Pronunciamento no dia da outorga da Comenda Balbina L. V Arrais
Senhores vereadores, autoridade presentes, senhores e senhoras.
Sinto-me lisonjeada em ser contemplada com esta comenda que leva o nome de uma grande educadora de nossa terra: Balbina Viana Arraes. Educadora sim, não apenas instrutora, visto que sua preocupação com o aluno era em todos os aspectos; não apenas em letrá-lo, mas em oferecer-lhe uma educação integral, informando-o e formando-o para a vida.
É muito gratificante para mim ter mais este vínculo com a família Viana Arraes. Nasci na vizinhança da mesma, vivi os primeiros anos de vida como se dela fosse um membro, tive o privilégio de ser acariciada pela própria BINA, como era carinhosamente chamada pelos familiares. O convívio com a família Viana Arraes foi e é para mim extremamente significativo até os dias atuais. A-prendi, desde cedo, a amar aquela família que me adotou como familiar e que eu a adotei como minha segunda família, por amor. Não temos laços consangüíneos, é bem verdade, mas sou, como dizia vovó PEDROZINHA, neta pelo coração.
Os valores morais e espirituais assimilados por mim naquela família vieram somar aos da minha família e formar a cidadã que hoje sou.
Como Balbina Viana Arraes, tentei ser cidadã consciente da minha missão e dar minha pequena parcela de contribuição na educação de meu povo. O pouco que fiz nada foi além do cumprimento do meu dever.
Como professora polivalente, lecionei em classe multiseriada, séries iniciais e admissão ao ginásio; como professora hora/aula lecionei Matemática, Ciências, Educação Artística, Religião, História, Português e Metodologia do Cálculo e das Ciências, Psicologia, Filosofia, Introdução à Educação, Matemática e Estatística nas escolas Pe. Abath, Pe. Viana, José Matias Sampaio, Joaquim Gomes Basílio, Pe. Pedro e Pedro Basílio.Como portadora que sou do registro de Administração Escolar, exerci a função de vice-diretora nas escolas Joaquim Gomes Basílio e Pe. Pedro, de Diretora da ACOBRESA onde procurei pôr em prática toda a teoria assimilada no curso, adaptável à nossa realidade a fim de que a escola atingisse os objetivos a que se propunha.
Como Secretária de Educação e Cultura, busquei o conhecimento da realidade educacional de minha terra, tanto na sede como na zona rural, da metodologia de trabalho dos secretários que me precederam a fim de dar continuidade e ou modificar projetos e ações já existentes, pois não se pode desprezar as contribui-ções, realizações e experiências anteriores. Vale ressaltar que cada um que passa constrói algo, porque não dizer: dá tudo de si dentro de suas limitações e da autonomia que lhe é oferecida pela administração municipal.
Graças a renovação de convênios com a Secretaria de Educação do Estado já existentes desde o Secretário Manuel Bezerra Neto, pude dar continuidade às seguintes ações:
· Curso de educação à distância, qualificando professores leigos em nível de 1° Grau através do PRORURAL;
· Curso de qualificação em nível de 2° Grau, através do LOGUS II até hoje existente e sediado à Escola Balbina Viana Arraes, atendendo na época também aos municípios circunvizinhos;
· Formação de monitores para os cursos de qualificação;
· Construção de escolas com 4 (quatro) salas de aula, diretoria, secretaria, sanitários, cozinha, cantina e área de lazer na zona rural (Estrada do Gado, São Bento e Morro Dourado), mobilia-das e com todo o material de cantina;
· Equipamentos para escolas na casa do professor; mesa, bancos, quadros de giz e material de cantina;
· Material escolar e merenda escolar para todas as escolas do município;
· Organização de arquivos vivo e morto na escola e na Secretaria de Educação, dividindo o município em zonas;
· Planejamentos e replanejamentos com todos os professores;
· Supervisão escolar com visitas freqüentes a todas as escolas;
· Construção do CERU, no Muquém, descentralizando as atividades para aquelas localidades;
· Reuniões com pais e comunidade com a participação da Secretária de Educação e Supervisores;
· E outras pequenas ações educacionais e culturais por ocasiões festivas.
Gostaria de acrescentar que o trabalho do Secretário de Educação nem sempre pode ser realizado a contento e, muitas ve-zes, é prejudicado porque a educação ainda é usada para politicagem por políticos não politizados.
Concluo agradecendo à Câmara Municipal e, em especial, ao vereador Francisco Mirancleide Basílio Cavalcante, pela ho-menagem a mim prestada e dizendo que, embora sejam discrimi-nados e estigmatizados os educadores opositores e ou aposentados eu estou à disposição da minha terra.
Brejo Santo – CE, 26 de agosto de 1999.