Ética e Estética
Se os insanos fossem os habitantes exclusivos do Mundo não só morreriam sufocados em sujeira e porcaria como tentariam vencer-se e exterminar-se mutuamente, contanto que a indiscutível covardia fizesse da luta uma comédia. É uma idéia errônea não possuir nenhum limite territorial. A falta de tal convicção acarreta o desânimo, não só para construir, como até para conservar estados com limites marcados. Por isso é que o insensato, apesar de suas aparentes aptidões intelectuais, permanece sem nenhuma cultura verdadeira e, sobretudo, sem cultura própria. A falta de Identidade apresenta-se como pseudo-gente, é o patrimônio de outros povos, já corrompidos nas suas mãos. Para se julgar tal feiúra é preciso realçar que nada é espontâneo no insano, o que ele faz é fanfarronice verbal ou plágio espiritual. Além disso, falta ao antiético aquelas qualidades que distinguem os privilegiados do ponto de vista criador e cultural. Tratam-se de imitadores, remendões medíocres e miseráveis comediantes. Eis a razão por que sua inteligência nunca construirá coisa alguma, ao contrário, agirá destruindo; quando muito aparecendo então como o protótipo da força que sempre deseja o mal. A razão para isso reside, aparentemente, na Estética, que não permite a instalação da Ética, entretanto, está na desarmonia entre a civilização sã e a pobreza natural do lugar habitado. Seja lembrado que quando se descobriu o Continente Americano, numerosos habitantes lutavam pela vida como armadores de alçapão, caçadores, etc., e isto freqüentemente em bandos maiores com mulher e filhos mudando sempre de paradeiro, em uma vida igual à dos nômades. Logo, porém, que o seu número por demais acrescido, assim como recursos mais aperfeiçoados permitiram desbravar o solo virgem e resistir aos indígenas começou a surgir no país uma colônia depois da outra. Todavia, hoje, muitas personalidades são menores que outrora, quando os recursos não eram maiores.