Sou o cara legal, ou o segundo mais legal.
Sim, em primeira mão, agora que tenho a resposta, todos poderão saber quem realmente sou! Tive a visão dessa resposta já a algum tempo, mas sua confirmação como teoria e lei, seguindo o método cientifico só obteve resultados recentemente.
Eu? Eu sou o cara legal.
Sabe? Não tanto quanto o Jô Soares, ele é mestre nisso, mas um dia chego lá, aquele cara que ri e te faz rir, te oferece uma xícara de café e ouve suas histórias, enquanto estão sentados em um lugar qualquer. E isso a troco de quê? No caso dele pelo menos é dinheiro.
Sou aquele que pode ser amigo de qualquer um, o que não significa que eu seja, que todo mundo precisa de um como amigo, aquele cara que pode te ajudar com qualquer tipo de coisa. Alguém de sorriso fácil e de memória fraca. Não estou dizendo que perdôo a todos e qualquer coisa, mas que comigo é mais fácil, ah isso é. Favores? Na hora, desde que estejam ao meu alcance. Reclamações? Raramente, nada que uma ou duas palavras reconfortantes não possam mudar. E o que esse pacote de benefícios pede em troca? Um pouco de carinho e atenção, mínimos mesmo, um olhar, um sorriso, quando muito, um abraço.
Sou o cara, ou melhor, o segundo cara mais legal do mundo, aquele em que você pode confiar qualquer segredo ou receio, que sempre pode te dar um ponto de vista diferenciado, e que vez ou outra pode inflar seu ego enquanto se apaixona por você, depois é só falar da amizade, a bendita amizade, que tudo se acalma e volta ao normal, normal que digo é aquela fase em que você se sente confortável, minha opinião não conta. E se eu insistir nela, é só me tratar mal, faça parecer que é tudo culpa minha, minha ingenuidade me fará crer na tua razão.
Sou o cara que se acostumou a ouvir, a sonhar com as experiências relatadas, que se acostumou a poucos momentos amorosos, mas que não consegue esquecê-los. Se sou um amigo pra toda hora, porque não um amante de poucas horas, depois é só apostar em minha memória, ela faz o resto, não vou esquecer o que aconteceu, mas posso muito bem esquecer o que eu senti naquele momento, afinal de contas estou aqui para te satisfazer, não para reclamar, e se isso acontecer me dê um abraço que me calo.
Sei lá, sou um tipo de Geni, sabe aquela? Do Chico? Aquela que salva uma cidade, e que no dia seguinte amanhece sendo xingada, “Joga bosta na Geni!”, só não precisam chegar a tanto.