais, poder espiritual, capital intelectual ou ainda a falta de capacidade de formar opinião própria. O aspecto financeiro é apenas um dos muitos tipos de pobrezas a serem vencidos, não o único.

Estendendo um olhar reflexivo sobre “tempo modernos”, de Charles Chaplin, relembrando o impacto alienatório que as máquinas produziam sobre o ser humano, que apertava um botão e sequer sabia para que o apertava. O opressor rico mandava que o botão fosse apertado, o pobre e oprimido o apertava, sem saber para que serviria. Um alienado tecnológico e psicológico.

Na atualidade, o computador – muito embora seja útil - de certa forma tem exercido sobre o ser humano idêntico papel alienatório e um tanto desumanizador. O mesmo é utilizado para registrar a presença do homem no local de trabalho, vigiá-lo de perto sem censurar e para controlar estoques, para receber o dinheiro do cliente sem que se perca um centavo, para animar a visualização da comunicação, inclusive dos materiais para divulgação da pobreza entre os oprimidos.

Serve também como elemento discriminador, separando o grupo daqueles que o sabem utilizar, do grupo dos analfabetos digitais. Gurpo este o qual inclue letrados e iletrados. Inclusive tal conhecimento é fator eliminatório no momento da escolha de funcionários para determinados cargos.

Derrubou-se o antigo pelourinho – lugar conhecido no nordeste, o qual consistia num tronco de madeira no qual o escravo era amarrado através de argolas de ferro nos pés e pulsos -, colocando-se - hoje -no lugar do antigo tronco de madeira; um “tronco” de metal nas proximidades da moderna sala da gerência, de forma a estar bem visível, no qual se tem fixado um relógio eletrônico onde é registrado a presença do trabalhador através do controlador biométrico digital – dedo do escravo moderno -, cujo tempo trabalhado e salário será medido pelo tempo acorrentado ao pelourinho digital.

Não dá para fugir ou fingir que trabalha, pois, os “sinhozinhos modernos” colocam câmeras filmadoras em todo pontos estratégicos. Se o escravo moderno - chamadpo de funcionário- der-se ao “luxo” de parar o trabalho para descansar um pé, o olho não virtual do fiscal da sala de TV, situada estrategicamente, liga o telefone e pergunta: Porque parou? Parou por quê?

Adeus, acabou o sonho de algum minuto de sossego! Sábado? Domingo? Feriado? É tudo igual. Dia de trabalho. O lema é: Aqui se trabalha. São Paulo não pode parar! Lembram-se deste lema? Os jovens não se lembram!

A dificuldade para se identificar elementos semelhantes entre as duas realidades e situações é resultado da falta de leitura observatória sobre fatos subliminares não revelados na História do passado, nem a televisão foca este lado. E se focar não dará ibope como se focar “concurso de beleza, com mulheres semi nuas”, semelhante ao ibope dado quando é focada a miséria no Sudão como mero exemplo.

A falta de visualização na mídia serve como impedimento no processo de identificação de tais elementos do passado travestidos de novidades como se fossem elementos novos. Trabalhar não é o problema, continua sendo necessidade e parte da solução.

O problema se encontra no sistema opressor e na conformação dos oprimidos, que se adéquam a este sistema, como se fosse luvas em suas mãos. Há opressores, porque muitos se contentam em continuar sendo oprimidos. Inclusive cristãos.

Recordando e refletindo: no período colonial, século XVII, o nordeste brasileiro era rico no aspecto financeiro, movido à cana de açúcar, - hoje, os carros são movidos a etanol -, de onde vem o etanol? Vem da cana. Por quê? Porque houve fomentação do mono agricultura, sabendo que essa prática é prejudicial ao solo. Ninguém sabia disto na época sabendo-se dos problemas oriundos desta prática abusiva do solo, por que não se fez nada para mudar a situação? Pela ganância dos senhores feudais, talvez!

Havia os “senhores de engenho”, uma figura de um “todo poderoso”, dono das senzalas e da vontade de seus vassalos ou escravos.

Dono também do açúcar e da aguardente que para além de neutralizar a capacidade do raciocínio se tornava também moeda para troca por mais escravos. Desde lá a cachaça serve como entorpecente da mente para evitar que o homem desejasse sua liberdade, sequer lutasse por ela. Dono até da vontade dos próprios filhos, pois, em geral o mais velho herdava a fazenda e os mais novos, estudariam para serem médicos e advogados.

O filho médico cuidaria da saúde do povo, para fazê-lo trabalhar mais e mais, e o filho advogado cuidaria da parte jurídica, encarregando-se de solucionar encrencas que por ventura viesse a surgir prejudicando os interesses do latifundiário.

O cenário dos canavieiros transformou-se, tornou-se seco como secas são as esperanças dos trabalhadores nordestinos no Brasil, ou na África. Mudou também a figura do latifundiário, mas, a mentalidade escravocrata persiste. Houve um remanejamento da “senzala centrada na casa grande” sendo deslocada para dentro da selva de pedras, os prédios nas cidades grandes.

Porque o nordeste rico de outrora tornou-se tão pobre na atualidade?

Porque durante quase trezentos anos pouco se fez de concreto para se reverter esse quadro de pobreza, apesar se publicar milhares de reportagens na TV sobre a mesma, provocando emocionalismo no povo, mas não trazendo solução? Fala-se no problema como discurso literário, ou documentário para TV, mas há pouca ou nenhuma preocupação na produção de solução.

Somente recentemente, a menos de dez anos tal panorama mudou um pouco? Por que as multinacionais do passado não se instalaram lá, vieram todas para o Sul? Como também estão aqui – por motivos óbvios - as grandes redes de lojas de departamentos dentro dos grandes Shoppings Center.

Paga-se até salário para os “escravos modernos”, porém, nada muito extravagante, nada que seja suficiente para que o mesmo consiga fazer reservas financeiras para o futuro. O salário é útil para resolver necessidades do dia –a – dia. Como um bombeiro que apaga o fogo do momento, mas deixa as causas para que o proprietário se encarregue de resolvê-las.

O escravo moderno já não come a feijoada feita com os restos do patrão, como ocorria com os escravos africanos que para cá vieram. Hoje, ele recebe um “tickte” para se alimentar, - desde que não se dê ao luxo de querer comer de verdade - pois, o valor do tickt é suficiente apenas para um salgado e um suco, ele tem de se conformar, pois, é melhor que comer “feijoada” feita com os restos da comida do patrão.

O “sinhozinho moderno” também mudou, tirou seu chapéu de couro (ao considerar que na atualidade é crime matar onças para usar sua pele em chapéus), então, coloca terno e gravata, trocando o lombo dos jegues por helicópteros, para sobrevoar entre uma senzala e outra, ou de uma província a outra.

Despediu-se o capataz, o capitão do mato, contratando-se o gestor, que na prática é a sombra do “sinhozinho” por perto.

Quem hoje se atreveria a contradizer um gestor e correr o risco de perder o emprego do qual necessita?

Em substituição ao capitão do mato (elemento encarregado de capturar o escravo fugitivo) contratam encarregados (as), para vigiarem bem de perto os "escravos modernos", dando-lhes até cursos de adestramento com nomes famosos como “Freedman” ou outros semelhantes, para manter os escravos “felizes e produtivos”, trabalhando como camelos. Não sou contra o trabalho. A forma como se processa é problemática. Tudo em nome da produção de riqueza. Para quem?

Quase ia me esquecendo: se um funcionário da era da pós modernidade reclamar por qualquer desconforto, será convidado a procurar outro local de trabalho! O elemento humano trabalhador de hoje não tem direito a desenvolver opinião própria.

Tem que desenvolver garra e força de vontade em lutar pelas necessidades do patrão. Anestesiado sob a falácia de que na medida em que a empresa cresce o patrimônio do “escravo moderno” também crescerá. Em raros casos, tal crescimento pode ser observado, mas, via de regra: o patrão enriquece, e os “escravos” são substituídos na medidas em que se atrevem a pensar diferente, ou desejam a liberdade, mesmo que não saibam o que fazer com ela.

Existem encarregados que falam o seguinte: “ VOCÊ é pago para trabalhar - leia-se: apertar botão - e não para pensar”.

Observando a História do Brasil, - período dos anos 50 - na metade do século passado em comparação com o que está começando a acontecer em alguns países do continente africano, ditos lusófonos, pode-se pensar que em breve estão no mesmo patamar que estamos atualmente.

Classe dos opressores e dos oprimidos. Dos que produzem a riqueza e a classe dos que dela desfrutam.

Basta observar que, fator idêntico ocorre com relação à situação de pobreza material, educacuional e em parte no quesito espiritual vivenciada por grande parte da população no continente africano, principalmente dos países lusófonos: Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Principe e Guiné Bissau e Guiné Equatorial. Alguns aspectos da pobreza é utilizada como material para reportagens, documentários, para “sensibilizar o povo do chamado primeiro mundo” a dar ofertas finenceiras que nem sempre são utilizadas onde os nativos mais precisam, e que via de regra, não produzem solução definitiva para os problemas filmados e difundidos/vendidos pela mídia, inclusive a mídia Batista e da JMM.

Utilizam fotos de crianças com barrigas vazias, adultos de rostos cansados pela opressão dos opressores ou espíritos malignos, e falta de recursos financeiros. Sequer se tem noticias se tais fotos tem a permissão dos seus proprietarios para serem divulgadas.

Quantas pessoas são "usadas" para ilustrarem as reportagens em diversos veículos comunicacionais. Será que todos aqueles rostos receberam algum pagmento para ter sua imagem divulgada em reportagem nem sempre abonadora? Sabe-se que a divulgação de imagem precisa de autorização do individuo exposto na imagem.

Sem usar as imagens das criançs a estudarem debaixo da palhota em Macua - aguardo silenciosamente a dez anos - por ajuda financeira que me possibilite a construção de um Complexo Educacional o qual elaborei em 2003, e desde então tenho tentado buscar recursos para construi-lo em Manica em Moçambique, como resposta ao pedido feito por aquelas crianças através da TV de Moçambique em 2002.

Naquela época a TV Moçambicana expos o pedido feito por algumas crianças as quais estudavam embaixo de palhotas por falta de salas de aula que foram destruidas por chuvas torrenciais que haviam caido em Moçambique.

No anseio de atender ao pedido feito pela TV moçambicana, elaborei um Projeto denominada “Escola Experimental para Manica”.

Cuja proposta era a construção de vinte salas de aulas,.

Prevendo o plantio em larga quantidade de soja para a produção do leite, utilizando-se a “vaca mecânica” desenvolvida pelo Engenheiro Morreti da UNICAMP.

Mencionei tal projeto para a JMM que negou-se a ouvir-me, ou me prestar alguma ajuda, mas, continuam a divulgar a pobreza do continente por mais de dez anos após minha iniciativa, quase frustrada.

Propus através deste projeto o desenvolvimento da soja, não como mono cultura, mas como alternativa para se resolver o problema da desnutrição das crianças de Macua, e resolver o problema da falta de salas de aulas.

Sequer se ouve alguma menção sobre a construção de algum centro tecnologico ou Universidade que dê alguma possibilidade para estas crianças continuarem seus estudos e conhecimentos adquiridos como meio para dedicarem-se na busca de soluções concretas, para seus problemas concretos na sua visão de necessidades.

Dez anos se passaram e a situação dos opressores e oprimidos continua. A tendência poderá ser de que Moçambique caminhe na mesma direção para a qual caminhou o Brasil. país emergente sim, porém, as duas camadas opressores e oprimidos continuem separadas como as colunas de uma escadas. Presas por degraus de sustentação, porém, nunca unidas na mesma direção.

Será isto interessante para eles com tantas diversidades que possuem?

A Bíblia mostra o evangelho como sendo a maior necessidade do ser humano. Resolve a situação da alma, mas não pode deixar de contemplar o corpo. Não dá para dissociar as duas partes.

No entanto, para se vencer a pobreza espiritual, é importante levar mudanças visíveis para o corpo e sociedade.

Uma nação que produza suas própria tecnologia, sai do patamar de submundo, adentrando o santuário de país desenvolvido.

Quem produz tecnologia, decide seu futuro, dita as regras.

Quem importa tecnologia continuará sempre como vassalo.

E mesmo a teologia não deve ser algo empurrado, sem dar condições para a pessoa analisá-la. Jesus não fazia adeptos para sua placa de Igreja, aliás, ele nem tinha tal placa. Ele os trazia para o Evangelho das boas novas de salvação dos pecados passados, salvação das opressões do inimigo espiritual no presente e garantia de vida eterna no porvir. Eram os tres aspectos indissociáveis, e indispensáveis da salvação: libertação da opressão vivida no passado, libertação da opressão vivida no presente e oportunidade de uma vida livre para o futuro. Livre não quer dizer ausência de problemas, mas, ter às mãos possibilidades para mudança e vitória.

Entendo que, como evangélicos não podemos aceitar de braços quase cruzados que as minorias continuem escravizadas pelos sistemas opressores, inclusive opressores espirituais. Não podemos fechar a boca diante de falsidades ideológicas que dizem uma coisa e fazem outra. Propaganda que falam sobre mudança de vida, mas permitem a continuidade da pobreza e suas mazelas. Pregam a salvação da alma, dando continuidade a sistemas que não mudam a realidade educacional, tecnológica, ou de produção de tecnologias de ponta.

Fala-se nas necessidades da preparação de líderes para Moçambique. Preparação em quais áreas? Só na questão religiosa? Moçambique não necessita de líderes na produção de tecnologia de pontas? Por que há tantos anos nenhum lider formou-se em alguma área da engenharia de alimentos por exemplo? Como contribuição para diminuir a pobreza alimenticia.

Cruzaram-se os braços e as mãos para não promover a conclusão do término dos estudos do africano David que aqui veio para estudar e voltar beneficiando assim seu povo. E aqui continua retido a vinte anos, sem poder retornar por deficiência financeira. Esse é o evangelho do amor aos africanos?

É tempo de se refletir, enquanto meia dúzia de privilegiados viaja para as Américas em busca de diplomas, para despejar goela a dentro no povo aquilo que lhes interessa, o restante fica lá a esperar por dez vinte anos por uma solução paliativa, enquanto estrangeiros vão e voltam todos os anos, como se fossem “sinhôzinhos” dos engenhos.

É utopia falar-se em vencer pobrezas nos países subdesenvolvidos, como redações apenas, seja no Brasil, seja na África.

Quando mencionei sobre este projeto com o africano Pr. Jerônimo Cecito, por volta de 2003, pedindo-lhe que me ajudasse a levantar alguma verba junto à América, como forma para construir a Escola Experimental e ajudar David a retornar para Moçambique, Jerônimo me disse: “Dê-me o projeto e vamos ver o que fazer”. Não posso pedir dinheiro para um projeto do qual não participei.

Dez anos se passaram e o projeto ainda está no papel. O David, ainda está no Brasil, e as crianças de Macua, provavelmente ainda estão esperando pela escola que solicitaram via TV de Moçambique. Tenho guardado a artigo no qual fizeram o pedido. Tenho em mente o desejo de ajudá-las. No entanto, só o farei se obtiver ajuda e permissão das autoridades africanas. Não seria interessante lhes forçar a terem uma escola que não desejem.

Elaborei o projeto há dez anos e estou esperando por ajuda financeira para que o mesmo possa sair do papel. Terei que esperar até quando? Quando as crianças já tiverem crescido e não precisarem mais de escola?

Não se vence pobreza com redações de universitários, mesmo que patrocinados pela UNESCO, nem com viagens para dar “pastoreio” aos radicais, mesmo que patrocinadas pela JMM. Mas com educação de qualidade, com um evangelho não mesclado com interesses particulares.

Apresentei este projeto ao Concurso sobre Inovações em 2003, ao MESCT. Ministério do Ensino Superior,. Ciência e ... através de educação, da inovação científica e tecnológica. Mas, era um projeto caro. Precisaria da ajuda financeira de tres milhões de dolares, - os quais não tenho - para colocá-lo em prática. E o farei se obtiver a oportunidade e recursos financeiros. Só desistirei se Moçambique o rejeitar. Uma vez rejeitado, terei que ficar calada, ou transferí-lo para outra localidade onde houver outras crianças necessitadas de escola.

Se houver interesse em vencer a pobreza intelectual , em ajudar-me a construir mais escolas, quero poder somar a esta iniciativa.

Casei-me por amor com um moçambicano que, pelo visto, nunca me amou, me ama mais, por eu estar velha, não gerar filhos e não ter atrativos aos seus olhos como homem. Talves, tenha encontrado alguém mais jovem que eu, a qual, segundo ele vale mil vezes mais que eu. As crianças de Macua, não podem sofrer as consequencias desta situaçao fora do meu controle e delas.

Não deixarei de dar minha contribuição à causa para a qual dediquei-me por mais de vinte anos. Estas crianças não têm culpa se meu casamento não foi regado pelo amor que sonhei como mulher.

Estas crianças não podem sofrer as conseqüências da guerra e agora continuarem a sofrer as conseqüências do desejo do meu ex-marido em separar-se de mim.

Assumi uma causa para a vida e não apenas um casamento.

Irei lutar por esta causa até à morte se preciso for.

“I have a dream”. Não me chamo Mrtin Luther King, mas também tenho um sonho do qual jamais desistirei. E deste sonho jamais desistirei.

As crianças precisam deste estabelecimento de ensino, e se houver pelo menos um empresário - seja ele brasileiro ou de outro pais -, que se empenhe em ajudar-me nesta construção e que esteja embuido deste mesmo desejo em criar esta escola, ou um jogador de futebol que realmente deseje ajudar Moçambique, não apenas jogar bola por lá, ou um governante com o mesmo desejo que tenho em ajudar estas crianças, vamos construir juntos esta Escola Experimental em Manica.

Como modelo prático de Educação, cuja finalidade é promover educação com qualidade e ajudá-los a vencer a pobreza, tanto educacional como alimentícia.

Dando às crianças a oportunidade obterem educação com qualidade, somando-se a produção de leite de soja, como fonte de alimentação de qualidade, extraído com a “vaca mecânica” elaborada pelo Professor Hermínio Moreti, prof. na UNICAMP. SP.

Sugiro que a escola receba o nome de Gessy Máximo - minha sogra - , e avó das minhas duas filhas, a qual não pude conhecer. Mas respeito muito, mesmo sem conhecer, pelos sofrimentos destes vinte anos ausente do filho amado que veio ao Brasil e aqui ficou impossibilitado de retornar por falta de recursos financeiros.

Tal projeto faz parte da minha doação do vida e trabalho à Àfrica e por estas crianças moçambicanas, e por ele irei lutar até sua concretização, com casamento ou sem ele. As crianças não podem mais esperar, por conta dos sonhos que se desvaneceram. Secadas as lágrimas...

“Vamos à luta, pela concretização da Escola Experimental, cujo nome eu gostaria que fosse: Escola Experimental Gessy Máximo, em homenagem à minha sogra, dona Gessy a qual eu não pude conhecer.

Construir esta escola e dar-lhe o nome da minha sogra seria uma simples homenagem a esta mulher africana que deu seu filho para lutar por Moçambique, no período da guerra colonial contra Portugal e o perdeu para um Brasil discriminatório. Não o perdeu para mim, pois, nunca o proibi de retornar, assim como nunca lhe proibi de conhecer suas netas brasileiras. Nunca tive condições de ajudá-lo a retornar, o que é bem diferente.

Fui empurrada para fora de um casamento conturbado no qual nunca fui amada. Hoje sou odiada por ele, fui sim descartada e trocada virtualmente por uma jovem estudante de direito com metade da minha idade. Jovem que, sequer assumiu o posto de esposa que roubou. O posto de esposa de um moçambicano, que mesmo sem me amar era meu esposo.

Um esposo ao qual sempre amei, mesmo sendo espancada feito uma escrava. Mesmo, sendo desvalorizada inclusive diante das minhas filhas quando ele me dizia que sua amiga valia mil vezes mais que eu. Mesmo quando fui impedida por ele de ir à sua formatura, por eu ser já velha, e causar-lhe vergonha entre as jovens da Faculdade. Jovens que podem ser vista na sua despedida do COINT, no: google:

Despedida do CONIC/COINT

www.youtube.com/watch?v=x8wi5HGgFqQ24 dez. 2008 - 2 min - Vídeo enviado por thalucatelli

Surpresa preparada no último dia do CONIC/COINT 2008 em Botucatu-SP por David, Clarissa e André©: uma canção em shona ...

Nem por isso vou parar de prosseguir com meus ideais de ajudar estas crianças africanas. Esta é a mais singela contribuição que sua ex-nora brasileira Nadir Jemusse, sempre desejou dar-lhe, não o fez por falta de colaboração.

Hoje faço deste desejo minha causa para lutar, dando assim minha contribuição – talvez não solicitada pelos adultos africanos, mas solicitadas por aquelas crianças, as quais na sua mais pura inocência atingiram meu coração - para além da luta que tenho assumido para acabar de criar minhas duas filhas meio moçambicanas.

Vence-se a pobreza com trabalho e não com redações.

Vamos trabalhar juntos, nas construção e soluções concretas para se vencer pelo menos um foco de pobreza?

África: Moçambique meu amor, minha inspiração, amei-te de coração, minha causa maior, depois de Jesus, é claro!

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 23/09/2011
Reeditado em 16/04/2012
Código do texto: T3236581
Classificação de conteúdo: seguro
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