NOTA DO DCE SOBRE A GREVE

O Diretório Central dos Estudantes José Montenegro de Lima do IFCE vem através desta nota se pronunciar diante a paralização dos (as) Professores (as) e Servidores (as) do IFCE. Entendemos que a luta dos (as) estudantes não está descolada da luta dos (as) trabalhadores (as). A luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade também perpassa pela melhoria das condições de trabalho de professores (as) e servidores (as). Garantir uma educação libertadora, formadora e crítica de fato, implica em salários dignos, redução da jornada de trabalho, flexibilização de carga horária, investimento na formação e especializações e mais contratações de profissionais da educação. Sabemos que para muitos (as) estudantes a greve poderá trazer prejuízos, como a prorrogação de colação, atraso na formação, entre outros. Mas todos (as) temos de ser solidários (as) neste momento. A educação nos últimos oito anos passou por muitos avanços, mas esta paralização e as reivindicações nela apresentadas demonstram que ainda há muitos problemas a serem enfrentados, deixando claro a fragilidade das políticas educacionais no Brasil. Trabalhadores (as) do Brasil inteiro vêm organizando paralizações para apresentar para governo e sociedade civil reivindicações legítimas e históricas da classe trabalhadora. Greve é uma conquista legítima do povo trabalhador e nós estudantes devemos nos somar a estas lutas, já que um dia poderemos recorrer a prerrogativa de fazer greve. Além disso, estudantes do IFCE devem se oportunizar deste momento para apresentarem também suas reivindicações. Enquanto os (as) profissionais da educação estão em greve, estudantes bolsistas são sobrecarregados executando trabalhos burocráticos de forma indescente e exaustiva. Enquanto o CONIF desvincula a bolsa auxílio à mão de obra, o Grupo de trabalho que organiza a política de Assistência Estudantil do IFCE mantém a vinculação deste auxílio (que deveria servir para garantir a permanência dicente e combater a evasão) ao trabalho. Ou seja, estão transformando a Assistência Estudantil em remuneração por serviços prestados. Ademais, a verba de assistência estudantil que triplicou este ano (para garantir políticas de alimentação, transporte, moradia, saúde, cultura, esporte e desenvolvimento acadêmico) vem sendo negligenciada pelas direções de Campus. Muitos diretores vêm negando e segurando auxílios importantes aos (às) estudantes não cumprindo com a Política de Assitência Estudantil aprovada pelo Consup do IFCE. Neste momento é fundamental que professores (as) e estudantes estejam juntos (as) em torno de uma agenda unificada que contemple as reivindicações dos (as) profissionais da educação, mas que ao mesmo tempo garanta a auto organização dos (as) estudantes, assistência estudantil de verdade, pesquisa socialmente referenciada e uma expansão do IFCE com qualidade.