Refletindo na madrugada...

Há momentos na vida da pessoa que o convívio com a verdade é real. Quando se está só, quando não há necessidade de usar máscara, quando existe a realidade que se mostra clara e exigente, não deixando outra alternativa a não ser a de abrir os olhos e ver...

Ver o que de fato existe e insta em se mostrar. Não é possível fugir! Encarar o inevitável é caminho único e nele o ideal desaparece, o sonho se esvai e a realidade se mostra por inteiro...

É quando finalmente o óbvio se torna presente. A conclusão é bem simples: é possível mentir para alguns, é possível mentir para muitos, mas não é possível mentir para si mesmo...

Exatamente no momento em que não é possível fugir dos tentáculos da realidade o homem se vê nu, pobre e solitário. Neste momento ele sente que é miserável. Tem uma contrapartida: saber que sua única riqueza é a verdade...

Riqueza? Mas quem disse que a verdade é como no mundo dos sonhos? Quem disse que a verdade é aquela que se mostra suave dentro da caixinha de porcelana?

A verdade é o tesouro do solitário. É um tesouro, mas não é riqueza... Pode?

Parece não ter sentido, mas refletindo na madrugada é possível enxergar o mundo real, gostando ou não gostando...

Para quem não quiser ver a realidade que espreita na madrugada resta um caminho: dormir...