Eugenia, Niilismo e Tragédia Cristã
O homem que se faz superior ao que é comete um niilismo de si mesmo. A autonegação de seus valores e a busca desenfreada pelo homem ideal, em si só, comete preconceito de consequências trágicas. Nesse sentido, dentro da religião se acha os homens em seus niilismos não só pessoais, bem como social.
No âmbito da historia, vários personagens trouxeram à cena seus ideais, ideais esses que, ou se frustraram, ou se perderam ou então, pior ainda, estão maquiados em ações modernas de varias naturezas, dentre elas, a moral e a religiosa.
O aspecto desse niilismo é o abrir mão do que sou e do que tenho para o que “serei” e para o que “eu quero” para mim e para o que isso reflete na sociedade. Como cristão, é difícil apontar faltas em nossa ideologia, mas omitir tais fatos é se encarapuçar no que eu mesmo critico.
Em Hitler, achamos a tragédia do eugenismo- (Med. Ciência que estuda as condições mais propícias à reprodução e melhoramento genético da espécie humana), cujo ideal era criar uma raça pura e para isso, qualquer que não tivesse atributos já pré-estabelecido por esse ideal, era descartado, e o cristianismo critica severamente e é por sua vez um grande assassino nas cruzadas e tudo isso, pelo mesmo ideal- purificação de uma estirpe, de uma classe elitizada. As facetas do cristianismo explica isso. As variedades de doutrinas e de (in) verdades são mecanismos de autonegação de um ideal clássico, comum, mas se investe com ânimo para promoção de um ponto de vista particular e, nesse sentido, ocorre o proselitismo e a insuficiência da religião como meio de se achar no tempo-espaço e ainda mais, em se achar perante o Todo Poderoso. Creio ser impossível o homem negativado em seus anseios ideológicos, se achar com Deus, haja vista que este, em detrimento daquele, requer unidade e universalidade dos ideais (no aspecto da fé, como soberana e base imóvel da comunicação com Deus). E o que o niilismo faz? Dá a cada qual sua fé e levianamente se reveste de doutrina e compõe os quadros inversos ao principio básico do cristianismo- Uma só fé, um só Senhor.
Nesse aspecto, o homem se faz senhor de si, e como dizia Nietzsche, matam Deus, quer dizer, suas decisões não mais dependem de uma resposta de Deus, mas tomam, eles mesmos, seus caminhos. Surge o preconceito religioso e a intolerância.
Cada sistema (igreja) estabelece seus próprios credos e normalmente, em antítese ao outro. Não me refiro, nesse aspecto, ao religiosismo católico apostólico Romano, mas sim, e de todo, ao cristianismo protestante, suas variações e suas grandes tragédias, tanto no sentido moral ( hipocrisia) , quanto em seu ideal de salvação (ceticismo), e acima de tudo, quando o líder se coloca por deus e se opõe a vontade de Deus. Heresia e confusão.
Mas acredito que há ainda muitos homens comprometidos com a Palavra de Deus e que estão dispostos a recompor os caminhos que foram veredas justas. Está na hora de acabarmos com a hipocrisia e a divindade dos homens ou daqui a pouco, o cristianismo estará substituindo Deus de seus cultos, como já se pode ver em algumas igrejas onde o homem é o centro da adoração e, não mataram a Deus ainda, mas já o colocaram em uma masmorra no submundo da fé. Isso é o homem se fazendo superior ao que é, pó e cinza, barro. Agregar a si mesmo valores de outrem ou compor para si valores que não se tem e nem se pode conquistar, é a tragédia maior que um cristão pode cometer em sua existência.