O grande ser coletivo
Se todas as bocas fossem uma única boca
teríamos idéia do ser coletivo,
se a massa encefálica de todos se conglomerasse
num monstro gelatinoso,
saberíamos que todas as idéias são uma única idéia:
encher a pança, fazer sexo o mais que se possa, e, quando vem a noite,.
sentir culpa, sentir medo e insegurança, rezar para a divindade que lembra o pai que já na temos, que nunca tivemos.
Quando morre alguém, se chora, herdamos os seus bens e enterramos o corpo para que não feda. Embalsamamos os ricos para que os cultuemos como reis imortais, fazemos pirâmides, somos escravos e damos as nossas vidas pela pátria.
Nada de mais, o líder sabe recompensar os seus preferidos com encômios, com segurança, com o brilho das festas populares.
Mas, o grande ser coletivo que somos nós está destruindo a terra aos poucos, como se fosse um mofo maldito. Logo, as condições serão desfavoráveis, e até o mofo deixará de existir.
A menos que todas as mentes contribuam para a solução dos problemas existentes que sequer conhecemos. Seremos então o grande ser coletivo que somos, com inteligência excepcional.