A Sentinela ( Indgnação e Repulsa )

Amanheceu e continua chovendo

Não consigo entender ainda o que está acontecendo

Vejo mães perdendo a razão, quando é arrancado o sentido de suas vidas

Homens engravatados cometendo crimes encontrando fáceis saídas

Mantendo em suas faces um sorriso ensaiado

Com seus bolsos cheios de dinheiro lavado

Hoje ganhei um carrinho de brinquedo e fiquei muito contente

Pois ele vale cada centavo de um trabalho honesto e decente

Sorrindo abracei minha mãe em agradecimento

Alegre e também grato a Deus pelo raro momento

Mas a doença incurável com seus sintomas ainda corrói a sociedade

Com seus surtos de corrupção e impunidade

Em busca do controle total de um império capitalista

Com promessas doces que embelezam seus minutos na propaganda eleitoral gratuita

Mas eu não acredito no que dizem e ainda procuro respostas

“Quem vai saquear os cofres públicos dessa vez? Façam suas apostas!”

Da minha janela vejo tudo, e estou de mãos atadas

Assistindo ao jornal noticiando sobre um trabalhador que foi morto a facadas

Os errados somos nós quando viramos as costas à solução

E conversamos sobre a novela das oito comendo nosso arroz com feijão

Casando, fazendo bebês e se sustentando com um salário abaixo da média

Pagando por juros absurdamente desrespeitosos em um Brasil “Sem Miséria”

Calados quando envolvidos pelo “confortável” comodismo que nos abate

Sem se quer protestar pelos nossos direitos, esperando que Deus venha e nos resgate

Se estas palavras de forte impacto e relatam a ferida honra da classe trabalhadora

Veja aquela senhora humilde que chora enquanto empunha sua vassoura

Que perdeu suas esperanças para a violência das noites em uma esquina traiçoeira

Onde ônibus circulam lotados nos sufocando, mas não há outra maneira

Somos vítimas de crimes bárbaros com requintes de crueldade

Até eu, uma indefesa criança, não escapei dessa dura realidade (...)

Lukas Di Castro
Enviado por Lukas Di Castro em 04/07/2011
Código do texto: T3075278
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