Manifesto da Crinça ou Resgatando a Criança Interior
Atenção meus pequenos e minhas pequenas, meninos e meninas, moças e rapazes, quero vos dizer que não lhes enganaram, quando desde que vocês eram pequeninos vos disseram para acreditar no Amor. Inicialmente este tema lhes foram introduzidos por meio de contos de fadas, os quais falavam de príncipes e princesas, depois historinhas nas quais o bem sempre prevalecia, histórias de heróis, filmes de amor. Concordo com vocês minhas crianças, que o mundo em que vivemos é realmente triste, existem muitas coisas ruins, muitas mazelas, fome, pobreza, violência, muita maldade. Se vocês se sentem enganados, podem acreditar que um dia, assim como vocês, eu também me senti enganado, pois sempre esperei que o bem prevalecesse, que os heróis vencessem as batalhas, que os finais fossem felizes, que tudo terminasse com a união, o amor entre as pessoas. Mas devo vos dizer que quando crianças, pensamos como crianças, falamos como crianças, agimos como crianças, porém à medida que vamos crescendo, deixamos o que é próprio de criança e vamos amadurecendo. Hoje, meus pequenos e minhas pequenas, percebo que não nos enganaram quando nos falávamos que o bem sempre vence no final, a final, ainda não chegamos no fim, por tanto, o bem haverá ainda de vencer; não nos enganaram quando nos falaram sobre heróis destemidos que combatem o mal, a final, os heróis costumam andar disfarçados no meio da multidão, estão disfarçados de crianças, de adolescentes, de ingenuidade, mas sabemos que quando chega o momento certo, os heróis retiram seus disfarces e realizam grandes feitos. Quando vos disseram, minhas crianças, para vocês acreditarem no amor, é porque é assim que se rega uma semente, com amor, pois com amor a semente brota, com amor se cresce, e com amor se torna uma árvore majestosa, com amor se vive, e é com amor que se vence o mal. Acreditemos pois, todos nós, no bem, no amor, na união, e assim descobriremos que não nos enganaram quando nos apresentaram os contos de fadas, as histórias de heróis, os filmes de amor, todas as histórias com finais felizes. Aquele que não acredita nisso, reparem que não passam de bobos, que acham que dinheiro trás felicidade, que acham que ter um carro é ter alguma coisa, que acham que viver é só trabalhar para seu sustento, enfim, são pessoas que se enchem de vazio, seres supérfluos, superficiais, de uma realidade efêmera, sem sentido.
Enfim, não vos esqueçam minhas crianças, que vos sois o futuro, pois estão a crescer, e por tanto são a esperança de uma realidade melhor. Se, porém o fardo de mudar o mundo lhes parecerem pesado, uni-vos meus pequenos, unamo-nos, e assim nos agigantaremos e faremos do amor uma realidade mais que evidente.
Itaci Silva Camelo