Fragmentos / Descobertas

Entrei no quarto e comecei a escrever. Quando eu estou muito emocionado eu tenho que escrever. Acho que se não fosse esse meu hábito eu já teria enlouquecido. No entanto eu não iria escrever coisas agradáveis de se ler, e eu sabia disso. Eu xingava a mim mesmo com palavras, me martirizava e me matava. Na verdade eu exteriorizava tudo e mais que isso: eu desabafava, e de verdade. E naquele dia eu escrevi essas palavras:

"Sabe aquela história de que seu orgulho, egoísmo ou preconceito o impedem de ser feliz! (...) de que se pode fazer uma escolha entre ser feliz ou não ser feliz? (...) é tudo muito relativo.

(...)

Eu sei também que o egoísmo pode confundir-se com auto-estima, estando na medida certa. Que orgulho é algo natural de todo ser humano, é como açúcar no sangue, deve-se ter a medida correta.

(...)

Um dia eu ouvi de certo professor que não se ama ninguém senão suas virtudes (...) quando você ama de verdade, você não sabe o que realmente ama: a pessoa ou as virtudes dela (...).

(...)

A pessoa que você ama pode não corresponder aos seus sentimentos. Pode o adorar. Pode gostar muito do seu caráter, de suas virtudes, de você. Mas isso não é o suficiente, não quando se do seu lado existe amor incondicional. Você não vai suportar por muito tempo.

Hoje eu percebi que o amor pode ser perigoso. Você pode dar demais e receber de menos (...).

(...)

É bem verdade que existem pessoas que o amam, mas não sabem demonstrar isso, no entanto, isso pode não ser o suficiente, não pra você!

(...)

Quando se ama alguém você quer ser correspondido da mesma forma (...). Nesse momento você descobre que o amor é complexo e perigoso."

Foi o que escrevi. Palavras jogadas que formavam frases inconseqüentes, mas traduziam o meu estado de espírito.

(...)

Francisco Wilson Dias Miranda

(Do Livro Quando se Aprende a Amar, 2009)