O idiota, o imbecil e o otário
Ontem (23/01/2009) eu retornava para casa seguindo pelo corredor norte-sul (na Capital Paulista) e depois que passei pelo túnel Anhangabaú o trânsito travou. Reparei num carro que estava à frente. Era um veículo de transporte rápido (espécie de van) e tinha colada na parte de trás a seguinte frase: “Tudo aquilo que algum idiota diz que é urgente é algo que algum imbecil não fez em tempo útil e querem que você, o otário, se desenrasque para fazer em tempo recorde!”
Enquanto eu seguia pacientemente (será?), pela via congestionada, meditava a respeito dessa frase, bem comum nos bastidores daqueles que de fato fazem a “correria”. Excluindo os eventos que de fato fogem à rotina a frase está coberta de razão. As palavras idiota, imbecil e otário servem como ênfase, desabafo e ironia.
Vejamos:
(1) Quando o suposto idiota anuncia urgência em algo trivial está clamando, por não pensar, para que seja feita com pressa a tarefa que poderia ter sido programada de forma antecipada pelo dito imbecil.
(2) Aquele é chamado de idiota por não notar que a urgência não existiria e que só existe porque foi “fabricada” pela ação desordenada de alguém. Este, o imbecil, é o suposto alguém que não cumpriu seu mister de forma aprazada.
(3) O otário é aquele que enfrenta a loucura do dia-a-dia para superar um recorde. Por que superar? Bastaria apenas receber a sua tarefa dentro dos princípios de uma organização elementar. Como isso seria possível se ele, o otário, está nas mãos do imbecil que é resguardado pelo idiota?
É claro que existem circunstâncias internas e externas que proporcionam quebras da rotina, mas de uma maneira geral a ausência de planejamento tende a formar um triunvirato das trapalhadas, espécie de “os três patetas atuais: o idiota, o imbecil e o otário...