Conclusão de quem um dia amou
Já dizia a canção de Tim Maia : “na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri”.
Andei perdida buscando outro propósito de vida.
Perdi o grande amor da minha humilde existência, alguém por quem eu faria tudo e qualquer coisa para ter uma daquelas caretas que só ele sabia fazer (mas isso é uma questão questionável: não se pode perder quem nunca se teve, e eu não sei se cheguei a tê-lo…)
Por ele daria minha vida embrulhada pra presente.
A questão agora é saber por quem ou pelo que eu viveria. A resposta faz a razão do meu existir de hoje.
Viveria para fazer alguém rir de uma das minhas piadas mais sem graça que só eu sei contar,
Viveria para ensinar música a pessoas que não tiveram oportunidade de ter acesso a ela como eu tive,
Viveria para socorrer todo aquele que carece de ajuda, mas que ninguém quer ouvir seu grito por socorro.
Ao final dessa experiência chamada vida, quero ter aproveitado bem o que foi me dado genética ou divinamente em razão do próximo, e eu devo isso a aquele que já não mais me ama, porque só quando houve essa perda tão significativa em minha vida, pude enxergar o quão egoísta e superficial eu sou.
Não faço isso para ser lembrada, ganhar uma estátua ou uma linha na página do jornal como alguém que sofre e dá a volta por cima, mas por ele.
Não vou deixar que um amor tão bonito transforme-se em mágoa, feridas expostas ou algo do gênero. Quero que esse mesmo amor seja usado para o bem de outras pessoas e que isso possa me alimentar o suficiente para que eu consiga seguir o viver sem que a saudade me bata à porta e me traga nostalgia.