Homenagem aos estudantes

Professor Arnaldo de Souza Ribeiro

Caros estudantes,

Boa noite.

Hoje, comemorando o seu dia, tenho a honra e a felicidade de dirigir-lhes estas breves palavras, representando os professores desta casa.

Trago-lhes afetuosas felicitações, mas também uma breve reflexão acerca da importância do estudante e do estudo para a transformação da sociedade. E por ser esta a expressão insofismável da verdade, o ilustre jurista baiano Rui Barbosa, grande apaixonado pelo ensino e sua divulgação, já preconizava com entusiasmo e determinação no final do século XiX:

“A chave das desgraças que nos afligem é esta e só esta: a ignorância popular, mãe da servilidade e da pobreza”

Há exatamente 167 anos, no dia 11 de agosto de 1827, por um Decreto do Governo Imperial à época D. Pedro I, foi criado no Brasil o curso de Direito. Por este decreto foram criadas duas faculdades, sendo uma na cidade de Olinda - Pernambuco, instalada no Largo de São Bento, posteriormente transferida para a cidade de Recife, e a outra, na cidade de São Paulo – São Paulo, instalada no Largo de São Francisco.

Até aquela data, somente um grupo reduzido de brasileiros tinha o privilégio de seguir para a Europa, com destaque para Coimbra – Portugal e Montpellier – França, e lá concluir os seus estudos.

Tendo em vista a importância deste acontecimento, comemora-se nesta data, 11 de agosto, o dia do estudante.

De 1827 até os dias atuais, podemos afirmar: o Brasil evoluiu e, consequentemente, as escolas aumentaram. Sem dúvida alguma, em todos os momentos importantes da vida brasileira, e porque não dizer do mundo, foram marcantes e expressivas a presença e a participação dos jovens estudantes. Seja pelo seu caráter irreverente e questionador, seja pelo poder de união para defender suas idéias; ademais, os jovens estudantes por seus atos e ações confirmam o jargão popular:

“ A união faz a força e o povo unido jamais será vencido.”

Para citar somente acontecimentos brasileiros: os jovens estudantes estiveram presentes em massa na Revolução Constitucionalista de 1932. Fizeram-se presentes também na Revolução de 1964 e, sobretudo, entusiasmados foram às ruas com as “Diretas Já” em 1984, seguindo os passos do grande líder Ulisses Guimarães. E quem não se lembra e até não se emociona com a aula de civismo e alegria que os “caras pintadas” nos ministraram recentemente.

Parafraseando Euclides da Cunha, que dissera:

“O nordestino é, sobretudo um forte”, eu digo: que os estudantes também são, acima de tudo, fortes.

E ouso dizer mais, além de fortes, são unidos, sonham e acreditam no amanhã e além de acreditarem, muitos destes trabalham, para a realização de seus sonhos e para a construção de um país melhor.

Na sala de aula, é sua presença que motiva os mestres, seus questionamentos quebram a monotonia, seus olhos críticos fazem com que os professores, alunos de ontem, adentrem no trabalho de pesquisa, tornando suas aulas mais completas, colaborando, deste modo, para o aprimoramento cultural do país.

Os professores sabem: os estudantes são a razão de ser da escola e, por isto, os respeitam e os admiram.

Meus caros estudantes, saibam que é breve e transitório este estágio de suas vidas, em breve vocês estarão formados e no exercício das funções conferidas pelo seu grau. Recomendo-lhes, com a experiência e autoridade de quem já viveu este momento, sejam bons estudantes, aprimorem seus conhecimentos, leiam bons livros, para que tenham uma base sólida, para bem exercerem suas profissões e melhor se situarem nos embates da vida. Que estejam sempre munidos de conhecimento e honestidade, trabalhando com afinco, felizes e entusiasmados e assim colaborarão em muito para o progresso pessoal familiar, da Pátria e da humanidade.

Reitero as mais sinceras felicitações, em meu nome e em nome dos professores desta Casa, que me concederam a honra de representá-los.

Que sejam muito felizes!

Que Deus os proteja.

Itaúna, 11 de novembro de 1994.

Prof. Arnaldo de Souza Ribeiro

Obs. 1. Este texto foi referência para uma palestra alusiva ao Dia do Estudante, feita originariamente no dia 11 de novembro de 1994, para os estudantes da “Escola Municipal Professora Celuta da Neves” - Itaúna – MG.

2. No dia 14 de novembro de 1994, a proferi para os alunos do Colégio “João de Cerqueira Lima” - Itaúna – MG.

3. Ainda no mês de novembro de 1994, a mesma fora proferida na Escola Municipal de “Segundo Grau de Itatiaiuçu” – Itatiaiuçu – MG, a convite do Professor Carlos Márcio Bernardes.

4. Palestra publicada no livro: Magistério: estudos, pesquisas e palestras. 1. ed. Itaúna: Vile – Escritório de Cultura, 2014, p. 31 a 34.