Sociedade Enferma.

Estamos enfermos. Todos nós que pensamos estamos enfermos e, a cada dia a mais que se passa, mais enfermos ficamos. É angustiante pensar que pensar tornou-se doença. Doença tão repugnante e impávida que somos açoitados pela sociedade, ainda mais quando colocamos em exposição nosso prazer tão eminente em fazer o que a sociedade que, nos cerca e nos açoita, não faz; pensar.

Vós que pensai, esticai vossos olhos às ruas e anunciais o que conseguem ver. Na irrefutável frase de Rui Barbosa “Um povo analfabeto, um governo analfabeto” (Oração Aos Moços). Estamos diante de momentos negros e pérfidos. Deleita-se a sociedade nas coisas sem valor e sem fruto, sociedade esta corrompida e maculada. Se a bandeira de nossa pátria assumisse no seu verde, amarelo, azul e branco as negras manchas sociais, com toda a certeza, nossa bandeira seria negra.

Na verdade não estamos enfermos. Nós que pensamos não estamos enfermos, mas somos sim, a saúde tão ferida da sociedade. Pois enferma está a negra sociedade que se diluí nas obscuras manchas das malicias humanas. Sobre os pináculos dos templos humanos (A política, o judiciário, o legislativo, a moda, a mídia etc.) olhemos e vejamos todos nós as enfermidades sociais.

A moda que desnuda as pessoas, as mulheres e crianças, expondo-as e corrompendo-as de forma tão abrupta, que a nudez feminina é muito mais bem aceita do que os talentos que elas poderiam consagrar. A mídia, que tem como deus a violência e a depravação humana e impõe à consciência infantil a necessidade vazia de fortuna e de reconhecimento, mesmo que alcançada mediante hediondas fraudes. Estes que deveriam dar-nos mais exemplo de zelo nos dão, na verdade, maior veracidade a este diagnostico. A sociedade está enferma.

A política, palco das mentiras e injustiça, esta que devia-nos a esperança de evolução; com seus atos e feitos nos põe em uma perpetua de regresso continuo. Platão que tão profundamente elencou as características da justiça, expôs em seu entendimento que a necessidade básica de um bom governante se via que este o faria não por objetivo de enriquecimento, mas governaria pelo bem maior, o que faria a si mesmo e aos outros, pelo prazer de governar. Longe do que hoje ocorre nas fraudulentas concorrências que há da busca inata de fortuna, dando-nos ensejo somente, para não votar, para que assim a dignidade eleitoral não seja atingida.

Platão também falou que em uma sociedade justa, poucas leis são necessárias, pois a moral e a ética de cada cidadão é justa e o legislador precisaria somente transcorrer leis de convívio básicas, ou seja, coisa que não no ocorre. Pois que nossos legisladores estão à uma sociedade vazia e egoísta, necessitando assim, de leis e mais leis para tentar, somente tentar, ordenar este rebanho que o povo se tornou para ele.

Já o meu¹ e o nosso tão contrito judiciário multiplica as suas demandas e disputas, muitas vezes fúteis e vulgares, causadas por egoísmo (civil, tributário e trabalhista), causadas por desvalorização da célula familiar (divórcios, alimentos, sucessões, guarda de filhos, investigação de paternidade etc.) e por violência (Penal e penal militar.).

A sociedade adora as coisas mai9s insignificantes e amam o vazio n’alma. Os que pensamos, tornemo-nos melhores, pois que pensar nos fará líderes desta sociedade tão enferma. Na qual nosso objetivo não será pensar como pensam os tolos que murmuram nas memórias que trazem “os bons tempos do passado”, pois nos tornamos menores quando buscamos aquilo que já foi consumado, o passado.

Lacemos nossos olhos para o futuro e o presente, este que se consome e aquele que se consumirá, importando-nos com os valores, a moral e a ética, amando a sabedoria e a inteligência. Pois vós Pais, ensinai os vossos filhos com aquilo que sentem falta das vossas infâncias, assim fazei também vós mestres, ensinai vossos aprendizes com aquilo que sentem falta do vosso aprendizado.

Portanto, consumamos um presente digno e vivamos a esperança de um futuro justo. Com bons políticos, juízes, senadores, pensadores, pais, mestres e filhos, mas cima de tudo, que nós possamos ser melhores, e a nossa sociedade, um berço digno de nossos filhos.

Ygor Pierry

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1 - Isto ocorre, pois o autor é estudante e instrumentador do Direito, dando fulcro á ele de se por na imagem de possuidor direto e indireto do Poder judiciário, Por ele tantas vezes invocado.

Ygor Pierry
Enviado por Ygor Pierry em 01/11/2010
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