Uma Dupla Dinâmica...
O mês de julho reservou para nós da "Bancada da Bola" um bom motivo para que fizéssemos este encontro informal, que sempre vem marcado pela alegria que nos une, esses momentos mágicos em que estamos em campo a exercitar os nossos parcos recursos técnicos no trato com a nossa amiga "Jabulani".
Hoje é dia de festa por uma razão muito importante já que a homenagem está vinculada a dois grandes expoentes da nossa história esportiva, eis que o Valdir Casagranda é aquele que encarna a grandeza da alma, ensinando-nos os princípios da bondade e da caridade, conquanto, o Alcírio Glagau, ensina as noções de trabalho e de dedicação a uma causa. Os dois são muito importantes para nosso grupo, cada um, com sua personalidade e com a sua forma de viver a vida, mas sempre trilhando exemplos que só nos engrandecem como pessoas.
Não consigo enxergar o Valdir Casagranda, sem unir à sua silhueta de homem a figura da solidariedade, pois é uma pessoa presente que coloca na sua vanguarda a capacidade de buscar a união, desenvolvendo laços de diplomacia no trato das controvérsias, contribuindo sobremaneira nos momentos de dificuldade, além de sempre estar disponível para ajudar em qualquer hora de aperto. O Alcírio Glagau é aquele companheiro que se pode contar, ousado e trabalhador, que não mede esforços para conseguir os objetivos do grupo, tanto que quando o Sindijus faz suas festas, é o primeiro a se colocar à disposição para arregaçar as mangas e trabalhar intensamente para que o evento seja coroado de sucesso.
Os dois são absurdamente opostos no que tange à personalidade. Enquanto um é taciturno, sereno e paciente, o outro, é cheio de arroubos, elétrico, "estopim curto", sendo que nas quatro linhas, em alguns casos, costuma 'sair das estribeiras' como dizem na minha terra. Não creio ser necessário adequar a personalidade de cada um à pessoa, já que todos nós sabemos quais são, ante a descrição acima citada. Entretanto, é preciso enfatizar que aquele que encarna a personalidade explosiva é visivelmente preocupado com seus arroubos e tem procurado se policiar e com isso tem conseguido grandes resultados. Já o nosso amigo de personalidade serena, tem mostrado que esse seu estado de espírito lhe dá muita segurança e por isso tem se tornado um grande líder, tanto que encampou sem muita dificuldade a função de representante de equipe em nossos campeonatos, cuja atuação tem rendido bons elogios dos atletas comandados.
A paciência e a tolerância, são de fato, atributos que nem todos tem. Eu, por exemplo, muitas vezes acabo queimando etapas de relacionamentos, ao exigir muita disciplina e por vezes sou criticado. Assim, reputo importante partilharmos do pensamento de HUGHES que diz o seguinte: "A paciência é uma garantia de ordem. Perder o domínio de si próprio é sempre a maneira mais propícia a perder a sua autoridade sobre outrem. Um aspecto tranqüilo, com origem não num temperamento fleumático (impacível, perturbado), mas numa disciplina pessoal, exerce nas pessoas nervosas sem domínio uma influência sugestionável à qual não podem escapar". Aliás, já que estamos falando de atributos e de virtudes, também cito um pensamento de JACOB RIIS, que também diz respeito às descrições de personalidades, que está voltada para a perseverança e ousadia no trabalho, cuja índole é bem peculiar ao nosso amigo Alcírio Glagau: "Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras a martelar numa rocha talvez centenas de vezes, sem que nenhuma única martelada consiga mostrar alguma rachadura. Mas na centésima primeira martelada a pedra abre-se em duas e a partir daí eu sei que não foi aquela última martelada que partiu a pedra, mas todas as anteriores.
Esse também é o mundo dos homens, quando observamos que as pessoas são diferentes umas das outras, mas nem por isso vivem afastadas. Elas podem viver com suas diferenças num grupo como o nosso, mas nem por isso deixam de ser partes importantes no todo. O exemplo das duas personalidades aqui citadas demonstram que um grupo pode viver harmonicamente, mesmo tendo pessoas tão diferentes. Isso se chama regra de boa convivência. No sentido político chamamos de democracia.
Aí está o segredo de nossas afinidades e da nossa integração aqui na 'Bancada da Bola', por isso conseguimos uma união tão duradoura e tão prestigiada entre nós. Aprendemos a conviver com as diferenças, respeitando a limitações e os defeitos de cada um. Evidente que isso não significa que não devemos ter disciplina. Tudo que é exagero não pode ser aceito, porque corrói o grupo. Nesse aspecto, também somos campeões, porque aqui não existe briga, não existe desavença, intrigas, orgulhos, vaidades, ou coisas que denigrem uma agremiação. Nutrimos o respeito pelo texto constitucional que estabelece limites entre o direito e a obrigação.
Para encerrar, agradeço ao Valdir e ao Alcírio que fizeram aniversário no mês de julho. São eles que estão nos propiciando a fazer esta reflexão. Acho que nosso Criador os colocou em nosso caminho, para que aprendêssemos a grandeza do respeito à diferenças.
Em nome do grupo da "Bancada da Bola", parabenizo-os pelo aniversário e rogo que sempre estejam conosco em todos os nossos momentos esportivos, munidos de saúde, de fé e com a imensa vontade de partilhar nossa amizade.