(imagem Google)

Mostrar Os Nossos Talentos


      Mostrar os nossos talentos é uma forma de ficarmos frente a frente com nós mesmos, com nossas tantas incongruências e imperfeições, mesmo que assim as achem congruentes e perfeitas, é como abrir o calabouço de nossas almas, lapidarmos o que há de melhor e arrancarmos as arestas do que é inconfessável, sobretudo, para nós mesmos.
      É uma arte compartilhada da forma mais nua e crua, a arte de expormos a arte do que verdadeiramente somos, a arte de sermos nós mesmos, compartilhamento das mais belas formas de exteriorizações do sentir humano, para, quiçá, outros muitos tantos também desfrutem de nossas tantas contemplações e até lamentações, postas à tona ao pretexto de se criar, e tornarem-se assim cúmplices de nosso pensar solitário, de coadjuvantes a protagonistas, na cumplicidade de nossa mais laboriosa criação.
      Absolutamente mais difícil do que externar o que somos é quando é chegada a hora de reabrir o calabouço de nossas almas e recolher o que nos resta de tudo o que fora confessado, é o momento de arrumarmos tudo em um cantinho, escondermos as chaves, e nos debruçarmos na mais duvidosa e angustiante divagação, a da esperança de termos realmente ensinado aos outros toda a nossa abstração, que um pouquinho do doar da gente tenha mudado, mudado definitivamente, mesmo que apenas e tão somente, um só coração!

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 19/11/2009
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T1931500
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