Criando deuses e ideias

O livre-pensador, aquele que forma as suas opiniões independentemente de autoridade ou tradição, especialmente em questões de religião, leva imensa vantagem, se assim podemos dizer, em relação aos que preservam um mínimo de ortodoxia, notadamente no que tange à interpretação e à exegese de livros religiosos antigos. O livre-pensador sente-se à vontade para criar e imaginar divindades.

Fato significativo é que o livre-pensador tem duas vertentes a seguir e essas duas "infimas" vertentes fecham de tal mandeira o cerco, que ninguém consegue vencer um livre-pensador no contexto das regras que ele reserva para si.

A primeira vertente é dizer que o homem criou deus. Isso porque existem "n" variações de divindades que são apresentadas dentro das inúmeras regras dos muitos credos. Todas as variações são criaturas humanas.

A segunda vertente é dizer que o homem criou a ideia de deus. Parece jogo de palavras, mas são vertentes que levam a caminhos diferentes. Podem até se iniciar no mesmo ponto, mas seguem em rumos diferentes e jamais se reencontrarão. Uma coisa é criar um ser que possa ser dimencionado e imaginado e outra e criar uma ideia subjetiva ao extremo.

Fecha com "chave de ouro" ao dizer que mesmo deus sendo criado pelo homem, ou a ideia de deus ter origem igualmente humana, deus sempre existirá, de alguma dessas duas formas ou de mais uma, ainda não captada pelo homem.

Não é bom ser livre-pensador? Existe maneira melhor de criar deuses e ideias?

Que o livre-pensador não seja confundido com o agnóstico. Aí seria demais...