À espera do fim
Ouvi de um cliente algo de muito impacto e resultante de muita reflexão dele: “Estou com 58 anos de idade e não vi o tempo passar. Caso eu chegue aos 75 anos será tudo muito rápido. Não senti a passagem de quase 60 anos, sentirei os 15 anos que restam?”
Assim mesmo: frase simples e objetiva. Nem bem chegamos ao mundo e já estamos de partida. Estaríamos à espera do fim? À medida que o tempo vai passando as pessoas buscam soluções para perpetuar a vida. Nem todos agem assim, mas a maioria acalenta a esperança de viver eternamente em outra dimensão, em outro local... Cada um procura se encaixar num contexto de esperança. A esperança está, quase sempre, presa aos costumes (ou culturas) oriundos do lar, do país, da religião...
Cada um defende a sua esperança como se ela fosse a verdade universal. Defendem a esperança como sinônimo da verdade. No fundo mesmo as pessoas querem continuar vivendo e a esperança que muitos têm é reflexo desse desejo intenso de viver.
Não importa o que se espera e no que se crê. A grande realidade é que vivemos à espera do fim. Não sendo fim da vida, será o fim dessa maneira de viver. Quem chega aos 100 anos bate recorde, mas vive quase vegetando. A pergunta que se faz, no silêncio da noite é: “meu fim será com quantos anos? Será trágico ou sereno?”
Pensei um pouco sobre o comentário do meu cliente: simples e lógico. O tempo passa e não nos damos conta. Estamos em contagem regressiva e indo numa direção. O que será que existe no final?
São muitas as respostas, cada uma de acordo com o diferente tipo de esperança.