Um Trio Eclético.

Vou falar hoje neste dia de homenagem de um grande trio. Não se trata de alguém ligado ao mundo de celebridades e nem de pessoas que são famosas pelos seus feitos no mundo material. São apenas pessoas simples que são capazes de agrupar, de somar, de acrescentar, porque sabem valorizar o coletivo, principalmente quando se encontram com seus afins nas atividades de lazer. Um tem a característica do FAZ-ME RIR, outro é para nós o GRANDE ARTISTA e o terceiro GRANDE GOLEADOR. Laerte, Fabrício e Fábio são pessoas que conhecemos do acaso, mas graças às nossas afinidades em torno do esporte mais querido em nosso país que é o futebol, construímos nossos laços de amizade. Os três são figurinhas 'carimbadas' nas noites de quintas-feiras, nos sábados de campeonato e nos domingos de amistosos. Cada um tem sua característica pessoal, afinal são humanos e educados, mas uma coisa eles tem em comum que é a humildade e a simplicidade. O Laerte que conhecemos como 'Lalá' é aquele cidadão debochado, criativo e que nos faz rir o tempo todo com suas famosas "cornetagens". O Fabrício é aquele rapaz bem mais novo que a maioria do nosso grupo, mas nem por isso deixar de prestigiar os velhinhos da "Bancada" nos acompanhando nos jogos e nas festanças. O Fábio é aquele cara disposto e camarada que está sempre cooperando em tudo que nos dispomos a fazer.

Tenho o costume de fazer estas homenagens sempre que temos a oportunidade de comemorar o aniversário de alguém de nosso grupo da "Bancada", porque acho salutar o ensejo de exaltar as qualidades das pessoas. Faço isso porque entendo que sendo alguém que tem facilidade para expressar em palavas os nossos pensamentos comuns, é importante que venhamos a expressar nossos anseios e nossas qualidades, para que cada um de nós possa sentir o quão importante é mantermos estes laços de afinidades que muitas vezes se transformam em terapia nas nossas vidas, porque não existiu até hoje um tratamento mais eficiente para o estresse e para combater os momentos de tristezas do que uma "roda de amigos jogando conversa fora" e rindo de coisas corriqueiras e pitorescas que geralmente acontecem numa partida de futebol.

Nós temos entre nós um sentido de agregação que no sentido espiritual se chama afinidade. O escritor Artur Távora, pelo qual tenho grande admiração em face das suas mensagens de vida, disse um dia que: "Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois". Disse mais: "A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos, porque é o mais independente". Acho essa reflexão um elemento existencial, pois não existe nenhum de nós que se deixa mover pelas paixões alheias. Nós temos nossos gostos e nossa filosofia de vida e só conseguimos vivê-la intensamente quando somos livres. E é exatamente essa liberdade que nos une, porque aqui na "Bancada" da bola cada um é livre para emitir sua opinião sem ser execrado porque não partilha do mesmo ponto de vista. Além dessa liberdade, ainda contamos com pessoas que sentam ao nosso lado e ficam horas e horas trocando idéias, que muitas vezes são coisas banais, mas que nos empolgam porque são coisas simples. Isso nada mais é do que afinidade. Quem não gosta de nossa forma de agir e das coisas que nos divertem acabam indo encontrar outro grupo que possua as características que sejam próprias da sua liberdade.

Thomas Hardy - poeta inglês disse: "A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos". Esse pensamento, a meu ver, encerra uma lição de vida de profundo significado para todos nós. Quantos vezes observamos as pessoas correndo atrás de bens materiais e se entregando a uma vida quase escrava para conquistar uma quantidade considerável de riqueza. Outros muito trabalham mas não conseguem alcançar seu objetivo e por isso reclamam da vida miserável. Entretanto, os mais sábios são aqueles que nunca deixaram de trabalhar, mas que se conformam com o pouco que tem, porque sabem fazer bom uso daquilo que já conquistou. Esse princípio de vida vale pra nós aqui da "Bancada" porque temos uma vida simples, não frequentamos um clube de luxo, mas temos tudo o que nos faz feliz e aproveitamos disso.

Veja que o discurso está se situando dentro de virtudes que são muitos próprias do trio homenageado e que, por reflexo também atinge todos nós. Assim, é importante enfatizarmos que temos muito orgulho de ser amigos desses três cidadãos que são partes da base de nosso grupo, já que cada um deles presta singular trabalho na composição do todo. O grupo não é o mesmo quando o "Lalá" não está por perto para azucrinar e trazer as lembranças dos 'foras' e das estórias protagonizados pelo 'alvo da vez" (Não é mesmo Flávio!) . O grupo também não é mesmo quando o Fabrício justifica sua ausência, deixando a zaga (já sofrida) à mercê de improvisações. Quando o momento é de festa então, o Fabrício nem se arrisca a trazer uma justificativa para sua ausência, porque sabe da sua importância para a "Turma do Barulho". Já o "Fabão' se tornou o homem de ataque mais importante do grupo, pois são dos seus gols que temos alimentado as nossas estatísticas de muitas vitórias. Além, é claro, da sua disposição para atender nossas reivindicações toda vez que precisamos de um certo produto alimentício.

Assim, neste dia de comemorações só nos resta dirigir nosso pensamento ao Grande Criador pedindo a ele que abençoe sempre esses três amigos, para que mantenha neles a inspiração de muitas "cornetagens", muitas músicas e muitos gols. Esses são os votos sinceros desta imensa galera conhecida carinhosamente como "Bancada da Bola".

Machadinho
Enviado por Machadinho em 14/05/2010
Reeditado em 14/05/2010
Código do texto: T2256352