O K10

"Quando se sentas com uma linda garota por duas horas, parece que se passaram dois minutos. Mas, quando te sentas sob uma estufa quente, por dois minutos, parece que se passaram duas horas".

Essa foi a forma mais simples para que Albert Einstein falasse sobre a relatividade. Assim, quando falamos em K10, a primeira coisa que lembramos é essa questão física e, por vezes, até subjetiva, tão bem ilustrada pelo mestre Einstein. Ou melhor, estamos de certa forma filosofando, porque não é sempre que observamos uma pessoa que assina sua identidade, através de uma letra e de um número.

Lá das alturas, através do cotidiano do futebol, nasceu a figura do K10, como também nasceu o perfil do seu criador, ou seja, a algumas décadas no passado, num certo campo de futebol aparecia Kerson Nantes, que fixou sua atenção e seu esforço físico ao espaço mais amplo do tapete verde – o meio campo. Foi um nascimento como todos que hoje se consideram filhos do Sindijus. É mais um irmão amigo da bola, que, nessa noção de relatividade, cresceu conosco servindo à bola e ao alvoroço da nossa história.

Todos ainda devem estar se perguntando? Mas, o que isso tem a ver com relatividade? Aí que vem o grande segredo de todos nós, já que nosso amigo homenageado encarna na sua personalidade um misto de guerreiro, mas, que, com o tempo, foi preciso aperfeiçoar sua raça, para tornar-se alguém mais ponderado ao disputar uma jogada, evitando aqueles ‘botes’ certeiros que muitas vezes atingiam duas coisas ao mesmo tempo: A bola e o adversário. Assim, com o passar do tempo, o nosso amigo que antes desarmava por duas horas, sem cansar, hoje, corre por vinte minutos, que parecem duas horas.

O fato é que o Kerson Nantes, conhecido entre nós como o K10, tem caminhado conosco nessa história. Tem feito do Sindijus um trilho onde correm as rodas do nosso trem. Vestiu conosco aquele camisa vermelha, que parecia sangue, lá pelos idos de 1980, perambulando por inúmeros gramados deste glorioso Estado de Mato Grosso do Sul, dando brilho à equipe do Sindijus, que sempre foi respeitado, graças às pessoas como o Kerson que soube honrar nossas cores dentro e fora de campo.

Nada melhor, do que fazer tal homenagem neste mês de dezembro, quando estamos com nosso espírito aberto para a solidariedade e a fraternidade. Neste final de ano, na despedida do nosso futebol, quando olhamos as ruas e as casas, nossos olhos se cruzam com o colorido das árvores e das lojas e, as diversas cores, refletem em nós uma comoção que se espalha em nosso sentido e penetra em nossas almas.

Nesse momento de profunda reflexão, abraçamos a natureza, olhamos para as estrelas e para o luar e, em companhia dos entes queridos, abraçamos a causa maior do Universo que é a presença do nosso Criador.

Esta noite não é só de homenagem ao amigo K10, mas sim de ensaio ao breve recolhimento em nossos lares, para que possamos refletir sobre o ano que passou e para que possamos chegar renovados no ano de 2011, pedindo que nosso Deus permita que ainda tenhamos muito energia, para que, dentro desse critério simbólico da relatividade, possamos fazer tudo novamente, evitando o que esteve errado e revivendo tudo o que valeu a pena.

Enfim, além do abraço fraterno ao amigo Kerson, desejamos também que todos os presentes possam aproveitar ao máximo as festas de final de ano, deixando para trás tudo aquilo que não serviu como exemplo e semeando novas idéias, para que o ano que vem seja tão bom, ou melhor, que este que se finda.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 16/12/2010
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T2675422