UM RAIO DE VIDA EM MEIO A MORTE
(Ezequiel 37)
Quando a morte nos assola em vida, é hora de esperar por uma intervenção de Deus. O nosso Deus sempre intervêm, mesmo que a situação seja de calamidade e de desesperança. Deus intervém, usando pessoas, e nem sempre percebemos que essas pessoas são pessoas comuns e que muitas vezes estão passando pela mesma crise. Mesmo em face á morte o Senhor nos ensina, a ter esperança. Sempre a esperança para o cristão, pois a ressurreição o espera no fim da sua caminhada.
O profeta Ezequiel, no capítulo 37 do seu livro relata a situação do povo judeu. Os judeus viviam escravos na Babilônia. O profeta retrata a escravidão da sua gente através da visão de um vale de ossos secos.
Por desobediência, parte do povo judeu foi arrancado do seu torrão e levado como escravo, pelo imperador babilônico, Nabucodonosor. A cidade de Jerusalém chorava e lamentava, pela invasão e derrota na guerra contra os arrogantes babilônicos. O povo chorava, pois o sofrimento avassalador lhes roubava qualquer iniciativa, ou qualquer sonho, de liberdade. A visão que o povo tinha de si mesma, era a visão do fim do caminho, era uma visão de morte. É como dissesse: chegamos ao fim da linha, não nos resta nenhuma esperança. Os primeiros 32 capítulos, as profecias são promessas de julgamentos, a partir do capítulo 33, até ao final do livro, Deus revela a Ezequiel, através de visões, e lhe da uma esperança. Faz este homem sonhar e ver a nação restaurada
O capítulo 37 leva o povo a entender o verdadeiro estado em que se encontrava a o povo de Deus na Babilônia. Este povo estava morto. Era um bando de ossos secos, um grande cemitério. Gente morta apesar de estar respirando. Pessoas anuladas nos seus sonhos, na sua relação com Deus, na sua liberdade, na sua vida.
QUANDO SE VIVE EM DIFICULDADE, PRECISA-SE DA MÃO DO SENHOR ESTAR SOBRE.
Vivia-se a dificuldade da escravidão.
A liberdade é a maior expressão do ser humano. Deus criou o homem para a liberdade, para ser autônomo, para tomar decisão baseada na sua interpretação pessoal da vida ou através da fé, ou aqueles que negam a fé tomam decisões através de um código de ética, que normativa as suas decisões. O povo de Deus na antiga aliança, por centenas foi infiel ao Senhor, o estado do povo era um estado de morte, pois foi levado para o cativeiro, sua cidade foi pilhada, destruída, suas mulheres estupradas, os seus filhos tornaram escravos; a comunhão com Deus foi destruída. Havia morte no povo.
Quando o homem vive a liberdade ele se governa por três vias.
1. A via emocional ou também chamada de ética situacional
A norma emocional ou situacional diz: Você age, ou faz o que quer desde que não se condene. Você precisa sentir prazer. Se isto que está fazendo proporciona prazer, faça! Esse pensamento é extremamente egoísta, e as pessoas que utiliza dessa maneira de interpretar a vida acaba se machucando e pecando, desagradando a Deus, que é um ser externo aos sentimentos das pessoas. Por isso acabam se se satisfazendo em um nível infantil, que tudo tem que me agradar, porque eu preciso ser satisfeito nas minhas vontades. Este é um nível muito perigoso de expressar ou usar a liberdade.
Jesus contou uma História para reprovar os avarentos: “... Destruirei os meus celeiros, reconstruirei outros ainda maiores, recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Tens em abundância, muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e alegre-se”. Lc 12.19,20
Lembre-se, o homem rico da estória contada por Jesus não considerou nada alem de si, mas Jesus disse: “ ... insensato! Esta noite a sua vida lhe será tirada. Então, quem ficará com o que você preparou ... assim acontece com quem guarda para si riquezas e não é rico para com Deus.” LC 12.20,21.
Há poucos meses aconteceu no Brasil o pleito eleitoral, que propôs o desarmamento da população civil. “A Frente” que defendeu o armamento para os civis, adotou o discurso da liberdade. O lema era: Você cidadão, direito, honesto, votando “sim”, estará perdendo a liberdade de adquirir e usar a arma de fogo para defender a sua família. A frente do “não” reverteu uma percentagem desfavorável, e venceu. O cidadão quis permanecer armado. Qual o lema vitorioso? Não perda a sua liberdade!
2. A segunda a via é a que diz: há uma lei, uma norma, uma vontade além de mim.
As leis externas as minhas vontades, impõem a mim, o agir, não conforme os meus desejos, mas sim conforme a norma, a lei, o que é certo que na maioria das vezes, não está de acordo com os meus desejos internos.
O apóstolo Paulo diz: “... não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei (que é externa a minha vontade) é boa”.
A Bíblia sempre recomenda que em questões morais, não sejamos os juízes de nossas ações, e não deixemos ser guiados pela nossa maneira de pensar. Mas procurar sempre avaliar se o desejo do nosso coração está de acordo com as Escrituras sagradas, pois “... O coração (vontade, sentimento) é mais enganoso que qualquer outra coisa, e sua doença (teimosia) é incurável, quem é capaz de compreendê-lo? Jr 17.9.
Portanto o que podemos fazer é adotar a vontade de Deus, concordando com ela, e na vontade de Deus aplicar o nosso coração.
3. a 3ª terceira via de agir é através da fé.
Quanto se age através da fé, a ação é firmada na certeza da intervenção e na ação de Deus.
O agir não é somente emocional, mas também crendo que um Deus externo a minha vontade, agirá através de mim. A Bíblia diz: a “fé é a certeza das realidades que esperamos e a prova daquilo que não vemos”. (Hb 11.1)
Por isso entendemos que através da fé:
O universo foi criado (apesar de nunca ter visto o dia da criação).
Enoque foi arrebatada para Deus (apesar de não termos visto esse dia).
Noé foi avisado a respeito de coisas que não se via, agiu movido por santo temor.
Abraão foi chamado e obedeceu e dirigiu a um lugar que mais tarde receberia como herança. Embora não soubesse para onde estava indo.
Moisés quando nascido foi escondido pelos seus pais, que acreditaram que ele não era uma criança comum e não temeram o decreto do rei.
Uma característica da fé é que ela sempre considera a vontade de Deus como superior a vontade pessoal e também a decretos de governantes humanos.
O que leva o jovem esperar o sexo para o casamento numa sociedade permissiva como a atual? A fé.
O que leva um casal a superar uma crise, quando a sociedade diz: separa! ? A fé em Deus, que odeia o divórcio.
O que leva você a tomar uma decisão na promessa de vida eterna? A fé, que vai muito além da razão humana.
O que leva você a enfrentar críticas humanas, por que você é fiel em dízimos e ofertas? A fé que Deus providencia a sua manutenção.
A visão do profeta Ezequiel estava na dimensão da fé. Primeiro porque era uma experiência, uma interpretação da realidade através da crença em Deus, que relacionava com a nação.
Os especialistas em neurologia ou psiquiatria, dizem que Ezequiel precisava tomar remédio tarja preta, os chamados controlados, porque tinha visões que não eram reais, era produto de uma mente perturbada.
O profeta Ezequiel tinha sobre ele a mão do Senhor (a situação vivida era interpretada segundo Deus) e o criador levou a uma visão terrível.
I – Ás vezes o cristão tem uma visão da sua realidade como o profeta.
Viu uma grande quantidade de ossos no vale (Vê a opressão do inimigo na sociedade e igreja por causa do pecado).
Viu que os ossos estavam muitos secos. ( Vê a vida de Deus esvaindo de si e da irmandade).
Conversou com Deus no vale de ossos secos. (mas o cristão também tem uma experiência com o altíssimo).
Deus pergunta ao profeta: Poderá estes ossos tornar a viver? Responde o profeta: só tu O sabes. (Ez 37.3).
Deus fala ao crente (Ezequiel) para abençoar os ossos mortos com vida.
“Profetize a estes ossos e diga-lhes: farei espíritos entrarem em vocês, vocês terão vida, colocarei tendões e colocarei carne em vocês, cobrirei a carne com pele, o espírito virá e vocês terão vida”.
O crente em cristo crê nas possibilidades de Deus
“Profetize ao espírito; profetize filho, do homem, e diga lhe: assim diz o soberano: venha desde os quatro ventos ó espírito, e sopre sobre estes mortos para que viva. Profetizei, e o espírito entrou neles. Eles receberam vida e se puseram de pé. Era um exército enorme”. (Ez 37.9,10).
1 – Crê na conversão do pecador, que está morto para Deus.
Disse Jesus a Nicodemos: “necessário é nascer de novo”, “ninguém pode ver o reino de deus se não nascer de novo” (João 3.3,5)isto é nascer para Deus.
2 – Crê na ressurreição de Cristo, levantado da morte e também na ressurreição da 2ª vinda de Cristo.
O cristianismo tem como base a ressurreição de Cristo. Por isso a Bíblia afirma:
... Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou e, se cristo na ressuscitou, é inútil a nossa pregação e inútil a fé nEle”. I Cor 15.13-14.
• As escrituras confirmam a ressurreição de Cristo.
“antes de tudo vos entreguei o que também recebi. Que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundos as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras”. 1 Cor 15.4,5.
O Velho Testamento previu a ressurreição de Cristo.
“Pois não deixará a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção... Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria”. Sl 16.10-11
“Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te a minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. Sl 110.1
Quando Deus prometeu um descendente no trono de Davi, Deus estava em mente a ressurreição de Cristo.
“Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino”. 2 Samuel 7.12.
• Fatos confirmam a ressurreição de Cristo.
A ressurreição foi notória e fato e Jerusalém “ abriram-se os sepulcros de Jerusalém e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade e apareceram a muitos”. Mt 27.52-53.
“... sendo ele (Cristo) é as primícias dos que dormem...”. 1 Cor 15.20.
Apareceu a Cefas (pedro) e depois aos doze apóstolos. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez. Foi visto por Thiago, mais tarde por todos os apóstolos. Foi visto por mim (Paulo), nascido, como fora de tempo”. 1 Cor 15.5-8. a possibilidade de uma loucura coletiva e de um número acompanhado de 70 zeros.
O Cristão vive na expectativa da sua ressurreição.
O profeta Daniel viu a ressurreição dos justos.
“Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”. Dn. 12.2.
Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao tocar a última trombeta. A trombeta tocará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 1 Cor 15.52.
Deus prometeu a restauração do corpo, mesmo após a morte. Ele disse isso a Ezequiel, Deus diz a mim e a você hoje.
“Assim diz o soberano, o Senho: Ó meu povo vou abrir os túmulos e faze-los sair; trarei vocês de volta a terra de Israel. E quando eu abrir os túmulos e os fizer sair, vocês saberão, que eu sou o Senhor. Porei o meu Espírito em Vocês e vocês viverão, e eu os estabelecerei em sua própria terra. Então vocês saberão que eu, O Senhor, falei, e fiz. Palavra do Senhor.
Há esperança para o nosso espírito, porque recebeu Jesus como salvador e Senhor.
Há esperança para o nosso corpo, porque esperamos ressuscitar, assim como Ele mesmo ressuscitou.
Há esperança para tantos quantos confessa Jesus como o Seu Senhor e Salvador pessoal. Feliz páscoa, feliz passagem!